O rendimento médio anual dos portugueses até melhorou em 2021, ao subir 417 euros (3,2%) para 13 113 euros face aos 12 696 euros de 2020, mas ainda representa apenas pouco mais de metade do valor médio praticado na Zona Euro, que atingiu os 23 711 euros, segundo o relatório publicado esta sexta-feira pelo Eurostat.
Se dividirmos estes montantes médios por 14 meses dá um salário médio de 937 euros em Portugal e de 1694 euros na Zona Euro.
Significa que um um português ganha apenas 55% da média do rendimento anual dos 19 países que compõem o bloco da moeda única, e do qual Portugal faz parte.
Já em relação à média anual de rendimento disponível da União Europeia (UE) a 27, que foi de 20 894 euros, a diferença é menos acentuada. Os salários dos portugueses representam 63% dos ganhos médios dos europeus.
Ainda assim, Portugal continua na cauda da UE. Só em nove Estados-membros, dos quais apenas três da Zona Euro, é que os rendimentos disponíveis médios anuais por adulto eram inferiores: República Checa (12 040 euros), Lituânia (11 888 euros), Letónia (11 240 euros), Grécia (9 952 euros), Polónia (9 161 euros), Croácia (8 860 euros), Hungria (7 337 euros), Bulgária (6 730 euros) e Roménia (5 446 euros). Destes países, apenas Grécia e Letónia integravam o espaço da moeda única em 2021. Recorde-se que este ano a Croácia aderiu ao Euro.
O estudo do gabinete de estatísticas da Zona Euro sobre a desigualdade de rendimentos na União Europeia (UE) mostra ainda que existem grandes disparidades salariais entre os países. No pódio dos mais ricos está o Luxemburgo com um rendimento médio anual de 48 220 euros, a Dinamarca com 35 744 euros e a Irlanda com 31 832 euros.
Logo acima de Portugal, o Eurostat indica a Estónia com um rendimento médio anual de 14 218 euros, a Eslovénia com 16 597 euros e a Espanha com 18 103 euros.
Segundo o Eurostat, o rendimento disponível equivalente é o rendimento total de um agregado familiar, após impostos e outras deduções, dividido pelo número de membros do agregado familiar convertidos em adultos igualados ou tornados equivalentes pela ponderação de cada um de acordo com a sua idade, usando a seguinte escala de equivalência modificada da OCDE:
– primeiro adulto: 1
– segundo adulto: 0,5
– cada elemento seguinte com idade igual ou superior a 14 anos: 0,3
Fonte: Diário de Notícias / Portugal
Crédito da imagem: Líbia Florentino / Global Imagens