Os preços do petróleo mantiveram uma tendência ascendente na semana passada, até que, finalmente, o petróleo Brent ultrapassou os 90 dólares por barril e o West Texas Intermediate (WTI) atingiu os 86 dólares por barril pela primeira vez desde o ano passado (outubro).
“Uma série de acontecimentos regionais e geopolíticos de grande relevância impulsionaram esta subida acentuada. Entre estes, destacam-se os ataques da Ucrânia às instalações energéticas russas, gerando tensões adicionais numa região já turbulenta. Além disso, a escalada do conflito no Médio Oriente contribuiu para a incerteza nos mercados energéticos globais”, refere, numa nota de research, o analista de mercados, Antonio Ernesto Di Giacomo.
Um dos acontecimentos com maior impacto “foi o ataque de um drone ucraniano a uma refinaria crítica na Rússia. Embora os danos pareçam limitados, este incidente aumentou a pressão sobre uma situação já tensa entre os dois países. A Rússia, por seu lado, enfrentou uma série de ataques à sua infra-estrutura energética, ao mesmo tempo que tomou medidas contra a Ucrânia”.
A milhares de quilómetros dali, no Médio Oriente, “a promessa do Irão de retaliação contra Israel por um ataque que resultou na morte de altos responsáveis militares iranianos alimentou ainda mais preocupações sobre a estabilidade da região”, refere o analista. Estas tensões têm frequentemente um impacto direto nos preços do petróleo, dada a importância do Médio Oriente na produção e exportação mundial de petróleo bruto.
“Por outro lado, a reunião da OPEP+ gerou expectativas e alguma estabilidade nos mercados. A decisão de manter inalterada a política de abastecimento de crude e o apelo ao cumprimento dos cortes de produção acordados têm sido interpretados como uma medida para manter o equilíbrio no mercado petrolífero. No entanto, as tensões regionais e os acontecimentos geopolíticos provaram ser fatores que podem desestabilizar rapidamente este equilíbrio”.
Em conclusão, refere Antonio Ernesto Di Giacomo, “os aumentos desta semana dos preços do petróleo estão estreitamente ligado a acontecimentos geopolíticos e regionais que aumentaram a incerteza nos mercados energéticos globais. Enquanto persistirem as tensões entre os países produtores e continuarem as ameaças à segurança em regiões cruciais produtoras de petróleo, é provável que os preços continuem a registar volatilidade no curto prazo”.
Fonte e crédito da imagem: O Jornal Económico / Portugal
