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PR e o caso de Galamba: “Mantenho exatamente o que disse há 15 dias”

Marcelo Rebelo de Sousa garantiu esta sexta-feira, à saída do Palácio de Belém, que mantém a posição que assumiu na comunicação ao país quando defendeu que o ministro das Infraestruturas, João Galamba, não tinha condições para continuar, na sequência da crise da TAP.

“Mantenho exatamente o que disse há 15 dias. Disse aos portugueses a minha posição e mantenho-a hoje. Estou a acompanhar tudo o que se passa e só irei pronunciar-me quando o entender. Entendo que agora não devo pronunciar-me. E o único porta-voz da Presidência sou eu”, assumiu numa curta declaração, na sequência da audição de Galamba na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da TAP.

No dia 4 de maio, depois do primeiro-ministro António Costa ter recusado o pedido de exoneração de João Galamba, Marcelo assumiu “uma divergência de fundo com o primeiro-ministro” no caso Galamba e uma “diferença de fundo” sobre a “questão da responsabilidade política e administrativa dos que mandam”, assegurou que iria “estar mais atento e interventivo no dia-a-dia” para evitar “o aparecimento e o avolumar de fatores imparáveis e indesejáveis”. Ainda assim, deixou claro que não iria abrir uma crise política, tendo em conta as dificuldades económicas e sociais do país.

Na altura não deixou dúvidas quanto à divergência de manter João Galamba no cargo de ministro das Infraestruturas, como provam várias questões que levantou nesse seu discurso:

“Como pode um ministro não ser responsável por um colaborador que escolhera manter na sua equipa mais próxima, no seu gabinete, a acompanhar, ainda que para efeitos de informação num dossier tão sensível como o da TAP onde os portugueses já meteram milhões de euros, e merecer tanta confiança que podia assistir a reuniões privadas, preparando outras reuniões, essa públicas, na Assembleia da República?”

“Como pode esse ministro não ser responsável por situações rocambolescas, muito bizarras, inadmissíveis ou deploráveis – as palavras não são minhas – suscitadas por esse colaborador, levando a apelar aos serviços mais sensíveis da proteção da segurança nacional [o SIS], que aliás, por definição, estão ao serviço do Estado e não de governos?”

“Como pode esse ministro não ser responsável por argumentar em público sobre aquilo que afirmara o seu subordinado, revelando pormenores do funcionamento interno, incluindo referências a outros membros do Governo?”

Marcelo jusificou que não recorria à dissolução, uma vez que seria “juntar problemas aos problemas que neste momento os portugueses já têm”, e até porque “os portugueses dispensam esses sobressaltos, essas paragens, esses compassos de espera, num tempo como este”, Marcelo Rebelo de Sousa prometeu “ir sinalizando, ao longo destes mais de dois anos e meio, de modo mais intenso tudo aquilo que possa afastar os portugueses dos poderes públicos”.

E identificou “fraquezas” da governação que causam “maior deterioração” na vida do país que o que quer é “ver os governantes a resolverem os seus problemas do dia a dia, os preços dos bens alimentares, o funcionamento das escolas, a rapidez na justiça, o preço da aquisição da habitação”.

Fonte: Diário de Notícias / Portugal

Crédito da imagem: Paulo Alexandrino / Global Imagens