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Praia Azul-Conchinha: entre rochas e poesia, em Leça da Palmeira

Desde junho que a bandeira azul está hasteada sobre este areal em Leça da Palmeira. É uma das 17 praias do concelho de Matosinhos que este ano foram distinguidas pela qualidade ambiental.

É numa pequena enseada, de areias finas e protegida dos ventos fortes por montículos de rochas, que muitos veraneantes gostam de estender a toalha nos dias quentes do verão.

Pese embora a não rara neblina que ali se instala, às vezes por várias horas, a praia Azul-Conchinha, em Leça da Palmeira, é um recanto aconchegante e cheio de histórias.

Uma delas, trágica, é recordada num painel erguido no passadiço que a envolve e que é Caminho de Santiago. Numa madrugada de inverno do ano 1913, o paquete britânico Veronese, que ia a caminho do Brasil, ficou encalhado nos lenhos (rochedos em frente à praia) e naufragou.

Durante três dias, sob condições muito adversas, com mar bravo e tempestade, conseguiram resgatar-se 188 das 232 pessoas que estavam a bordo.

Noutro painel, aborda-se a lenda da vieira de Santiago e adverte-se os peregrinos para os quilómetros que se seguem: “A concha da vieira associada à devoção a Santiago tem a sua origem, segundo a tradição, nos extensos areais de Leça e de Matosinhos que acabámos de deixar para trás. Mas agora a paisagem muda e tem início a trágica Costa Negra”.

“Durante os próximos quilómetros e ao longo deste passadiço, os peregrinos e caminhantes que rumam para Compostela vão percorrer uma região extremamente rochosa e perigosa, palco de mortíferos naufrágios”.

Os perigos, hoje, não são muitos, e poucos há para os banhistas da praia Azul-Conchinha durante a época balnear. Esta é vigiada e este ano voltou a receber a Bandeira Azul, que tinha perdido em 2021, e que garante segurança ambiental e conforto aos frequentadores.

Há também património histórico para conhecer nas imediações. Como a Capela da Boa Nova, erguida nos rochedos a sul, bem como o moinho que, pensa-se, terá pertencido a um antigo mosteiro do século XIV.

Entre este e o carismático farol construído nos anos 1920, homenageia-se num conjunto escultórico o poeta António Nobre, que ali foi buscar matéria para os poemas de “Só”.

Praia Azul-Conchinha
Acesso a deficientes…SIM
Bandeira Azul…SIM
Chuveiros…SIM
Estacionamento…SIM

Fonte: www.evasoes.pt

Crédito das imagens: Artur Machado / GI