A Índia tornou-se esta quarta-feira o primeiro país a colocar uma sonda espacial na superfície da Lua junto ao polo sul, com a alunagem bem-sucedida da nave não-tripulada Chandrayaan-3.
Quatro anos depois de uma tentativa falhada, a Índia juntou-se agora aos Estados Unidos, à Rússia e à China como os países que chegaram à superfície da lua. A Índia foi o primeiro a alunar no polo sul.
A Chandrayaan-3, que foi lançada em 14 de julho, pousou junto ao polo sul da Lua cerca das 13:30, hora de Lisboa.
O interesse nesta área está relacionado com as alegadas reservas de gelo, que poderiam apoiar postos avançados humanos e fornecer propulsão para as naves espaciais de missões a Marte e a outros destinos distantes.
O polo sul da Lua é também o objetivo das futuras missões tripuladas dos Estados Unidos, o programa Ártemis da NASA.
A partir de hoje o quarto país do mundo a marcar presença na Lua, a Índia tentou alcançar o polo sul lunar em 2019, com a nave espacial “Chandrayaan-2”, mas perdeu a comunicação antes de tocar na superfície lunar.
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, classificou o dia de hoje, em que a Índia se tornou o primeiro país a colocar uma sonda na superfície lunar junto ao polo sul, como “um dia histórico”. “É um dia histórico para o setor espacial indiano”, escreveu Modi na rede social X (antigo Twitter).
A missão Chandrayaan-3 é composta por um módulo de aterragem autónomo de 1,7 toneladas, um módulo de propulsão de 2,1 toneladas e um veículo robótico de 26 quilos e pretende desenvolver e testar novas tecnologias necessárias para missões interplanetárias.
As cargas úteis do módulo de aterragem incluem instrumentos para medir a condutividade térmica e a temperatura, para medir a sismicidade em torno do local de alunagem, para estimar a densidade do plasma e as suas variações, bem como um conjunto de retroreflectores laser passivos da NASA para estudos de alcance de laser na superfície lunar.
O veículo robótico está equipado nomeadamente com um espetrómetro de raios X de partículas alfa (APXS) e com um espetroscópio de decomposição induzida por laser (LIBS) para determinar a composição elementar na proximidade do local de aterragem.
Chandrayaan significa “nave lunar” em sânscrito. O programa foi desenvolvido pela Organização de Investigação Espacial Indiana (ISRO).
A bem-sucedida missão indiana realizou-se apenas alguns dias após a queda da Luna-25, a primeira sonda lançada pela Rússia à Lua desde 1976.
A Luna-25 despenhou-se na Lua no sábado depois de não ter conseguido entrar na órbita necessária para pousar na zona pretendida, também no polo sul.
O polo sul da Lua é a região onde os Estados Unidos querem colocar em dezembro de 2025 a primeira astronauta mulher e o primeiro astronauta negro, ao abrigo do novo programa lunar Artemis.
Apenas os Estados Unidos tiveram astronautas na superfície da Lua, entre 1969 e 1972, todos homens, no âmbito do programa Apollo.
Fonte e crédito da imagem: Diário de Notícias / Portugal