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TAP com lucros de 400 mil euros no primeiro semestre

A companhia aérea portuguesa TAP fechou os primeiros seis meses do ano no ‘verde’, com um resultado positivo de 400 mil euros. Este valor representa uma redução de 98% em relação aos lucros do primeiro semestre de 2023, quando atingiu os 22,9 milhões de euros.

No entanto, este resultado acumulado entre janeiro e junho só foi possível devido aos lucros de 72,2 milhões de euros registados no segundo trimestre. Os resultados dos primeiros três meses do ano não foram os expectáveis e empurraram as contas da TAP para o ‘vermelho’, com a companhia aérea a registar perdas de 71,9 milhões, à boleia dos custos operacionais.

“O forte desempenho no segundo trimestre permite um resultado líquido positivo no semestre, que, apesar de reduzido, é atingido pela segunda vez consecutiva, mas agora sem cortes salariais”, evidencia Luís Rodrigues, CEO da TAP, no comunicado das contas.

“Continuámos no segundo trimestre de 2024 o caminho necessário de transformação estrutural da TAP. O investimento nas pessoas e nas operações continua a confirmar a aposta e a mostrar resultados: uma grande redução das irregularidades, o contínuo aumento da pontualidade e da regularidade, e o aumento do NPS (índice de satisfação do cliente), com consequente crescimento das receitas. Especial destaque para área de Manutenção e Engenharia, que começa a realizar o seu potencial”, sustentou o gestor.

Aponta ainda o relatório que a empresa atingiu receitas operacionais de 1.969 milhões de euros, num aumento de 3,3,% em relação ao semestre homólogo. Segundo a TAP, estas receitas foram impulsionadas pelas receitas de passagens, com um crescimento da capacidade (+2,9% e por um melhor load factor (+0,8 p.p.), e também por um “aumento relevante de atividade nas receitas de Manutenção e Engenharia (+36,7%)”.

Já o EBITDA recorrente chegou aos 372,7 milhões de euros, o que representa um aumento de 11 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano e uma margem de 19%, enquanto o EBIT recorrente chegou aos 139,2 milhões de euros, numa subida de 14,7 milhões e uma margem de 7%.

Aponta ainda da TAP que o grupo fechou o semestre com uma forte posição de liquidez, na ordem dos 1.175,7 milhões de euros [1,2 mil milhões de euros], o que representa um aumento de 386,3 milhões em relação ao valor observado em dezembro de 2023.

Também o rácio entre a dívida financeira e o EBITDA apresentou uma melhoria, estando agora nos 2,1x (2,6x a 31 de dezembro de 2023), sendo este um valor que reforça “o caminho de desalavancagem de gestão financeira disciplinada e prudente da TAP, com o objetivo de inspirar confiança nos investidores”.

Sobre a próxima metade do ano, a TAP prepara-se para aumentar a aposta no mercado brasileiro, revelando já a abertura de uma nova rota para Florianópolis e a reabertura para Manaus. Significa então um aumento da oferta para o Brasil, agora com 13 destinos no horizonte e 15 rotas.

TAP entre abril e junho

Depois de revelar que os simpáticos lucros do segundo trimestre tiraram a companhia aérea do ‘vermelho’, a TAP revela também que viu o número de passageiros crescer em 2,4%, enquanto o número de voos aumentou 0,7%.

Em comparação com os níveis do segundo trimestre de 2019 (pré-crise de Covid), o número de passageiros atingiu 92% e os voos operados atingiram 87%.

A capacidade (medida em ASK) aumentou em 2,1% em comparação com o trimestre homólogo, superando ainda os níveis pré-crise e atingindo 102% do valor do segundo trimestre de 2019, referência para muitas companhias por conta da paragem global da atividade.

Também o load factor melhorou em 1,4 p.p. até aos 82,7% face ao ano anterior, embora tenha diminuído 0,8 p.p. quando comparado com os níveis pré-crise.

As receitas totalizaram os 1.106,7 milhões de euros, num aumento de 3,4% em comparação com o período homólogo, ultrapassando e representando 133% das receitas operacionais do segundo trimestre de 2019.

As receitas de passagens registaram um aumento de 8,3 milhões (+0,8%) face ao segundo trimestre do ano passado e totalizaram 986,4 milhões de euros. Isto gerou um PRASK de 7,39 cêntimos, numa diminuição de 1,2% (-0,09 cêntimos) quando comparado com o trimestre homólogo, mas um aumento de 30,2% (+1,71 cêntimos) com o segundo trimestre pré-pandemia.

O aumento da atividade da oficina de motores deu um boost às receitas de Manutenção, que registaram um aumento de 29,9 milhões de euros (+71,4%) em termos homólogos, até aos 71,8 milhões de euros.

Já as receitas de Carga e Correio observaram uma diminuição de 4,3 milhões até aos 39,3 milhões de euros, tratando-se de uma diminuição de 9,9% em relação ao período homólogo.

Sustenta a TAP que os custos operacionais reduziram em 11,6 milhões de euros (-1,2%) até aos 924,1 milhões de euros.

“Esta variação resulta principalmente do decréscimo dos custos operacionais de tráfego (-24 milhões de euros ou 10,1%) devido à redução de contratação de ACMI e redução de custos com irregularidades, e do decréscimo dos custos com imparidades (-25,6 milhões), entre os quais a reversão da perda por imparidade referente à Groundforce decorrente da homologação do seu plano de reestruturação, contrabalançada pelo aumento dos custos com o pessoal (+28,5 milhões ou 18,1%) devido aos novos acordos de empresa que entraram em vigor no segundo semestre de 2023”, justifica a companhia aérea.

Apesar do resultado líquido ter sido lucros na ordem dos 72,2 milhões de euros, significa ainda uma diminuição de 8,1 milhões face ao trimestre homólogo. No entanto, em relação ao segundo trimestre pré-pandemia observou-se uma melhoria em 77,6 milhões de euros.

A TAP reabriu cinco destinos a partir de Lisboa para a época de verão ainda no segundo trimestre: Ibiza, Alicante, Palma de Maiorca, Menorca e Agadir, e abriu uma nova rota, para a época de verão, de Lisboa para Caracas, com regresso por Funchal.

Até 30 de junho, a empresa somava uma frota com 99 aeronaves, composta em 68% por aviões de médio e longo curso.

Fonte: O Jornal Económico / Portugal

Crédito da imagem: Reuters