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Sucesso da Netflix tem Santos como cidade cenário. Mais de mil produções foram gravadas em 20 anos

Em sua segunda temporada, a série DNA do Crime, produzida pela Netflix, aparece entre as dez mais vistas do Brasil na plataforma de streaming.

A ficção policial baseada em crimes reais, que envolvem uma quadrilha que assalta bancos e seguradoras, está em alta assim como Santos como cidade cenário para produções audiovisuais.

Em um dos episódios, o Palácio José Bonifácio e a Praça Mauá, no Centro Histórico, reproduziram o ambiente de um assalto a banco na cidade de Araçatuba, interior paulista.

A escolha dos espaços históricos de Santos feita pela produção do drama não surpreende. O edifício histórico que abriga a Prefeitura, na bela Praça Mauá, foi construído em 1937 e inaugurado em 1939, sendo um dos poucos de São Paulo que preservam sua estrutura e decoração originais, saltando aos olhos dos profissionais de fotografia, vídeo e efeitos visuais, por exemplo.

Da mesma forma, diversos outros locais no Centro Histórico, no Porto de Santos, na orla da praia e na região continental são frequentemente escolhidos como cenários.

E nesta quinta-feira (19), Dia do Cinema, nada melhor do que mostrar como e porquê Santos se transformou em uma referência nacional e internacional como cidade cenário, começando por sua vocação natural pela proximidade com a capital paulista.

Abriga o maior porto da América Latina, o maior jardim de orla de praia do mundo, construções da época do Império e do auge do ciclo do café em excelente estado de conservação, além de contar com o Santos Futebol Clube, de tanta tradição e casa do maior jogador de futebol de todos os tempos, o Rei Pelé.

Porém, tudo isso não seria suficiente sem esforço para atrair as produções audiovisuais. E é justamente em 2025 que comemoramos os 20 anos da Santos Film Comission, criada pela Prefeitura de Santos para dar suporte à indústria, sendo uma das pioneiras no Brasil e seguindo o exemplo das grandes cidades do mundo.

Mais do que divulgar e valorizar a cidade, as filmagens movimentam a economia e geram empregos nos mais diversos setores.

“O audiovisual é uma das bases da economia criativa, e eu vejo a economia criativa como uma das formas de mudar, transformar a vida das pessoas. É necessário, cada vez mais, encararmos o cinema como indústria”, afirmou o prefeito Rogério Santos.

A Santos Film Commission atua promovendo a cidade pelo mundo e como uma facilitadora para dar suporte técnico e logístico à indústria cinematográfica, oferecendo estrutura tanto para as grandes produções, quanto para os projetos regionais. E nada melhor que os números para expressar o seu trabalho.

Santos já foi Rio de Janeiro, Maranhão, Índia, Itália e muitos outros lugares. Em 2024, por exemplo, foi gravado um comercial para a Brahma com o Léo Santana ao lado da Alfandega, como se estivesse em Salvador.

Desde sua criação são mais de mil produções na Cidade, sendo 284 filmes publicitários, 42 longas metragens, 76 produções contempladas por leis de incentivo à cultura, como o Facult, Proac, Aldir Blanc e Lei Paulo Gustavo, 68 vídeos clipes, 63 documentários, 24 séries sete novelas.

O “boom” foi em 2007 com a gravação de diversas novelas e minisséries da Globo.

Um dos reconhecimentos ao trabalho veio neste ano, direto do prestigiado Festival de Cannes, na França. Na oportunidade, Santos foi apresentada como uma das dez selecionadas pela São Paulo State Film Commission em ação que visa divulgar possibilidades de locações para filmagens, integrando o Plano de Desenvolvimento da Indústria Audiovisual Paulista.

No catálogo produzido pelo Estado para não apenas identificar as cidades focos, mas mapear as locações e a infraestrutura disponível em cada uma delas, é possível visualizar fotos, além de filtrar por diversas características das cidades, como paisagens, elementos naturais e arquitetônicos, identidades culturais, características geográficas e variedade de esportes radicais.

Segundo o projeto, os patrimônios históricos preservados, a diversidade de paisagens, infraestrutura portuária internacional e experiência em receber produções audiovisuais reforçam o município como cenário cinematográfico.

A Santos Film Commission também tem protagonismo no processo de criação de uma Film Comission Nacional, ideia já abraçada por Marcelo Freixo, presidente da Embratur (Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo vinculada ao Ministério de Turismo do Governo Federal).

