O adversário era complicado, o relvado estava difícil. Mesmo assim, o Sporting conseguiu somar os três pontos em Arouca com um triunfo por 3-0 e segurar a liderança na Liga, numa partida em que até chegou cedo à vantagem pelo inevitável Gyökeres mas na qual só colocou um ponto final em período de compensação graças a Catamo e Hjlumand.
“Foi longe de ter sido uma vitória tranquila”, admitiu Amorim no final.
Num terreno onde o FC Porto perdeu há pouco tempo e frente a um adversário que entrou em campo como o quinto melhor ataque da Liga, Rúben Amorim elegeu um onze onde continuou a faltar Gonçalo Inácio (que começou no banco, depois de recuperar de lesão), com Diomande a ocupar o lado esquerdo entre os centrais e Matheus Reis no lugar de Nuno Santos para dar mais solidez e compensar o maior adiantamento de Geny Catamo.
Pote e Gyökeres voltaram, também, à titularidade, onde se manteve o guarda-redes Franco Israel. Do outro lado, Daniel Sousa – que na época passada “roubou” dois pontos aos verde e brancos quando estava em Barcelos — só fez uma alteração em relação ao onze que goleou em Chaves, com Galovic a render Robson Bambu no centro da defesa.
Na frente, o temível quarteto constituído por Jason, Cristo González, Sylla e Mujica não se desfez, como era previsível.
Em dia de eleições, numa tarde fria e chuvosa e com as bancadas do Municipal de Arouca bem compostas, o Sporting entrou melhor, conseguindo chegar à área adversária com perigo em várias ocasiões nos primeiros minutos mas a má definição de Pote acabou por travar as intenções ofensivas da equipa.
A equipa da casa reagiu bem, saindo com qualidade da pressão, com Jason a surgir na área leonina para desviar um cruzamento de Sylla para fora e Cristo a tentar um remate que ainda assustou Israel.
Com o relvado a ficar cada vez mais pesado, o Sporting lá conseguiu adiantar-se no marcador à passagem do 19.º minuto pelo inevitável Gyökeres. O sueco tinha ameaçado num cabeceamento ao lado (13′) e concretizou mesmo, desviando para a baliza um cruzamento de Matheus Reis, bem desmarcado por uma diagonal de Trincão — foi uma espécie de homenagem a Fernando Peyroteo, melhor marcador da história do clube de Alvalade, no dia do 106.º aniversário do seu nascimento.
O ex-Coventry podia ter bisado pouco depois, quando se isolou após passe de Pote, mas acabou por acertar em De Arruabarrena (29′), mas até ao intervalo pertenceram ao Arouca os melhores lances de ataque.
Num deles, Franco Israel fez uma bela defesa após um remate em arco de Sylla, que aproveitou bem o espaço no lado direito da defesa visitante (34′), isto pouco depois de Mujica não ter chegado por pouco a um cruzamento de Jason.
Mais só a acabar
Com cada vez mais pedaços de relva levantados, o ritmo da partida ia ficando cada vez mais lento, como convinha aos visitantes, mas seria novamente Sylla a tentar a sua sorte, num disparo à entrada da área que saíu ao lado.
Para a segunda metade, Amorim fez entrar Inácio para o lugar de um pouco inspirado Quaresma mas a qualidade do jogo foi decaindo cada vez mais. A chuva voltou a aparecer, o terreno ficou cada vez mais esburacado e o Sporting interessado num jogo lento, sem grandes esticões, preferindo gerir a vantagem.
Por isso mesmo, foram raras as ocasiões de golo, com Gyökeres a permitir nova defesa ao guardião arouquense (49′) — o sueco não esteve particularmente inspirado e ainda desperdiçou mais dois ou três lances em que conseguiu fugir à marcação — e o Arouca a responder num remate de Mujica que Israel defendeu.
O jogo acabaria por ficar definido no período de compensação: primeiro num excelente lance individual de Geny Catamo (90’+2), depois numa finalização sem mácula de Hjulmand a passe de Gyökeres (90’+6).
Fonte: Diário de Notícias / Portugal
Crédito da imagem: Miguel Pereira / Global Imagens