Dia D…uzentos para Cristiano Ronaldo de quinas ao peito. O capitão português alinhou de início na vitória de Portugal sobre a Islândia (1-0), de apuramento para o Euro 2024, e chegou às 200 internacionalizações, uma marca histórica distinguida pela Federação Portuguesa de Futebol e pelo Guinness World Records. E com esse bónus de ter marcado o golo do triunfo português. Mais um sem sofrer golos.
CR7 estreou-se pela seleção nacional a 20 de agosto de 2003 (1-0, num particular com o Cazaquistão, em Chaves), chegou aos 100 jogos a 16 de outubro de 2012, diante da Irlanda do Norte no Estádio do Dragão e, ontem aos 200, depois de ter batido o recorde mundial de internacionalizações em março quando entrou pela 197.ª vez em campo ao serviço de Portugal.
Impressionante tendo ainda em conta que foi titular em 185 partidas e marcou 123 golos (também um recorde mundial).
Um deles marcado hoje à Islândia, num Estádio Laugardalsvöllur lotado – não acontecia há mais de quatro anos – com mais de 15 mil pessoas, muitas delas fãs confessas do capitão português.
Ronaldomania à parte, Roberto Martínez promoveu quatro alterações no onze de Portugal no quarto jogo da qualificação para o próximo europeu: Dalot, Pepe, Rúben Neves e Rafael Leão entram para os lugares de Raphael Guerreiro, António Silva, João Palhinha e João Félix.
Sem abdicar do sistema de três centrai, o selecionador construiu uma defesa à volta de Rúben Dias, com Pepe do lado direito e Danilo do lado esquerdo. E as primeiras ameaças de golo saíram da cabeça de Rúben Dias (8″) e Pepe (16″).
Portugal entrou bem na partida, mas, aos poucos, a seleção islandesa corrigiu posicionamentos e organizou-se, saindo bem para o ataque. Exemplo disso mesmo foi o movimento de Victor Pálsson, que aos 24 minutos apareceu solto na área, após receber uma bola de um lançamento lateral, e criou muito perigo para Diogo Costa.
Posse de bola sem remates enquadrados
Apesar da muita posse de bola, persistiam as dificuldades para criar oportunidades de golo por parte da equipa portuguesa, que jogou simbolicamente de branco, tal como o fez quando Ronaldo se estreou há 20 anos.
O recurso ao remate de meia distância foi quase inexistente nos primeiros 45 minutos. Esse deve ter sido um dos reparos feitos ao intervalo por Roberto Martínez, que pela primeira vez em quatro jogos chegou ao intervalo com o marcador a zero.
Assim que começou o segundo tempo, Rafael Leão apareceu em zona frontal e disparou à baliza de Rúnar Rúnarsson, mas a bola passou muito por cima. As aparições portuguesas junto à baliza contrária eram cada vez mais persistente. Talvez porque a missão de Bernardo Silva.
Havia urgência em chegar ao golo e isso denunciava o jogo português. Cristiano Ronaldo tirou tinta à barra da baliza islandesa aos 49 minutos, mas havia muito para refletir e corrigir. Apesar das muitas ofensivas, a seleção nacional teimava em não fazer qualquer remate enquadrado com a baliza.
Martínez percebeu e mexeu na equipa. Raphael Guerreiro entrou para o lugar de Cancelo e chegou às 64 internacionalizações de Eusébio, mas aos 73 minutos faltou-lhe a inspiração do Pantera Negra na hora do remate.
Expulsão de Willumsson e instinto de Gonçalo Inácio
E Willum Willumsson foi fazendo avisos à defensiva portuguesa até ser expulso, devido a uma entrada dura sobre Gonçalo Inácio, que tinha entrado para o lugar de Rúben Neves. O defesa central do Sporting foi decisivo a oferecer o golo da vitória a Ronaldo. Foi milimétrico e foi preciso esperar alguns minutos pela validação do VAR, mas estava escrito que o capitão ia marcar no seu jogo 200.
Um golo que valeu três pontos numa partida histórica, mais uma entre muitas na carreira de CR7, que já leva cinco golos em quatro jogos na era Roberto Martínez, que segue 100% vitorioso no comando da seleção, depois das vitórias diante do Liechtenstein (4-0), Luxemburgo (6-0) e Bósnia (3-0).
E com esse dado importante: pela primeira vez na história, Portugal terminou os quatro primeiros jogos numa fase de qualificação sem qualquer golo sofrido e segue na liderança do grupo J, com 12 pontos.
O Luxemburgo protagonizou uma das surpresas da noite ao derrotar fora a Bósnia (2-0) e segue no terceiro lugar, agora com 7 pontos, menos três do que a Eslováquia, que foi vencer a casa do Liechtenstein (1-0), que ainda não pontuou.
Fonte: Diário de Notícias / Portugal
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