“Temos 20 anos de história e o nosso maior objetivo é sempre ampliar o nosso trabalho, tanto para oferecer um serviço melhor aos que utilizam quanto para continuar fomentando o mercado do cinema de Santos, responsável por aquecer parte da economia e fazer com que a Cidade seja ainda mais vista pelo mundo”, disse a coordenadora do órgão santista, Maria Francisca Romão.

A atuação da Santos Film Commission como “facilitadora” não é fácil. Vai desde fazer parceria com a CET para a difícil tarefa de interditar ruas até apresentar profissionais da Cidade no setor, o que beneficiou diretamente a economia santista.

Hoje, Santos conta com diversas empresas prontas para atender às produções, grupo de figurantes, firma de segurança para gravações, produtoras, profissionais do audiovisual, formando uma grande cadeia que ainda movimenta diretamente os setores hoteleiros e gastronômicos da Cidade, por exemplo.

De acordo com um estudo recente da Spcine, empresa de cinema e audiovisual da Prefeitura de São Paulo, para cada R$ 1 investido na produção de um filme ou série na cidade, o retorno médio é de mais de R$ 20. Ou seja, movimenta receitas localmente e gera empregos.

Desde sua criação, a Santos Film Commission já fez girar mais de R$ 12 milhões na economia local.

É difícil enumerar todas as mais de mil produções, mas podemos lembrar de algumas novelas, séries e filmes como Deus nos Acuda, Terra Nostra, Um só coração, Éramos seis, JK, Ciranda de Pedra, minisséries como Hebe e Onde está meu coração, além de filmes como Lula, o filho do Brasil, o Magnata, com roteiro de Alexandre Abrão, Chorão, ex-líder da banda Charlie Brown Jr e Aldo – Mais forte que o mundo.

Exemplos mais recentes de produções são as séries Dois Tempos, para o Canal Disney, e os filmes O Sequestro, Dá Licença de Contar, Cyclone e Raul Seixas- Metamorfose Ambulante.

De acordo com a Santos Film Commission, os pontos da região mais procurados pelas produtoras são os seguintes: Rua Quinze de novembro, Rua Riachuelo, Rua do Comércio, Bulevar da XV, Largo Marquês de Monte Alegre, Estação Valongo, Museu Pelé, Casa da Frontaria Azulejada, Museu do Café, Bondes, Igrejas, Monte Serrat, Alfândega, Centro Português, prédio da Sociedade Humanitária de Santos, Paço Municipal, Praça Mauá e Praça da República.

Mas as novas atrações turísticas da Cidade também já caíram no gosto dos produtores como o Novo Quebra-Mar, a Ponta da Praia, o Parque Valongo, além de pontos turísticos consagrados como Orquidário e Jardim Botânico Chico Mendes, na Zona Noroeste.

A Santos Film Commission teve papel importante no processo de obtenção do selo da Unesco como cidade criativa no cinema, de acordo com a assessora do gabinete da Secretaria de Cultura, Raquel Pelegrini, uma das protagonistas do trabalho

Em 2013, no início de sua gestão, o então prefeito Paulo Alexandre apresentou um conceito ainda muito novo sobre economia criativa, acreditando como primordial para o desenvolvimento da Cidade.

Coube ao seu secretário de Governo, o atual prefeito Rogério Santos, a criação de um grupo de diversos setores para debater o tema, até o selo destinado pela Unesco em determinados setores ser colocado em discussão.

Grupos se formaram para traçar um diagnóstico da Cidade em cada um desses setores (Artesanato e Arte Popular, Design, Cinema, Gastronomia, Literatura, Artes Midiáticas e Música) em que a Unesco oferecia o selo e Raquel Pelegrini estava no cinema.

Durante estes estudos, foi notada uma mudança neste setor na Cidade a partir dos anos 2000, até então com a produção audiovisual focada nas televisões regionais.

De forma paralela, nesse período surgem em Santos as faculdades voltadas ao audiovisual e produção multimídias, em 2002 é lançado o Festival Curta Santos, onde se inicia uma produção de linguagem cinematográfica.

Aliado a isso, vale destacar que Santos possuía relíquias como o Cine Arte Posto 4 e o Museu da Imagem e do Som (Miss), como salas de cinema públicas.

Em 2004, o Instituto Gullane de São Paulo vem para Santos gravar o filme “O Querô”. A obra brasileira dirigida por Carlos Cortês une um elenco estrelado com atores como Aílton Graça, Maria Luísa Mendonça e Ângela Leal e meninos encontrados na periferia da Cidade, como o protagonista Maxwell Nascimento, que levou o prêmio de melhor ator em diversos festivais e teve inúmeras oportunidades, como ator da novela Malhação, da Rede Globo, por exemplo.

