O presidente do PSD reafirmou hoje não vai fazer qualquer coligação com o partido Chega e que só governará se ganhar as eleições legislativas.
“Eu venho para ganhar as eleições e para governar o país e já disse que só governo se ganhar as eleições”, disse aos jornalistas Luis Montenegro, em Portimão.
O líder social-democrata falava à chegada à estação ferroviária de Portimão, no final de uma viagem de comboio entre Tunes, no concelho de Silves, e Portimão no âmbito da iniciativa Sentir Portugal.
Luís Montenegro declarou que, sem maioria absoluta, o PSD tem de “desafiar todos os outros partidos a respeitarem a vontade popular e a encontrarem instrumentos no parlamento que façam com que o Governo possa executar o seu programa, excluindo o Chega”.
“É isso que nós vamos fazer”, destacou.
Contudo, o presidente do PSD manifestou-se “empenhado em ganhar as eleições, em conquistar o maior número de votos possível para que o PSD sozinho tenha condições de estabilidade governativa”.
Questionado sobre posições manifestadas por alguns militantes e ex-dirigentes do partido, como o ex-ministro Miguel Relvas, favoráveis a coligações ou acordos com outros partidos políticos da área da direita para a formação de um eventual Governo, Montenegro respondeu que o PSD “tem órgãos eleitos e estratégias sufragadas”.
“O PSD é um partido democrático onde as pessoas são livres de manifestarem as suas posições, mas nós estamos a cumprir de forma integral e honesta a estratégia que delineámos”, salientou.
O líder social-democrata disse que vai apresentar ao eleitorado um projeto político “mobilizador e que corresponde ao sentimento maioritário dos eleitores e àqueles que estão frustrados e dececionados com o terceiro pântano político que o PS trouxe ao país”.
Montenegro preocupado com credibilidade das instituições judiciais e politicas
O presidente do PSD manifestou-se hoje preocupado com a credibilidade das instituições judiciais e políticas portuguesas, escusando-se “a alimentar mais o desprestigio e a desconfiança” que tem crescido junto das pessoas.
“Não vou interferir diretamente nisso, mas não quer dizer que não estou muito preocupado com a credibilidade das instituições, sejam políticas, sejam judiciais”, disse Luís Montenegro, em Portimão, no distrito de Faro.
Luís Montenegro escusou-se a comentar as medidas de coação e o processo judicial que envolve o chefe de gabinete do primeiro-ministro e a “alimentar mais o desprestígio e a desconfiança que tem crescido a propósito das instituições da mais variada natureza”.
“Neste momento, há um processo que tem a sua tramitação e temos de aguardar que as autoridades façam o seu trabalho”, disse.
Montenegro rejeitou “fazer qualquer interferência no processo” judicial pedindo que deixem as autoridades de investigação “possam produzir o seu trabalho e as pessoas envolvidas possam ter os mecanismos para se defenderem”.
“O que desejamos na justiça portuguesa é que ela tenha instrumentos para ser célere e eficiente e o que desejo é que as autoridades possam produzir o seu trabalho”, defendeu.
Para o líder social-democrata, os partidos têm de ser intervenientes para dar confiança às pessoas para que elas acreditem nas instituições que as representam, seja ao nível do poder político, seja ao nível do poder judicial”.
“Estou empenhado em oferecer isso a Portugal para os próximos anos e não vou alimentar mais o desprestígio e a desconfiança que tem crescido nas instituições”, concluiu.
Fonte: Diário de Notícias / Portugal
Crédito: Luís Forra / LUSA