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Sporting vence Benfica na primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal

O dérbi acabou 2-1 para o Sporting, mas tanto podia ter terminado 3-1 como 2-2 e isso diz muito sobre a intensidade do duelo entre os rivais lisboetas, mas reflete pouco o que se passou na primeira mão da meia final da Taça de Portugal desta noite no Estádio José Alvalade e com José Mourinho e Roberto Martínez entre os ilustres 45.393 espetadores.

Mais competente nos 90 minutos, os leões jogaram melhor, foram mais acutilantes e venceram. Apesar de ser uma equipa completamente inoperante na primeira parte (zero remates), as individualidades do Benfica apareceram depois dos 60 minutos e ainda correram atrás do empate, num jogo com dois golos anulados – um para cada equipa.

Segue-se a segunda mão da meia-final, no dia 3 de abril, no Estádio da Luz, e vale uma ida ao Jamor.

Aos nove minutos de jogo, Morten Hjulmand descobriu Pedro Gonçalves (Pote) ao segundo poste com um cruzamento milimétrico e deu-lhe asas para subir às alturas e cabecear à baliza de Trubin e inaugurar o marcador. Numa espécie de déjà vu, o Sporting abriu o marcador em seis das últimas sete meias-finais frente ao Benfica.

A equipa do Benfica começou por ter mais posse de bola e parecia querer jogar no erro da defensiva leonina enfraquecida pela ausência de Gonçalo Inácio, mas não conseguia aproximar-se da baliza defendida por Franco Israel, o guardião das Taças (5 presenças na Taça de Portugal e 3 na Taça da Liga), que só no segundo tempo seria colocado à prova.

O golo deu confiança à equipa de Rúben Amorim, que passou a dificultar a contrução de jogo dos campeões nacionais. E por mais que João Neves tentasse pegar no jogo do Benfica não tinha ajudantes à altura – João Mário foi assobiado cada vez que tocou na bola e isso foi afetando o seu descernimento – para lancar Rafa e Di María em velocidade.

Além disso, Matheus Reis tinha o corredor só para ele e isso era bom para Gyökeres criar desiquilíbrios. E os discretos, mas inscansáveis, Morita e Hjulmand ganhavam metros no campo e obrigavam a equipa de Roger Schmidt a defender com uma linha de cinco.

Oportunidades claras de jogo nem vê-las para lá do golo de Pote – apenas um cabeceamento de Diomande para as mãos de Trubin e um remate fraco de Gyökeres. O intervalo chegou sem que o Benfica fizesse qualquer remate à baliza leonina.

Ao intervalo Schmidt emendou um erro…

Era evidente a desinspiração encarnada a ligar setores no primeiro tempo e exigia-se a Schmidt mudanças. Os adeptos provavelmente pediriam um franco atirador como Arthur Cabral ou Marcos Leonardo para fazer mira à baliza do Sporting, mas o alemão optou por dar equilíbrio defensivo à equipa.

Por outras palavras, Schmidt emendou o erro na contrução do onze e deixou Bah no balneário, fazendo entrar Morato… o que obrigou Fredrik Aursnes a avançar no terreno e isso iria ser importante para ajudar a libertar Orkun Kökçü e dar asas a Di María para brilhar.

Assim que começou a segunda parte, Marcus Edwards caiu na grande área leonina, mas a marcação da grande penalidade foi revertida pelo VAR por um fora de jogo de Viktor Gyökeres antes do extremo sofrer a queda provocada pro Otamendi.

Caso o VAR tivesse validado o penálti, o capitão do Benfica veria o segundo cartão amarelo… assim manteve-se em campo, mas foi completamente humilhado pelo sueco, que amplicou o marcador aos 54 minutos, num lance de pura exibição de talento em que rodou sobre Otamendi antes de bater Trubin.

Geny Catamo teve o mérito de servir de trivela o 31º golo de Gyökeres esta época. Há 53 anos que um jogador não marcava nos três primeiros clássicos do futebol português

A vencer po 2-0, os leões pareciam ter o jogo controlado. Mas puro engano. Neres esteve 61 minutos (a mais) em campo até dar lugar a Casper Tengstedt, mas foi Di María a mexer com o jogo pelo corredor esquerdo.

Aos 68 minutos, o campeão do Mundo pela Argentina encontrou Aursnes, que solto de marcação atirou de primeira. Na primeira vez que foi colocado à prova, Israel foi batido e só não chumbou no teste porque o lance de Di María, que daria o empate aos benfiquistas num lance três minutos depois, foi invalidado por fora de jogo.

Em três minutos as águias fizeram tremer os leões. Com Pedro Gonçalves em missões menos ofensivas e Geny Catamo em dificuldade, Rúben Amorim deu novo folgo às alas leoninas com a entrada de Nuno Santos, que marcou mais um golo digno do prémio Puskas, mas o lance foi anulado por fora de jogo.

E isso deu um ânimo final ao Benfica, que pressionou em busca de um empate que não chegou e assim o Sporting venceu. Um triunfo que estatisticamente também serve de alerta. Das duas vezes que o Sporting venceu a 1.ª mão em casa para a Taça de Portugal… foi eliminado (1960-61, pelo FC Porto e 1958-59, pelo Benfica).

Fonte: Diário de Notícias / Portugal

Crédito da imagem: Gerardo Santos / Global Imagens