E foi aí que o instituto decidiu criar a Oficinas Querô, para trazer mais jovens para a produção audiovisual. As aulas começaram em 2006.

Já era nítido a vocação santista para cidade cenário. Vieram uma série de medidas como a criação de um Plano Municipal de cultura, que incluíram a reforma do Cine Arte Posto 4 e do Miss, a criação de mais quatro salas públicas de cinema, a sala de cinema Chico Botelho, na Zona Noroeste e a das vilas criativas da Vila Progresso, Penha e Vila Nova, entre 2017 e 2019.

Também foram divulgados os primeiros editais da Secult para estimular a produção audiovisual. Para fortalecer a atrair produtoras para a cidade foi criada ainda em 2015 a Santos Film Commission.

Foi dessa maneira, com vocação, preservação, plano e ações concretas que Santos conseguiu o selo.  A participação na rede de cidades criativas da Unesco deu destaque mundial e abriu as portas para a troca de conhecimentos.

O município cooperou de forma fundamental para o Brasil ganhar sua segunda cidade criativa no cinema, o município de Penedo, em Alagoas.

Da mesma forma, atua diretamente no trabalho realizado por São Paulo, capital paulista, que busca também o reconhecimento.

Para Raquel, com o selo você passa a trabalhar em rede. Santos foi a primeira das Américas, que atualmente também conta com Vicente Lopes, na Argentina, e Penedo, em Alagoas.

Ela cita como exemplo o Festival Internacional de Cinema de Busan (BIFF), realizado anualmente, um dos mais significativos da Ásia e o primeiro da Coreia. Lá é realizada todo ano uma residência artística com representantes das cidades criativas e já teve cineasta de Santos, que teve que produzir em 15 dias um filme em coreano, com equipe local.

“Entendemos que o perrengue que passamos é o mesmo que na Argentina ou na Macedônia”, explica Raquel. Em novembro de 2022 ela foi para Penedo para essa troca de informações. Em seguida, o secretário de turismo veio até Santos, em uma parceria que resultou no selo da Unesco para a cidade alagoana.

Raquel também teve protagonismo no setor universitário. Foi coordenadora de Rádio TV da Unimonte de 2000 a 2009, quando percebeu, baseada em faculdades paulistanas, a necessidade de mudança para cinema em 2010. Há cerca de dois anos, o curso também foi criado na Universidade Católica de Santos (Unisantos).

Em março de 2025, Santos publicou ou 15 projetos contemplados na categoria ‘Primeiras Obras’ do 11º Concurso de Apoio a Projetos Independentes de Santos, mais conhecido como Facult 11. Cada projeto contemplado receberá investimento de R$ 20 mil. Na categoria ‘Ampla Concorrência’, 35 trabalhos já foram selecionados, com premiação de R$ 20 mil por projeto. No total, o Facult 11 investirá R$ 1 milhão na cultura da Cidade.

A iniciativa recebe atualmente o nome de Toninho Dantas – produtor cultural, fundador do Festival Curta Santos e um grande incentivador da produção cinematográfica da região.

LEI ALDIR BLANC No início deste mês de junho, a Secretaria de Cultura (Secult) deu início às escutas que vão orientar a elaboração dos novos editais da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB) no Município.

Sob gestão do Ministério da Cultura (Minc), a nova fase da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB) vai destinar R$ 2.620.610,16 para Santos. No último dia 9, a Secult publicou a homologação do resultado final do edital de Mestres da Cultura Santista.

O certame premiou dez mestres, destinando R$ 10 mil para cada um, divididos da seguinte forma: cinco para ampla concorrência, quatro para pessoas negras e uma para pessoa com deficiência.

ARTE PRETA Outra concorrência de apoio à cultura, o 3º Concurso de Arte Preta de Santos, teve publicado o resultado do julgamento dos recursos da análise de documentos dos projetos inscritos. A próxima etapa do edital será a análise dos projetos, para posterior anúncio do resultado, com as notas dos projetos concorrentes.

O Concurso Arte Preta oferecerá o total de R$ 200 mil, divididos entre 10 projetos culturais, com premiação de 20 mil para cada trabalho.

PROMICULT – O Programa Municipal de Incentivo Fiscal de Apoio à Cultura (Promicult) está na quarta edição, com realização da Secretaria de Cultura (Secult). Participam produtores, artistas e profissionais da cultura santista.

As propostas aprovadas estarão habilitadas a captar recursos junto a pessoas físicas e jurídicas oriundos da Lei Alcides Mesquita (Promicult), no limite de até 20% do valor do IPTU ou ISS. A renúncia fiscal por parte da Prefeitura poderá superar R$ 1,3 milhão, investimento recorde em comparação às edições anteriores.

