Apelidado de “jogo da época”, tanto pelo presidente, André Villas-Boas, como pelo treinador do FC Porto, Martín Anselmi, o clássico da jornada 28 da I Liga mostrou um dragão demasiado frágil para se bater com um Benfica pragmático e um Pavlidis demolidor.
O avançado grego escreveu o nome nos clássicos – foi a primeira vez que um benfiquista marcou três golos em casa do FC Porto -, deu a vitória (4-1) e a liderança aos encarnados e ainda meteu pressão no Sporting, que só na segunda-feira joga com o Sp. Braga (20h45).
Assim que o jogo começou… o Benfica marcou. A rapidez com que Pavlidis conseguiu meter a bola na baliza de Diogo Costa foi tal que foi preciso esperar pela validação do VAR para o grego festejar mais um golo no campeonato. Por sinal, o golo mais rápido do Benfica em casa do FC Porto num clássico para o campeonato – aos 40 segundos!
A reação do FC Porto foi imediata e alimentada por um brutal apoio desde as lotadas bancadas do Estádio do Dragão neste domingo. Um erro de António Silva, numa saída de bola, deu a Mora a oportunidade de ir à procura do empate, mas o jovem português não conseguiu dar o melhor seguimento ao lance.
Os dragões mostravam-se mais intensos e dominadores depois da entrada em falso, assumindo o risco de jogar homem a homem o campo todo.
Aos 26 minutos, a equipa de Martín Anselmi, que manteve Eustáquio no trio de defesas centrais com Marcano e Nehuén Pérez, esteve perto de fazer a igualdade. Uma perda de bola de Florentino deu a Fábio Vieira a oportunidade de explorar um contra-ataque, servir Pepê que, de primeira, procurou Samu, mas o avançado não conseguiu chegar à bola.
Era preciso mais atenção ao detalhe e não apenas massacrar o adversário com posse de bola – 69% no primeiro tempo -, o que era ineficaz para o objetivo final: marcar golo.
A reação do Benfica foi sempre mais perigosa que a ação pensada e continuada dos dragões e aos 31 minutos foi só o poste da baliza que impediu Aktürkoglu de fazer o segundo da equipa encarnada. O turco estaria em fora de jogo, mas o lance alimentou a ambição do 2-0 antes do intervalo.
A profundidade do Benfica iria provocar novo susto – servido por Aktürkoglu, Pavlidis acertou no ferro – até ao segundo golo dos encarnados chegar. Mais uma obra do grego, que assim bisava.
Há 50 anos que o Benfica não ia para o intervalo com dois ou mais golos de vantagem em casa do FC Porto para o campeonato, o que tornava o segundo tempo mais desafiante para ambas as equipas, mas foi a turma de Bruno Lage a única a querer mais do jogo, usando a vantagem para gerir os ritmos e as emoções friamente.
E pode dizer-se que Di María esteve em campo 69 minutos ‘só’ para servir Pavlidis para o hattrick de sonho. O grego chegou ao 14.º no campeonato e o 24.º da época.
Por esta altura, muitos adeptos dos dragões começaram a abandonar as bancadas e os cânticos de apoio ao Benfica subiram de tom. Mas o jogo ainda tinha mais golos para dar. Samu esboçou uma reação aos 81 minutos, mas tornou-se difícil fazer mais e Otamendi ainda fez o 4-1.
Depois de sair derrotado da Luz, por 4-1, o FC Porto voltou a perder, agora no Dragão pelo mesmo resultado, confirmando que terminará a época sem qualquer vitória em clássicos, uma vez que perdeu (2-0) e empatou com o Sporting (1-1). E isso diz muito da intranquila e inconstante temporada dos azuis e brancos.
Fonte: Diário de Notícias / Portugal
Crédito da imagem: Lusa / Portugal