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Secretária de Estado defende investimento na cultura sem esperar resultados imediatos

A secretária de Estado da Cultura, Maria de Lurdes Craveiro, defendeu esta segunda-feira em Condeixa-a-Nova o investimento público no desenvolvimento cultural, alertando para o facto de os resultados nesta área exigirem tempo.

“Estes investimentos não terão uma projeção imediata”, já que “assim é com a cultura e o conhecimento”, disse a governante, ao intervir na sessão “Redes culturais e transição digital nas bibliotecas públicas da Região de Coimbra no âmbito do PRR”, realizada na Biblioteca Municipal Jorge Bento, naquele município do distrito de Coimbra.

Na ocasião, um protocolo de adesão à BiblioLED — Biblioteca Pública foi assinado entre a Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra, presidida pelo autarca Emílio Torrão, e a Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB), cujo subdiretor-geral, Bruno Eiras, esteve presente.

Com financiamento europeu no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), foi anunciada a compra de 160 computadores para a Rede Intermunicipal de Bibliotecas da Região de Coimbra, um investimento de cerca de 240 mil euros que beneficia as bibliotecas públicas dos 19 concelhos da região.

Através do PRR, está a ser possível “dar resposta a problemas herdados do passado”, afirmou Maria de Lurdes Craveiro no encerramento da cerimónia, para salientar que as bibliotecas, atualmente, não são apenas locais de leitura, funcionando também como “centros de aprendizagem”.

Na opinião da secretária de Estado da Cultura, o investimento na transição digital “melhorará o trabalho dos profissionais”, contribuindo para “um futuro mais promissor” da cultura em Portugal, com “uma cidadania mais informada e inclusiva”.

“Os resultados serão ligados às grandes expectativas de construção de riqueza intelectual, pensamento crítico, tolerância e paz”, domínios em que as bibliotecas “têm um papel crucial”, acentuou, ao terminar o discurso.

Por sua vez, Emílio Torrão lembrou que as bibliotecas do século XXI “enfrentam o desafio de se adaptar e reinventar”.

“Estamos a contribuir para a inclusão e acessibilidade, abrindo as portas para um acesso mais democrático e abrangente ao conhecimento”, enfatizou.

A partir de agora, segundo o presidente da CIM da Região de Coimbra, “quebram-se barreiras geográficas e temporais entre bibliotecas, permitindo que qualquer pessoa, a qualquer hora e em qualquer lugar, tenha acesso a um vasto universo de informações”.

O secretário executivo da CIM, Jorge Brito, fez uma apresentação da Rede Intermunicipal de Bibliotecas da Região de Coimbra, criada em 2017 no âmbito de uma parceria com a DGLAB, explicando que um dos objetivos é “estabelecer uma política de gestão da coleção com vista à rentabilização, otimização e empréstimo dos fundos documentais”.

Através do projeto, disse, os 19 municípios envolvidos pretendem ainda “disponibilizar, em portal coletivo, os catálogos das bibliotecas que integram a rede, facilitando o acesso dos utilizadores à informação que procuram e promover o empréstimo interbibliotecas”.

Na sessão, intervieram ainda Bruno Eiras e Nuno Moita, presidente da Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova.

Fonte: Diário de Notícias / Portugal

Crédito da imagem: Paulo Spranger