A lei prevê, ainda, que 10% dos recursos arrecadados pelos projetos habilitados são investidos nas futuras ações culturais apoiadas pelo Fundo de Assistência à Cultura (Facult).

Os trabalhos aprovados firmarão termo de compromisso com a Prefeitura para captar os valores. A arrecadação por projeto pode variar de R$ 5 mil a R$ 100 mil, obedecendo o ano fiscal de 2025. Até o momento, o Promicult já contemplou 23 iniciativas culturais, entre eventos, oficinas e publicações.

LEI PAULO GUSTAVO – Em 2023, com a Lei Paulo Gustavo, a aplicação em Santos dos recursos da lei federal somou um total de R$ 3.275.127,49, destinado pelo Ministério da Cultura à Cidade. Ao final do processo seletivo, a Prefeitura contemplou 197 projetos culturais.

Os trabalhos passaram por comissão julgadora, formada por profissionais da arte e da cultura de todo o País, selecionados via chamamento público. Entre outros fatores, a comissão julgou a criatividade, inovação, relevância cultural e metodologia de cada projeto.

Os festivais de cinema também movimentam a Cidade. O principal deles será de 24 de junho a 2 de julho, ocupando mais de 10 espaços culturais da Cidade: a 11ª edição do ‘Santos Film Fest’, com o tema ‘Histórias que ecoam, lições que permanecem’, prestando homenagens a Chico Gomes, músico pioneiro do contrabaixo, ao cineasta santista Rodiney Assunção, ao diretor Guilherme de Almeida Orado e à atriz Imara Reis.

A programação contará com pré-estreias, mostras competitivas regionais e nacionais (com curtas e longas-metragens), mostras retrospectivas, virada cinematográfica, sessões de cinema azul para pessoas com deficiência, sessões infantis, palestras, bate-papos, lançamentos de livros e tributos a personalidades do audiovisual.

Neste ano, o festival conta com duas novas categorias: a Mostra de Curtas Universitários e a Mostra de Filmes Periféricos. Este último só será válido se o diretor ou produtor morar em área de vulnerabilidade social, retratando o cotidiano local.

Toda a programação é gratuita. O evento é realizado pelo Instituto Cinezen Cultural, dos produtores André e Paula Azenha. informações: @santosfilmfest e www.santosfilmfest.com.

CURTA SANTOS – Neste ano tem a 23ª edição do Festival de Cinema de Santos – Curta Santos, ocupando as salas de exibição e espaços públicos da Cidade, com sessões gratuitas.

O Curta Santos conta com três mostras oficiais – duas regionais ‘Olhar Caiçara’ e ‘Videoclipe Caiçara’ e a nacional ‘Olhar Brasilis’, além de sessões especiais, bate-papos e oficinas de audiovisual.

São premiadas com o Troféu Maurice Lègeard as categorias: Curta-Metragem, Direção, Roteiro, Ator, Atriz, Fotografia e Montagem. Da mostra Olhar Caiçara, a categoria Curta-Metragem; da mostra Olhar Brasilis, a categoria Direção; da mostra Videoclipe Caiçara a categoria Videoclipe.

FORMAÇÃO DE JOVENS E ESCOLA PÚBLICA

Somente neste ano, Santos lançou dez oficinas gratuitas de cinema com 265 vagas disponíveis ao público, dentro do Projeto ‘Fábrica Audiovisual’, da Secretaria de Cultura, como opções de curso como Direção de Fotografia; Produção Audiovisual; História do Cinema; Documentário; Direção de Atores para Audiovisual; Direção de Arte em Audiovisual; Formatação de Projetos Audiovisuais; Roteiro para Cinema; Básico de Cinema e Interpretação para Audiovisual.

A Prefeitura também apoia as Oficinas Querô que, em 19 anos de história, já beneficiou mais de 600 jovens, mais de 10 mil alunos de escolas públicas de Santos e Cubatão pelo Querô na Escola e cerca de 200 moradores de comunidades pelo Querô Comunidade.

E grandes novidades vem por aí. Em breve, Santos terá em um anexo do Mercado Municipal, em revitalização, uma escola pública de cinema e um estúdio público, que servirá tanto para a escola, quanto para a locação de produções regionais e nacionais que necessitem da infraestrutura, sendo elas encaminhadas pela Santos Film Commission.

A escola atenderá moradores da Baixada Santista, de adolescentes a idosos, com cursos livres que buscam priorizar a geração de emprego.

