O ano de 2022 foi de franca recuperação para o turismo em Portugal que entre receitas diretas, indiretas e induzidas, arrecadou 20,8 mil milhões de euros.
Pedro Machado, presidente do Turismo do Centro – aquando da sua intervenção na Conferência de Artes e Ofícios do Ribatejo Interior, a 13 de janeiro no Sardoal -, sublinhou que Portugal já não é “só um destino junto ao Mediterrâneo” e que a tríade sol, praia e golfe cria dependências e tira oportunidades a outras regiões do país.
Portugal tem 22 produtos turísticos, entre os quais o turismo religioso, o enoturismo, o ecoturismo, a arte, a saúde e bem-estar, mas o património e cultura e a natureza e o mar são dois dos mais desenvolvidos e promovidos internacionalmente.
“Temos de continuar a ter recursos para ter produtos que nos permitam ser singulares e diferenciadores e estes territórios [do centro] em que temos os nossos artesãos são particularmente competitivos”.
Em 2022, o turismo arrecadou 20,8 mil milhões de euros em receitas, “em linguagem coloquial, isso é um PRR por ano”, diz Pedro Machado. O problema não é a falta de dinheiro ou de capacidade, muito menos a atratividade, “o que está mesmo em causa são as políticas públicas, sejam nacionais ou regionais”, atira.
Eleito melhor destino turístico do mundo por duas vezes e melhor destino europeu em 2022, Portugal contínua a ter “características extraordinárias” do ponto de vista da competitividade internacional.
De acordo com o presidente do Turismo do Centro, há algo de excecional no nosso retângulo à beira-mar plantado – os portugueses, que com a sua utilização da “arte do desenrasque” conseguem comunicar, mesmo quando não falam outras línguas o que se torna “um ativo fortíssimo para os mercados internacionais”, explica.
Com as receitas do turismo a recuperar depois do golpe da pandemia, as perspetivas para 2023 são otimistas. Contudo, a região centro tem a particularidade de ser bastante extensa, abrangendo 100 municípios e vários territórios de baixa densidade.
O presidente do Turismo do Centro revela que estão a ser preparados “programas especiais para os chamados territórios de baixa densidade, com verbas como o Valorizar e o Regenerar Territórios”, esclarece.
Para este ano, a região centro acompanha a meta nacional de crescer na ordem dos 15% em matéria de dormidas e receitas, mas Pedro Machado aponta 2023 como um ano “particularmente relevante” para o Turismo do Centro, especialmente com as jornadas mundiais da juventude e a visita do Papa Francisco a abrirem “boas perspetivas para este ano”.
Já em 2017 a visita do Papa a Portugal se tinha traduzido num aumento de “cerca de 400 mil dormidas”. No entender do presidente do Turismo do Centro, todos os indicadores apontam para que em 2023 o turismo na região “continue a crescer”.
De recordar que este ano o centro de Portugal é o destino convidado da BTL onde chegarão artesãos e até um tear. Na opinião de Pedro Machado, “o turismo representa um elemento-chave para a sobrevivência do país, mas também é um reposicionamento daquilo que são as artes e ofícios”, termina.
Fonte e crédito da imagem: Suplemento Dinheiro Vivo / Portugal