A delegação da União Europeia em Cabo Verde e três associações assinaram na terça-feira contratos de financiamento de 2,75 milhões de euros para promover atividades turísticas em áreas protegidas que também garantam rendimento para quem lá vive.
“As organizações da sociedade civil que vão ser contratadas vão apresentar os respetivos planos de trabalho”, explicou a embaixadora Carla Grijó, considerando que “o importante é que as atividades a desenvolver tenham um cariz multiplicador”.
“O que nos interessa é gerar atividades que sejam sustentáveis, que criem oportunidades de rendimento para as populações que ali existem”, explicou, ao falar de paisagens do arquipélago pouco exploradas, em comparação com as praias que concentram quase todos os turistas estrangeiros.
O financiamento abrange projetos para as ilhas menos visitadas de Santo Antão, São Nicolau e Fogo, a ser executados pela Associação Amigos da Natureza (em Santo Antão), Associação de Desenvolvimento do Património de Mértola (em Santo Antão e São Nicolau), e COSPE (Ilha do Fogo).
As ideias apresentadas pelas associações para aplicar as verbas, nos próximos anos, abrangem diversas áreas, como promoção de alojamento local ou criação de miradouros, mas também cursos de pós-graduação e criação da marca Natural.cv.
Uma das associações destaca também a necessidade de garantir a segurança alimentar das comunidades que vivem dentro das áreas protegidas.
Há ainda alguns estudos previstos, por exemplo, para explorar o potencial de criação de um geoparque ou a viabilidade de comercialização de créditos de carbono.
“O foco do desenvolvimento são as pessoas”, referiu o ministro da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva, durante a cerimónia de hoje.
“Temos de dinamizar atividades nestas áreas [protegidas], valorizando o que nós temos em matéria de biodiversidade”, acrescentou, em linha com o objetivo do Governo de desenvolver o turismo de natureza e sustentável.
Fonte e crédito da imagem: O Jornal Económico / Portugal