Formação de eletricistas de set, “gaffer”, que é o profissional responsável por liderar e executar a iluminação de um set de filmagem ou produção, curso cenotécnico que capacita profissionais para construir e montar cenários e objetos de cena são alguns dos exemplos. Muitas produções de fora acabam precisando de profissionais locais.

O novo espaço vai proporcionar cursos de formação continuada, não em nível de graduação da faculdade, mas que dão extensão e podem auxiliar na formação do recém-formado. A ideia é também conectar a escola com a rede municipal de educação.

PAIXÃO SANTISTA PELO CINEMA

A história de amor começou há mais de 100 anos, em junho de 1987, quando foi realizada uma exibição pública de ‘fotografia animada’ no extinto Cassino Recreio Miramar.

Na década de 30, Santos já era a cidade brasileira com o maior número de salas por habitante. Em 1934, foi inaugurado o Cine Roxy, único cinema de rua remanescente e que completou 90 anos em dezembro de 2024.

E o santista comparecia. Em 2005, com apenas 15 salas, Santos liderava o ranking nacional, à frente de São Paulo e Rio de Janeiro, na média de ingressos de cinema per capita.

BERÇO DE TALENTOS

Se a santista ama cinema, pode ter certeza que o cinema ama o santista, afinal, grandes nomes da sétima arte nasceram na Cidade e ajudaram na projeção do nome do Município.

Em dezembro de 2024, nos despedimos do ator e diretor Ney Latorraca. Também é bom sempre lembrar de Plínio Marcos e todo legado do dramaturgo no teatro e no cinema e o jornalista e crítico de cinema Rubens Ewald Filho, considerado um dos maiores especialistas em cinema, assistiu 37 mil filmes, passou pelas maiores emissoras do País. Foi ator, diretor, autor de livros e roteirista.

A lista é atores é extensa e tem exemplos como Mirian Goldenberg, Graziella Moretto, Guilherme Peirão Leal, Guta Ruiz, Sérgio Mamberti, Alexandre Borges.

E mais: Paulo Vilhena, Oscar Magrini, Bete Mendes, Juliana Silveira, Lolita Rodrigues, Nuno Leal Maia, Chico Botelho, Ícaro Martins, José Roberto Elieser, Aloysio Raulino, Afonso Poyart, entre outros.

Entre os exemplos mais recentes de atores ligados a Santos está Cristian Malheiros, que com 15 anos entrou na EAC Wilson Geraldo, mantida pela Secut e convênio com o Sindicato dos Artistas do Estado de São Paulo.

Em posse do certificado de conclusão, o formando pode dar entrada diretamente no processo de registro profissional (DRT)

Dois anos depois que ingressou na EAC em 2017, ganhou o papel de protagonista do filme Sócrates, pelo qual foi indicado para Melhor Protagonista Masculino no 34º Independent Spirit Awards.

O filme e, principalmente Malheiros, receberam elogios da crítica depois de ser lançado no circuito internacional de festivais de cinema, sendo indicado para a entrada oficial do Brasil para o Oscar de Melhor Filme Internacional.

De 2019 até 2024, Malheiros protagonizou como Nando a série de drama criminal Sintonia, criada e dirigida por KondZilla, da Netflix.

A série recebeu críticas positivas. A quarta temporada alcançou o 1º lugar no Top 10 Global de séries de língua não-inglesa da Netflix e ficou durante duas semanas no 1º lugar do Top 10 Brasil.

Em 2020, foi convidado por Luiz Päetow para estrelar como Anjo no filme Transmissão.

Em 2021, estreou na quinta temporada da série Sessão de Terapia, ao lado de Selton Mello. Por sua atuação, ele foi indicado ao Prêmio Contigo de Melhor Ator Coadjuvante em Novela ou Série.

No mesmo ano, foi aclamado por sua atuação no filme 7 Prisioneiros, da Netflix, onde atuou com Rodrigo Santoro em uma história que aborda o trabalho escravo e o tráfico de pessoas no Brasil.

Em maio de 2022, gravou o filme Biônicos, da Netflix, uma ficção científica sobre pessoas que convivem com a deficiência física e viram super-heróis quando lhes são implantadas próteses superpoderosas.

Em março de 2023, gravou a minissérie Aqueles Dias, do canal Arte 1, que conta a história da Semana de Arte Moderna de 1922.

Em agosto, gravou uma participação no filme O Combinado Não Sai Caro, uma comédia da Star Original Productions.

Atualmente, está atuando no filme Maníaco do Parque, do Prime Video.

Fonte: Prefeitura Municipal de Santos

Texto: Thadeu Aguiar

Fotos: Arquivos/PMS e Divulgação