Ribatejo mostra que “existe” com novo plano de ação para 2026

A Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo deu a conhecer o seu plano de ação para o território do Ribatejo para o ano de 2026, afirmando, desde logo, José Santos, presidente da ERT, que “haverá um reforço do orçamento e investimento para o Ribatejo” que, segundo o mesmo é de “cerca de 150 mil euros superior”, constituindo um terço do total investido pela entidade em campanhas promocionais, ultrapassando, assim, o meio milhão de euros.

O novo plano de ação para o Ribatejo assenta, para 2026, em quatro eixos de intervenção (ver caixa). Assim, o primeiro passa pelo aumento da notoriedade da marca Ribatejo; o segundo pela estruturação de produto turístico; a terceira, pelo desenvolvimento de novos produtos e apoio à comercialização, e, por fim, o quarto, pelo apoio à captação e promoção de eventos de projeção do destino.

José Santos salientou, no início, que “partilhamos uma visão integrada entre as duas estruturas” [Entidade Regional de Turismo e Agência Regional de Promoção Turística], frisando que “o que importa é ter uma estratégia mais eficiente, mais integrada para a valorização do turismo, neste caso, do turismo do Ribatejo”, passando essa visão, desde logo, pela “autonomização do marketing turístico do Ribatejo”.

Explicados os vários pontos de cada eixo de intervenção, José Santos reconheceu que “falta uma oferta consistente ao nível do alojamento”, revelando a promoção, em 2024, de uma iniciativa – Roteiros de Investimento – com as câmaras de Santarém, Alpiarça e Coruche, mas que se trata de uma área onde “não temos competência direta”, mas de um trabalho com um carácter de “grande de voluntarismo”, no qual a ERT aplicou recursos financeiros e, em conjunto com os três municípios, contratou uma equipa de consultores para identificar oportunidades de investimento.

“Acho que há uma dinâmica de procura e de projetos muito significativa”, disse José Santos, acreditando, ainda que “este trabalho de notoriedade e comunicação que temos usado está a ajudar a fazer crescer o Ribatejo de uma outra maneira”, antecipando que os roteiros serão retomados no próximo ano num trabalho com outros municípios, frisando, igualmente, a necessidade de “uma maior intervenção dos agentes privados”.

José Santos admitiu que o vinho, a gastronomia, a agricultura e a literatura“ são, de facto, as molas da alavancagem do turismo do Ribatejo. Há um trabalho de estruturação pela frente que temos de realizar e que tem vindo a ser realizado”, destacando que, “nestes primeiros dois anos a nossa grande preocupação foi mostrar que o Ribatejo existe”.

Do ponto de vista da promoção internacional, José Santos reconhece que, “claramente o enoturismo ou a enogastronomia são as grandes alavancas”, ainda que produtos como o equestre e o literário sejam assumidos como “importantes”. “Mas claramente sentimos que a grande porta de entrada de visitação para o mercado norte-americano e inglês venham do vinho e da gastronomia”, referiu o presidente da ERT Alentejo e Ribatejo.

Além disso, José Santos salientou que “gostamos muito de importar eventos gastronómicos com marcas de fora”, admitindo que “temos de criar as nossas próprias marcas”.

“O país tem de criar as suas próprias marcas e o Ribatejo, que é de facto uma região com uma identidade fortíssima, tem de conseguir transmitir isso para fora”, reconhecendo ainda que, pelas visitas que faz enquanto presidente da ARPT às várias feiras internacionais, “as pessoas querem autenticidade, querem estar próximas das comunidades e o Ribatejo tem tudo isso”.

“É com essa expectativa que olhamos para os próximos anos e continuamos a dizer que o Ribatejo é o próximo destino turístico de Portugal, mas que, daqui a três anos, queremos afirmar que o Ribatejo já é um destino turístico de Portugal”.

Quanto ao aproveitamento da proximidade com Lisboa e a chegada de milhões de turistas à capital, José Santos admitiu que a região “está a começar a aproveitar”, fazendo referência ao número de DMC [32] inscritos no workshop que se seguiria à conferência de imprensa.

“O facto é que sabemos que em muitos hotéis em Lisboa e mesmo junto do trade, ainda existe desconhecimento da oferta turística do Ribatejo”.

Por isso mesmo, José Santos terminou a sua intervenção admitindo que “o melhor ainda está para vir”.

Os eixos intervenção para o Ribatejo

Eixo 1 – Aumento da notoriedade da marca Ribatejo

  • Campanhas publicitárias durante todo o ano com maior foco nos períodos off-season
  • Inclusão de conteúdos do Ribatejo nas campanhas promocionais em Espanha
  • Consolidação da presença na Better Tourism Lisbon Travel Market através de stand próprio
  • Participação na Feira Internacional de Artesanato (FIA) como Região Convidada
  • Parceria com grupos de imprensa para edições especiais
  • Organização de press-trips / influencer trips
  • Continuação do esforço PR
  • Esforço de PR para promoção de Rio Maior no âmbito dos jogos da Liga Portuguesa de futebol
  • Criação da figura dos Embaixadores do Ribatejo – apresentação publica prevista para outubro de 2026

Eixo 2 – Estruturação de produto turístico

  • Estruturação da Rede de Percursos Pedestres da Lezíria do Tejo
  • Apoio à dinamização dos Centros de Cycling
  • Criação dos Roteiros Literários
  • Caminhos de Santiago
  • Caminhos de Fátima
  • Alargamento da rede de turismo industrial
  • Experiência do Montado

Eixo 3 – Incentivo ao desenvolvimento de novos produtos e apoio à comercialização

  • Ribatejo Tours – Organização de Fam Trips
  • Organização de Corporate Tours para promoção do MICE
  • Seminário de Vendas
  • Participação em ações B2B no país
  • Promoção de campanhas cooperadas com TO para a promoção de novos produtos e itinerários (lançamento de novos circuitos e itinerários)
  • Apoio à Rota dos Vinhos do Tejo no contexto do PROVERE ENOTUR
  • Conclusão do processo de Certificação do Torricado enquanto Especialidade Tradicional Garantida (EGT)
  • Programa de Desenvolvimento da Serra de Aire & Candeeiros, no qual a Entidade de Turismo assume a execução do plano de promoção Regional

Eixo 4 – Apoio à captação e promoção de eventos de projeção do destino

  • Ativação da marca em eventos de projeção (Feira Nacional da Agricultura, Festival Nacional da Gastronomia, Feira Nacional do Cavalo)
  • Criação do stand específico para a promoção do Ribatejo e do Turismo Esquestre na Feira Nacional do Cavalo. Promoção de press trips e ações de ativação
  • Organização e promoção de Calendário de Eventos Equestres em colaboração com a Companhia das Lezírias e Municípios
  • Organização do evento gastronómico Raízes Vivas por vários concelhos do Ribatejo
  • Promoção do Festival Literário do Alentejo e do Ribatejo
  • Promoção do Alentejo & Ribatejo Food Love Fest
  • Inclusão de eventos com carácter estratégico no Calendário de Eventos
Fonte e crédito da imagem: www.publituris.pt