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Portugueses no Sudão: “Ainda não estão todos fora do país, mas estão todos fora de situação de maior perigo”

Dos 22 portugueses que foram identificados a viver no Sudão, 11 já estão em Djibuti, sendo que os restantes, “com exceção de um que quis ficar e que está numa zona relativamente segura no sul do país”, estão “a caminho das fronteiras”. 

A informação foi revelada esta segunda-feira pelo ministro dos Negócios Estrangeiros. João Gomes Cravinho afirmou que “ainda não estão todos fora do país, mas estão todos fora de situação de maior perigo”.

Até estarem todos fora do Sudão e até estarem todos em território nacional, o Governo assegura que continuará a “acompanhar e a apoiar” a situação dos portugueses.

O governante reiterou que dos 22 cidadãos nacionais identificados no Sudão, 21 quiseram sair e são esses que estão a ser acompanhados e apoiados no processo de saída do país.

No Porto, Cravinho indicou que uma cidadã portuguesa veio com a missão espanhola e que “já está em Madrid”. “Outros vieram com o apoio francês, e outros num comboio das Nações Unidas, outros num comboio de uma escola internacional. Há um conjunto de meios de retirada que estão agora em curso”, explicou o governante.

Questionado sobre se ainda é cedo para falar no sucesso da operação, o ministro afirmou: “Até estarem todos fora do país, não estão completamente livres de perigo, mas estão agora já todos fora da zona de conflitos”.

A expectativa do Governo para a retirada dos portugueses no Sudão “é positiva”, afirmou. “Continuamos a trabalhar com intensidade e com cuidado, a segurança é, evidentemente, a primeira prioridade”, assegurou.

Depois de assegurada a segurança dos cidadãos nacionais, segue-se “a questão logística, de como retirá-los em particular do Djibuti, que é onde a maior parte irá estar”.

O ministro dos Negócios Estrangeiros disse ainda que está a ser analisado o transporte dos portugueses a partir de África, se será através da Força Aérea ou de aviões de países aliados “para sítios mais próximos, como Madrid e Paris”, onde depois a Força Aérea iria “buscá-los”.

Esclareceu que não existe uma “coordenação da União Europeia”, mas uma coordenação “muito próxima nossa, minha e da ministra da Defesa, com aliados, particularmente Espanha e França”.

O governante acrescentou que “ainda existem algumas centenas de cidadãos europeus” no Sudão” e rejeitou demora na operação de repatriamento de portugueses.

“Estamos a conseguir tirar os nossos. Houve um apoio muito próximo da nossa embaixada no Cairo, do nosso cônsul honorário em Cartum e das estruturas dos ministérios dos Negócios Estrangeiros e da Defesa a partir de Lisboa”, declarou Gomes Cravinho.

No que se refere ao português que optou por ficar no Sudão, o ministro disse que se manterá o contacto e que o cidadão “está numa zona onde não há conflitos e esperemos que tudo corra bem”.

Desde 15 de abril que se registam violentos combates no Sudão, num conflito que opõe forças do general Abdel Fattah al-Burhane, líder de facto do país desde o golpe de Estado de 2021, e um ex-adjunto que se tornou um rival, o general Mohamed Hamdan Dagalo, que comanda o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês).

O balanço provisório dos confrontos indica que há mais de 420 mortos e 3.700 feridos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Fonte: Diário de Notícias / Portugal

Crédito da imagem: António Pedro Santos / LUSA