Os incêndios que lavram na zona Centro do país levaram à retirada, por precaução, de pessoas consideradas mais frágeis de onze aldeias do concelho de Arganil, informou a GNR de Coimbra.
Também em Fornos de Algodres, concelho da Guarda, foram evacuadas, pelo menos, quatro povoações, segundo fonte da Proteção Civil.
A aldeia de Queiriz, no concelho de Fornos de Algodres, está, esta quarta-feira, a viver uma “situação complicada” devido ao incêndio rural que lavra desde sábado no concelho vizinho de Trancoso. Também a aldeia do Piódão, Arganil, está ameaçada pelas chamas.
Já o fogo na Covilhã está em rescaldo e consumiu cerca de 700 hectares, enquanto que em Vila Real as chamas atingiram 5.500 hectares na serra do Alvão.
Trovoada causou fogo em Arganil, próximo do Piódão
Durante a madrugada desta quarta-feira, um incêndio de grandes dimensões deflagrou junto à aldeia histórica de Piódão, no concelho de Arganil, onde, às 14h00, estavam 566 operacionais, apoiados por 169 viaturas e sete meios aéreos. Segundo o presidente da câmara de Arganil, Luís Paulo Costa, o incêndio terá tido origem numa trovoada que atingiu a região Centro durante a noite.
As chamas já obrigaram à evacuação de três povoações próximas do Piódão, segundo disse fonte da Proteção Civil à Renascença: Side, Barreiros e Casas de Figueira.
Na freguesia de Arganil, segundo o Diário de Coimbra, que cita fonte da GNR, foram evacuadas seis aldeias — Porto Silvado, Chãs d’Égua, Foz d’Égua, Fajoeira, Sobral Gordo e Sobral Magro. À Renascença, o autarca de Arganil não confirmou a evacuação destas duas últimas aldeias, mas apenas das três primeiras.
Em Trancoso, onde as chamas ameaçam uma aldeia de Fornos de Algodres, as autoridades avançaram com evacuações para proteger a população nas povoações de Queiriz, Casal do Monte, Feitais e Carapito. No terreno estavam 521 operacionais, apoiados por 172 viaturas e dois meios aéreos às 14h00 desta quarta-feira.
“O fogo está junto à povoação e a situação está complicada, com bombeiros e população a fazerem a proteção das casas”, avançou Carlos Silva, comandante operacional do Oeste, que está no posto de comando.
Frente de Fornos de Algodres veio do concelho de Trancoso
Esta frente progrediu com intensidade durante a manhã, vinda de Aldeia Nova, no concelho de Trancoso, tendo passado por localidades como Casal do Monte e Aveleiros.
“Não há registo de casas afetadas, apenas quintais, pastos e um povoamento florestal que ardidos”, acrescentou o comandante operacional. Carlos Silva adiantou que os meios no terreno podem vir a beneficiar da ajuda do vento.
“Houve uma rotação do vento para oeste, o que nos prejudicou no início e pode ajudar agora, se se mantiver neste quadrante, pois poderá levar o incêndio para uma área que já ardeu”, explicou o comandante Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil do Oeste.
O oficial indicou que ainda não houve necessidade de evacuar a população de Queiriz, encontrando-se no local elementos da GNR, INEM e proteção civil municipal de Fornos de Algodres, também no distrito da Guarda.
Quanto ao reforço de meios, Carlos Silva admitiu que neste momento não é possível devido ao número de ocorrências ativas no país.
Estão no terreno 521 operacionais, apoiados por 169 veículos e cinco meios aéreos, segundo o site da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
O fogo teve início no sábado, em Freches, no concelho de Trancoso, e já terá consumido cerca de 12 mil hectares e afetado 11 das 21 freguesias daquele município do distrito da Guarda, segundo o presidente da Câmara, Amílcar Salvador.
Fogo na Covilhã está em rescaldo
O incêndio que lavrou em Sobral de São Miguel, no concelho da Covilhã, entre domingo e terça-feira, encontra-se em fase de vigilância e consumiu cerca de 700 hectares de mato, pinho e eucalipto, informou o presidente do município, Vítor Pereira.
“Está lá um grupo em operações de vigilância, para que, havendo algum reacendimento, seja logo atacado e neutralizado”, adiantou o autarca da Covilhã, no distrito de Castelo Branco. Segundo o presidente da Câmara da Covilhã, durante a última noite ainda foram feitas operações de rescaldo, mas o incêndio encontra-se em fase de vigilância.
Vítor Pereira disse que os prejuízos ainda não estão contabilizados, mas informou que ardeu zona de mato, pinho e eucalipto e que os danos foram na mãe natureza — “Quanto aos prejuízos, ainda não temos esse balanço feito”, salientou.
O presidente frisou que não ardeu qualquer casa, animais e que se evitaram danos na integridade física, numa zona que já tinha sido consumida pelas chamas há cinco anos. O autarca realçou que na terça-feira, dia em que o fogo foi dado como dominado, andaram três meios aéreos no local “a atacar pontos quentes que ainda existiam”.
De acordo com o comandante dos Bombeiros da Covilhã, Luís Marques, “tem sido feita vigilância, tem havido pequenas reativações e continuam os trabalhos de rescaldo”.
O fogo começou às 15h02 de domingo junto ao Pereiro, anexa da Aldeia do Xisto de Sobral de São Miguel, na serra do Açor e na orla da serra da Estrela. As chamas foram dadas como dominadas na manhã de terça-feira.
Segundo a página na Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil encontram-se mobilizados para o local 177 operacionais e 59 viaturas.
Fogo em Vila Real atingiu 5.500 hectares na serra do Alvão
O incêndio que começou a 2 de agosto em Sirarelhos, Vila Real, queimou cerca de 5.500 hectares na serra do Alvão, incluindo cerca de 1.500 hectares no Parque Natural do Alvão (PNA), adiantou fonte da Proteção Civil.
O alerta para o fogo foi dado às 23h45 do dia 02 de agosto, em Vila Real, passou para Mondim de Basto, esteve em conclusão e, depois, sofreu duas reativações, estando esta manhã ainda ativo. Fonte da Proteção Civil disse que, numa primeira estimativa, este fogo já queimou, ao longo destes 12 dias, cerca de 5.500 hectares, nos dois concelhos, incluindo à volta de 1.500 hectares de área inserida no Parque Natural do Alvão, que tem 7.220 hectares de área total.
Nestes 12 dias, o fogo percorreu cerca de 14 quilómetros entre Mascoselo, limite com o concelho de Mondim de Basto, e a Samardã, no lado aposto e que faz fronteira com Vila Pouca de Aguiar. Pelo meio passou, com maior ou menor proximidade, por 28 aldeias e uma vila, Lordelo, localizadas na serra do Alvão.
De acordo com informações da página da Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), às 11:00 estavam mobilizados para o fogo, que teve início em Sirarelhos, 420 operacionais, 141 viaturas e dois meios aéreos.
Os operacionais estão no terreno em operações de combate, consolidação, rescaldo e vigilância, atentos a pontos quentes e reativações.
Fonte: www.radiorenascenca.pt
Crédito da imagem: Miguel Pereira Da Silva / Lusa