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Ronaldo crítico: “O que tem acontecido em Portugal é um circo”

Cristiano Ronaldo pronunciou-se esta terça-feira de forma muito negativa sobre o atual estado do futebol português com constantes polémicas, considerando que o que se tem assistido é um “circo” e chegando ao ponto de afirmar que “a liga árabe é melhor do que a portuguesa”.

A pergunta impunha-se. Mesmo longe de Portugal, como é que o capitão da seleção olha para todas as polémicas dos últimos tempos no futebol português, cujo caso mais flagrante aconteceu no domingo, no FC Porto-Arouca, com o jogo a ter 25 minutos de descontos, avarias no VAR, trocas de acusações e responsabilidades.

“Não me surpreende, sinceramente”, começou por referir CR7, lembrando que “polémicas existem todos os campeonatos”, mas que “em Portugal tem havido muitas”. E depois passou às críticas: “É uma fase menos boa, mas que espero que seja retificada. Há pouco abri um jornal para ver o que rolava e as primeiras três notícias eram fora do futebol. Faz-nos pensar e dizer que afinal o mais importante é uma má notícia. Sou português e isso preocupa-me.”

O capitão da seleção revelou depois que, na sua opinião, todas estas polémicas e o constante ruído só prejudicam o futebol português. “Gostava que a liga portuguesa fosse de top, mas não é nem vai ser. É toda a gente a opinar, a debater, 40 canais a falar. Isso é muito mau. Por isso é que nos próximos tempos não será de top, como a inglesa, a espanhola ou a alemã. Achava que podia entrar no top 4 ou 5, mas assim não acredito”, atirou, concluindo com duas ideias fortes:

“Acredito que a Liga árabe é melhor do que a portuguesa. Não é só pelas polémicas e pelo barulho, a qualidade dos nomes é muito melhor. Espero que possa melhorar, sei que será difícil. Possivelmente impossível. Acaba por ser um circo o que temos visto em Portugal nos últimos tempos.”

Estes comentários fortes foram feitos no final da conferência de imprensa, na Cidade do Futebol, em Oeiras, onde a seleção prepara a dupla jornada de apuramento para o Europeu de 2024 – amanhã a equipa das quinas defronta a Eslováquia e na terça-feira o Luxemburgo.

Antes, muito bem-disposto, Ronaldo falou sobre os 850 golos que já leva e da rivalidade com Messi, agora que os dois craques já não estão na Europa – CR7 no Al Nassr, da Arábia Saudita, e o argentino nos EUA, no Inter Miami.

“850 golos é um marco histórico. Para mim foi um orgulho alcançar esses números que nunca pensei. Mas quero mais. Enquanto jogar a fasquia tem de estar cá em cima. Agradeço aos clubes que me ajudaram”, referiu, falando depois de Messi:

“Era uma rivalidade que já foi, mas era uma rivalidade boa. Quem gosta do Cristiano não tem de odiar o Messi e vice-versa. São os dois bons ou muito bons e mudaram a história do futebol, mas cada um faz o seu caminho. Ele tem feito bem e eu também. O legado continua. Compartilhámos muitas vezes o palco, foram 15 anos. Não digo que somos amigos, nunca jantei com ele, mas respeito e somos colegas de profissão.”

O maluquinho da Arábia

O capitão da seleção foi ainda questionado sobre as críticas feitas ao futebol saudita. E foi taxativo na resposta. “É normal criticar, qual é a liga que não é criticada? Onde não há problemas e controvérsia? Há em todo o lado. Toda a gente pensava que eu era maluquinho, o maluquinho não é tão maluquinho, pois já é normal jogar na liga árabe. Como jogador do Al Nassr, sabia que isto ia acontecer, é um privilégio mudar uma cultura de um país e o futebol, ter grandes craques. Fui o pioneiro e sinto-me orgulhoso. O que mais quero é continuar a evoluir sempre, para que a liga seja de topo”, referiu.

Ronaldo falou depois da dupla jornada europeia que tem início amanhã, em Bratislava, frente à Eslováquia, e que termina terça-feira no Algarve com o Luxemburgo.

“Queremos muito ganhar estes dois jogos, sabemos que ganhando estamos praticamente apurados. São dois bons jogos, difíceis, sobretudo este contra a Eslováquia. Jogos fora são normalmente mais complicados. Mas a equipa está bem e confiante. Vamos tentar ganhar e depois também em casa ao Luxemburgo, pois ganhando sabemos que estamos quase qualificados”, analisou.

Por responder ficou a questão sobre se irá continuar na seleção até ao Mundial 2026, que se vai disputar no Canadá, Estados Unidose México, pois já tem 38 anos.

“Vou ser sincero. Hoje em dia, especialmente nos últimos dois anos, penso de forma diferente. Aconteceram coisas que me fizeram pensar que a vida tem de ser o momento. Já não consigo pensar a longo prazo. Tudo pode acontecer, há qualquer coisa e muda tudo. Quero desfrutar do momento, ambicionar ir ao Europeu e fazer um excelente Europeu. E tudo o resto veremos. A vida é dinâmica e não se sabe o que pode acontecer. É enjoy the moment”.

Fonte e crédito da imagem: Diário de Notícias / Portugal