A qualificação para a fase final do Euro 2024 é, para já, o principal desafio do espanhol Roberto Martínez, confirmado esta segunda-feira como novo selecionador de Portugal, mas primeiro terá de esclarecer o futuro de Cristiano Ronaldo na equipa.
Depois de ter estado seis anos à frente da “geração de ouro” da Bélgica, Roberto Martínez, de 49 anos, apanha agora uma equipa portuguesa recheada de talento e juventude, em que grande parte dos jogadores atuam nos principais campeonatos europeus, com Ronaldo a aparecer como o grande ponto de interrogação.
A um mês de completar 38 anos, o histórico capitão da seleção nacional atua agora na Arábia Saudita, no Al Nassr, após duas décadas no topo da Europa e mundo, ficando a dúvida que papel poderá ter no projeto de Martínez.
Por exemplo, com Fernando Santos, Ronaldo foi várias vezes poupado, ficando de fora de alguns jogos particulares, como também da fase de qualificação para primeira edição da Liga de Nações, que Portugal acabaria por conquistar.
Em castelhano, e prometendo que vai “tentar aprender português o mais rapidamente possível”, o espanhol foi vago quando questionado sobre como vai gerir a situação de Ronaldo:
“As decisões têm de se tomar em campo. Não sou um treinador de tomar decisões no escritório. Quero conhecer todos, e quero falar com todos. A minha base são os 26 que estiveram no Mundial do Qatar. Cristiano Ronaldo faz parte dessa lista, esteve 19 anos na seleção e merece respeito. Vamos falar. A partir daí, cabe-me fazer a melhor lista para o Europeu. Amanhã começaremos a trabalhar, a conhecer todos os jogadores, e o Cristiano é um deles”, referiu.
O central Pepe, que se torna quarentão em fevereiro, também será outra das dúvidas de Martínez.
Com ou sem Ronaldo e Pepe, o treinador espanhol vai voltar a ter à sua disposição um largo grupo de jogadores talentosos, com Bernardo Silva e Bruno Fernandes à cabeça, e com o objetivo de levar Portugal a um novo título internacional.
O primeiro desafio será já a fase de qualificação para o Euro 2024, que vai decorrer na Alemanha, num Grupo J que parece, na teoria, ser totalmente acessível às ambições lusas.
Na estreia, agendada para 23 de março, Portugal terá pela frente o Liechtenstein, em casa, e dias depois uma viagem ao Luxemburgo, em dois desafios em que a seleção nacional é totalmente favorita.
A primeira “prova de jogo” poderá ocorrer em junho com uma deslocação à Islândia, embora os nórdicos tenham perdido força os últimos anos. Em setembro, a equipa das Quinas joga na Eslováquia.
Os encontros com a Bósnia-Herzegovina também podem trazer dificuldades a Portugal e a Martínez, embora os lusos tenham sempre o “rótulo” de favorito.
Fonte: Jornal de Notícias – Diário de Notícias / Portugal
Crédito da imagem: António Pedro Santos / EPA