O Presidente russo, Vladimir Putin, comprometeu-se esta quinta-feira com a expansão da influência dos BRICS, que a Rússia integra com Brasil, China, Índia e África do Sul, depois de a parceria ter anunciado o alargamento a seis países.
Arábia Saudita, Argentina, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irão vão fazer parte do bloco das economias emergentes a partir de 1 de janeiro de 2014, decidiram os líderes dos BRICS reunidos na cidade sul-africana de Joanesburgo.
“Vamos continuar a causa que iniciámos convosco para expandir a influência dos BRICS no mundo”, afirmou Putin por videoconferência no encerramento da cimeira, citado pela agência espanhola EFE.
Putin foi o único líder dos cinco BRICS que não se deslocou a Joanesburgo por ser alvo de um mandado de captura do Tribunal Penal Internacional por alegados crimes de guerra na Ucrânia, que Moscovo invadiu em 2022.
O líder russo fez-se representar na cimeira pelo seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov.
A intervenção de Putin ocorreu no dia seguinte ao acidente aéreo em que terá morrido o chefe do Grupo Wagner e seu antigo aliado, Yevgeny Prigozhin, sobre o qual o Governo russo não se pronunciou oficialmente.
Lavrov, que teve um papel discreto em Joanesburgo, evitou hoje fazer declarações aos jornalistas e conseguiu esquivar-se a possíveis perguntas sobre a morte de Prigozhin, segundo a agência espanhola Europa Press.
A agência federal de transportes aéreos russa disse que o nome de Prigozhin constava da lista de passageiros do jato privado que se despenhou na quarta-feira por razões desconhecidas durante um voo entre Moscovo e São Petersburgo.
As dez pessoas a bordo, incluindo Dmitry Utkin, outro fundador do grupo de mercenários Wagner, morreram no acidente.
Putin felicitou os novos membros dos BRICS e elogiou o papel do homólogo sul-africano, Cyril Ramaphosa, cujo país preside atualmente ao bloco.
“Devo salientar que, no final, este trabalho não foi fácil e que o Presidente Ramaphosa demonstrou uma capacidade diplomática espantosa para chegar a acordo sobre todas as posições, incluindo as relacionadas com o alargamento dos BRICS”, afirmou, citado pela agência russa TASS.
Disse ainda que uma das questões importantes para o bloco é a adoção de um único meio de pagamento para as transações entre os membros do BRICS.
“É uma questão complexa, mas, de uma forma ou de outra, vamos avançar para a solução desses problemas”, afirmou.
Fonte: Diário de Notícias / Portugal
Crédito da imagem: Mikhail Metzel / SPUTNIK / AFP