Depois de ter apresentado o pior resultado de sempre em 2021, com um prejuízo histórico de 1.599,1 milhões de euros, a TAP conseguiu colocar as contas no verde um ano depois.
A transportadora aérea reportou lucros de 65,6 milhões de euros em 2022, uma melhoria de 1 664,7 milhões de euros em relação ao ano anterior, informou esta terça-feira, 21, a transportadora aérea em comunicado.
Esta é a primeira vez em cinco anos que as contas da companhia são positivas -os últimos lucros datam de 2017.
A TAP antecipou, desta forma, em dois anos as metas definidas no plano de reestruturação da Comissão Europeia, que previa que a empresa pública só regressasse aos lucros em 2025, apontando um prejuízo de 54 milhões de euros para 2022.
“Durante o quarto trimestre de 2022 a TAP foi capaz de gerar as receitas trimestrais mais elevadas da sua história e uma rentabilidade recorde, apesar dos contínuos desafios operacionais. Durante o primeiro ano completo do Plano de Reestruturação, a TAP gerou um lucro operacional que é um recorde histórico para a empresa”.
“A TAP gerou também um lucro líquido positivo muito forte, tendo em conta o seu nível de alavancagem”, sublinha a CEO, Christine Ourimières Widener, que deixará o cargo já no final do mês.
O EBITDA (resultados antes de juros, impostos, amortizações e depreciações) recorrente foi positivo no acumulado do ano, totalizando 777,7 milhões de euros, que comparam com os -899 milhões de euros registados em 2021.
Também o resultado operacional, medido pelo EBIT, foi positivo, com 288,2 milhões de euros (-478 milhões de euros em 2021).
Já as receitas da companhia melhoraram 151% face a 2021, totalizando 3.485 milhões de euros. A maior fatia diz respeito às receitas dos passageiros, que subiram 187,9%, para 3.072,4 milhões de euros. Contas feitas, no ano passado a TAP transportou mais clientes, totalizando 13,8 milhões de passageiros (+136,1%), atingindo 81% dos níveis de 2019.
“O número de voos operados também aumentou significativamente em 74,9% o ano passado, atingindo 79% dos níveis pré-crise”, acrescenta a empresa.
Custos operacionais disparam à boleia dos preços do combustível
Olhando para a fatura dos custos da companhia, as despesas com combustível triplicaram, atingindo 1 096,7 milhões de euros, representando um aumento homólogo de 756,2 milhões de euros.
“Apesar de levar a um efeito positivo de 85,5 milhões de euros, o hedging só reduziu marginalmente o efeito do aumento dos preços do combustível, que só por si contribuiu com 458,4 milhões de euros para o aumento dos custos com combustível”, justifica a transportadora. A companhia adianta ainda que pretende gastar perto de mil milhões de euros em combustível em 2023.
Os custos operacionais com tráfego pesaram mais 87,8% nas contas da empresa bem como os gastos com materiais consumidos (+237%) e com a manutenção de aeronaves (+72,1%).
Já as despesas com pessoal foram as que menos pesaram na fatura da TAP, tendo apenas subido 11,6%
Estes são os últimos resultados apresentados com a assinatura de Christine Ourimières Widener. A gestora francesa está de saída da TAP, ao fim de ano e meio, depois de Fernando Medina ter anunciado o seu despedimento por justa causa, em conjunto com o chairman da empresa, Manuel Beja, no seguimento da indemnização paga a Alexandra Reis. Em abril, Luís Rodrigues, que liderava a SATA até agora, irá assumir a gestão da empresa pública.
Fonte e crédito da imagem: Diário de Notícias / Portugal