Os sindicatos dos pilotos da TAP pedem transparência na privatização da companhia, receando que este processo seja concretizado à custa dos direitos dos trabalhadores. No Parlamento, admitiram ainda avançar com uma greve até ao final do ano.
“O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) não toma partido seja privado ou público. O que queremos é uma TAP fiável, racional, lucrativa e que, acima de tudo, respeite os trabalhadores”, afirmou Tiago Faria Lopes, presidente do SPAC, esta quarta-feira na Assembleia da República, numa audição conjunta com os sindicatos sobre a privatização da TAP.
Por outro lado, André Marques, presidente do Sindicato Independente de Pilotos de Linhas Aéreas (SIPLA), disse que “os erros de gestão repetem-se tanto na gestão privada como na gestão pública. Esta é que é a verdade”, notando que “são sempre os trabalhadores que são responsabilizados”.
Já Ricardo Penarroias foi mais longe, afirmando que “estamos a caminho, a passos largos, de ações até ao final do ano que não sabemos as consequências que vão ter”. De acordo com o presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), “é muito provável que até ao final do ano possa haver uma greve no grupo TAP”.
A presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widene, afirmou esta quarta-feira, à margem da 6.ª edição da cimeira aeronáutica Portugal Air Summit, nada saber sobre um eventual interesse de um fundo de investimentos norte-americano na entrada no capital da companhia. O jornal Público avança que o fundo de investimentos norte-americano Certares, que detém 40% da Douro Azul, empresa de cruzeiros de Mário Ferreira, está interessado em entrar na TAP.
Ainda assim, Christine disse, citada pela Lusa, que “se há fundos americanos interessados [então] é uma boa notícia. A competição é sempre boa”.
Fonte e crédito da imagem: Jornal Económico / Portugal