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‘The Phantom of the Opera’: uma viagem a Paris do século XIX à moda da Broadway

Da Ópera de Paris do século XIX chega a Lisboa o fantasma que irá “assombrar” o recinto do Sagres Campo Pequeno. O conhecido musical The Phantom of the Opera, de Andrew Lloyd Webber, numa produção do Broadway Entertainment Group, está em cena até ao dia 27 de outubro. A obra de Lloyd Webber baseia-se no romance clássico O Fantasma da Ópera, de Gaston Leroux.

A história passa-se no edifício da Ópera de Paris, no século XIX, onde surgem rumores sobre uma possível assombração no local. Christine Daaé, uma jovem soprano, atrai a atenção do Fantasma/Phantom que vive escondido na Ópera.

O espetáculo é acompanhado por uma orquestra de 14 músicos e a direção artística é da responsabilidade de Stephen Barlow, que quis explorar as personagens e a relação entre Phantom e a jovem soprano.

“Christine faz as suas próprias escolhas nesta peça. A direção de Barlow quis que fosse uma relação equilibrada para não parecer que Christine estivesse a ser manipulada pelo Phantom”, afirmou Sophia McAvoy, diretora residente do espetáculo, em conversa com o DN.

The Phantom of the Opera já passou por vários países e em todos os espetáculos Sophia McAvoy tenta respeitar a visão do diretor. McAvoy explicou ao DN que a adaptação aos diferentes espaços por onde passa o espetáculo é um desafio. “Aqui em Lisboa o espaço é uma arena e não um teatro e, apesar de ser um espaço amplo, o backstage é muito pequeno. Tivemos de organizar muito bem o espaço para os cenários.”

São os cenários que transportam o público para a atmosfera parisiense do século XIX. O designer responsável, Andrew Riley, inspirou-se no Palais Garnier [o edifício da Ópera de Paris] e trouxe-o para o palco do Campo Pequeno. “O diretor artístico deu-me um livro de arquitetura com todos os detalhes, estudei-os de forma a conseguir trazer toda esse ambiente para o espetáculo.”

Também responsável pelo design dos figurinos, Andrew Riley decidiu trazer ao palco diferentes períodos históricos, desde referências modernas à era vitoriana. Na total, o espetáculo conta com 230 figurinos e mais de 1000 peças de vestuário. Durante o espetáculo, acontecem 20 mudanças de roupa, incluindo uma em pleno palco.

O papel de Phantom é protagonizado pelo ator Nadim Naaman, que, em conversa com o DN, disse ser uma grande responsabilidade representar a personagem. “As pessoas veem a máscara e sabem quem é o Phantom. Neste espetáculo temos uma versão que não é uma réplica exata do original”, disse.

Para o ator, a parte mais desafiante da personagem foi interpretar as suas diferentes facetas. “O Phantom é uma personagem inventada por um homem para ter um estatuto na casa da Ópera. Ele não tem amigos, não tem família, mora sozinho numa caverna e sempre foi marginalizado pela sociedade devido ao seu rosto deformado. Por isso cria a máscara e a personagem, para interagir com as pessoas”, acrescenta.

Como preparação para este papel, o ator leu o livro d’O Fantasma da Ópera, de Gaston Leroux. “É um livro muito interessante e é mais como uma história de crime. O que mais gostei no livro é que percebemos que, apesar de tudo, é apenas um homem que está por detrás da máscara”, disse o ator, acrescentando que viu filmes sobre pessoas desfiguradas como o The Elephant Man/O Homem Elefante (David Lynch, 1980).

“Basta passar uma hora ou duas a ver essas imagens para nos sentirmos profundamente tristes e com pena dessas pessoas. O que tentei fazer foi encontrar uma perspetiva mais humana. O público cria uma ligação com o Phantom quando a máscara cai e é possível ver um homem muito vulnerável.”

O papel de Christine Daaé é representado por duas atrizes: Georgia Wilkinson e Bridget Costello. As duas destacaram a preparação intensa para este espetáculo, que incluiu aulas de canto e dança. “É um grande papel. Foi muito importante construir resistência física porque estamos sempre a cantar e temos de ter a certeza de que o nosso corpo é capaz de lidar com este trabalho intenso”, afirmou Georgia Wilkinson também à conversa com o DN.

Já para Bridget Costello, o maior desafio foi a complexidade emotiva da personagem. “Ela tem uma grande variedade de emoções ao longo do espetáculo. Christine vai crescendo ao longo da peça. No início parece infantil, mas depois torna- se muito adulta”, explica a atriz.

Georgia Wilkinson destaca também as diferentes mudanças de roupa entre as cenas. “Algumas mudanças são muito rápidas. Felizmente temos uma equipa maravilhosa que nos ajuda.”

Todas as datas e horários do musical de Andrew Lloyd Webber esgotaram antes da estreia do espetáculo de estreia, que decorreu ontem, terça-feira

Fonte: Diário de Notícias / Portugal

Crédito da imagem: Reinaldo Rodrigues