Visando ampliar a prevenção e o combate à violência nas escolas, a Prefeitura de Santos apresentou oficialmente esta terça-feira, no auditório da Secretaria Municipal de Educação (Seduc), o aplicativo “Botão de Alerta” para supervisores de ensino e diretores das 86 Unidades Municipais de Educação (UMEs).
Com ele, forças de segurança serão acionadas por funcionários da educação treinados para a função, para averiguar situações de risco nas unidades de ensino.
O aplicativo também será disponibilizado para escolas estaduais e particulares que quiserem ter acesso ao dispositivo. A solicitação poderá ser feita pelo gestor escolar pelo e-mail ccosantos@santos.sp.gov.br. Após o cadastro, funcionários das unidades serão incluídos no processo de treinamento para utilização do “Botão de Alerta”.
O dispositivo já está disponível para ser utilizado em situações de emergência por funcionários das UMEs, que estão sendo capacitados para utilizar o aplicativo. A previsão é de que o “botão” já esteja em pleno funcionamento nas escolas ainda nesta semana.
Segundo o prefeito Rogério Santos, não existe motivo para pânico. Ele explica que o aplicativo visa justamente uma ação coordenada e treinada dos funcionários, para um deslocamento rápido e preciso das forças de segurança em qualquer emergência.
“É uma tecnologia que a Prefeitura já vinha desenvolvendo e que vem dentro de uma série de medidas para conseguir aumentar a segurança nas escolas. Trata-se de um acionamento rápido, interligado à Guarda Municipal, à PM e à Polícia Civil, para que o atendimento seja ainda mais rápido e efetivo em alguma necessidade”, diz.
O delegado do Deic (Delegacia Especializada em Investigações Criminais de Santos), Fabiano Barbeiro, ressaltou o quanto atitudes como essa são positivas para a segurança de todos no ambiente escolar. “É fundamental a utilização desta ferramenta, que poderá auxiliar numa rápida resposta em atendimento de ocorrências graves.
Ao mesmo tempo, a Polícia Civil segue investigando todas as situações que surgem, principalmente no ambiente virtual”. Ele lembrou que recentemente o Deic identificou IPs de pessoas que propagavam informações falsas sobre atentados a escolas. “É sempre bom lembrar as pessoas que a propagação de informações falsas dessa magnitude são extremamente graves e configuram crimes passíveis de prisão, inclusive”, disse o delegado.
O comandante do Comando da Polícia Militar de Santos, Tenente Cel. PM Alexandre da Silva, também ressaltou a importância do dispositivo, bem como da união da sociedade civil na construção de políticas públicas de segurança. “Essa iniciativa vem para complementar os serviços que já existem, como o 190. O aplicativo é mais uma ferramenta que vai aprimorar o atendimento da Polícia Militar e ajudar a diminuir o tempo de resposta”.
Como funciona
O aplicativo foi desenvolvido por uma equipe do Centro de Controle Operacional (CCO), órgão vinculado à Secretaria de Governo (Segov). O “Botão de Alerta” terá uso restrito de funcionários das escolas. Ao ser disparado, o “botão” emite um sinal ao CCO, onde a Guarda Civil Municipal (GCM) e a Polícia Militar (PM) conseguirão identificar – em tempo real – a unidade da onde partiu o chamado e enviar imediatamente equipes para averiguar a situação.
Ações já adotadas
As rondas escolares em todas as 86 UMEs foram intensificadas e funcionam em esquema de rodízio com outros espaços públicos e em parceria com a Polícia Militar. Desde o último dia 10, guardas municipais também marcam presença nos horários de entrada e saída das escolas municipais. Além disso, a barreira virtual, por meio das câmeras nas unidades interligadas ao CCO, passou a operar com nível 3 (máximo), durante 24 horas.
O prefeito Rogério Santos se reuniu com representantes das polícias Civil e Militar, em Santos, e solicitou o reforço do policiamento em todas as unidades e a investigação sobre ameaças e organização de supostos ataques nas redes sociais.
Também já solicitou, por meio de ofício, uma reunião com representantes do Governo do Estado, que responde pela Segurança Pública, para garantir a integridade de todos – alunos, professores e funcionários – das escolas municipais, bem como a tranquilidade de pais e responsáveis pelos estudantes.
A Prefeitura de Santos anunciou, ainda, que a fiscalização dentro e fora das 86 escolas municipais será intensificada com a contratação de seguranças particulares, por meio de licitação em caráter emergencial.
O Município também buscará parcerias com universidades para atendimento psicológico nas escolas, abrirá concurso público para 150 novos guardas municipais, ampliará a concessão de horas extras para os profissionais da corporação que atuam no monitoramento por câmeras e do efetivo para patrulhamento escolar, além da aquisição de novos armamentos e o aumento da frota de veículos para a Guarda Civil Municipal.
Justiça Restaurativa
O combate ao bullying e situações de conflitos também estão presentes nas escolas municipais de Santos e fazem parte do Programa Municipal de Justiça Restaurativa, criado em 2014, com nove escolas-piloto. Atualmente, está presente nas 86 UMEs.
A cultura da paz faz parte do PPP (Plano Político-Pedagógico) das 86 unidades municipais, das quais cinco têm núcleos dentro do seu espaço físico, por meio de parceria com o Rotary Club Santos Boqueirão: UME Prof. Avelino da Paz Vieira, UME João Papa Sobrinho, UME Edméa Ladevig, UME Antônio Demóstenes de Souza Britto e UME Colégio Santista.
Todas as unidades utilizam e realizam as práticas restaurativas como o perguntar restaurativo, os círculos de paz e os círculos restaurativos, além de palestras e rodas de escuta para auxiliar na harmonização do ambiente escolar. Em casos de identificação de conflitos, são aplicados o diálogo restaurativo, a mediação escolar, encontros restaurativos, entre outras ações.
Fonte: Prefeitura Municipal de Santos
Crédito das imagens: Marcelo Martins / PMS