Magia e maturidade no 20.º jogo da época sem perder! O Benfica garantiu hoje um lugar entre as 16 melhores equipas da Europa ao vencer a Juventus, num jogo com sete golos (4-3). Com uma das coreografias mais espetaculares que as bancadas do Estádio da Luz criaram em 19 anos, António Silva abriu as portas dos oitavos de final da Liga dos Campeões e Rafa Silva fechou-as com arte.
O susto final não tira mérito ou brilhantismo à vitória encarnada, que garantiu os oitavos e mais 9,6 milhões de euros (num total de 58 milhões amealhados até agora. É a sétima vez que os benfiquistas se apuram para a fase a eliminar e se não perder em Israel, na última jornada, bate o recorde de pontos numa fase de grupos da Champions (12 ou 14 pontos).
Também o PSG se apurou ao golear o Maccabi Haifa (7-2).
Roger Schmidt repetiu o onze que apresentou quer frente ao FC Porto, quer frente ao Paris Saint-Germain (PSG), no Parques dos Príncipes. Foi do banco que David Neres viu a equipa encarnada entrar forte e pressionante no jogo, colocando sete/oito jogadores à entrada da área italiana e sem permitir à Juventus espaço para pensar.
Se no jogo da primeira volta António Silva foi notícia pela exibição exemplar e o dedo em riste na cara de Bonucci, hoje o jovem central fez ainda melhor. Foi ele, que aos 17 minutos inaugurou o marcador, ao desviar subtilmente a bola para a baliza, após um cruzamento de Enzo. O defesa central, que ainda nem era nascido quando a Luz foi inaugurada (25 de outubro de 2003), estreou-se a marcar e tornou-se assim no terceiro mais jovem (18 anos, 11 meses e 25 dias) a marcar pelas águias na prova, depois de Gonçalo Guedes e António Simões.
A vecchia signora, que até precisava vencer foi obrigada a jogar na reação. E a verdade é que da primeira vez ainda reagiu. Vlahovic fez o empate num lance confuso e a precisar de VAR para tirar as dúvidas sobre a legalidade do lance. Mas a noite era encarnada, como o provaram dois golos em sete minutos. Uma mão (que pareceu involuntária) de Cuadrado deu a possibilidade ao Benfica para voltar a adiantar-se no marcador. Obra do pé esquerdo de João Mário.
O marcador oficial dos penáltis foi à marca dos 11 metros fazer o 2-1, antes de proporcionar a Rafa um momento de génio. O camisola dez cruzou rasteiro para o número 27 aparecer na cara de Szczesny a desviar a bola para a baliza de calcanhar. Magia pura. Há 11 anos que Benfica não marcava três golos na primeira parte num jogo da Champions.
Chapéu e susto a dobrar
No regresso do intervalo, Rafa mostrou que é um jogador capaz do melhor quando acarinhado. E carinho não lhe faltou. Depois de criar desequilíbrios usando o velocidade e marcar um golo magistral de calcanhar nos primeiros 45 minutos, o camisola 27 do Benfica voltou a bater Szczesny no início do segundo tempo.
Um golo que consumava a goleada tática de Schmidt a Allegri ou a ilusão de um jogo ganho perante uma Juventus que parecia morta animicamente aos 50 minutos de jogo. Parecia… As excelentes armas individuais e coletivas da vecchia signora facilmente deram a volta ao negro cenário. Muito por culpa de Samuel Iling, a Juve começou por criar perigo nas bolas paradas para depois materializar as oportunidades criadas em golo. Primeiro por Arkadiusz Milik e depois por Weston McKennie.
Dois golos de rajada a deixar a Luz apreensiva antes de Schmidt mexer (finalmente) na equipa para dar agressividade nas transições com David Neres e Musa e permitir a Rafa a ovação merecida, apesar da perdida escandalosa segundos antes. Correu mais de 30 metros isolado para rematar ao poste! Ele não escondeu a desilusão.
Allegri, que a postou em Gatti de início em vez de Rugani, viu o médio falhar a oportunidade de fazer o empate já depois dos 90 minutos. E assim, o Benfica somou a sexta vitória (em oito jogos) frente aos italianos.
Fonte: Diário de Notícias / Portugal
Crédito da imagem: Gerardo Santos / Global Imagens