O número de passageiros nos aeroportos nacionais aumentou 18,9% em 2023 face a 2022, para 67,5 milhões, segundo dados preliminares do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados esta quarta-feira.
No ano passado, aterraram nos aeroportos nacionais 243,8 mil aeronaves em voos comerciais, um aumento de 12,0% face a 2022, enquanto o movimento de carga e correio estabilizou nas 223,0 mil toneladas.
Comparando com 2019, ano pré-pandemia, registaram-se variações de +7,0% no número de aeronaves, +12,3% no número de passageiros e +5,9% no movimento de carga e correio.
De acordo com o INE, em 2023, o ranking dos cinco principais países de origem e de destino dos voos não registou alterações face ao ano anterior, mantendo-se o Reino Unido como o principal país de origem e de destino, com crescimentos de 16,5% no número de passageiros desembarcados e 16,9% no número de passageiros embarcados.
França e Espanha ocuparam a segunda e a terceira posição, seguidas da Alemanha, que, apesar de ter registado os menores crescimentos, em ambos os sentidos, manteve o quarto lugar. Itália ocupou a quinta posição e registou os maiores crescimentos (+31,2% e +31,0% no número de passageiros desembarcados e embarcados, respetivamente).
No conjunto do ano 2023, o aeroporto de Lisboa movimentou 49,8% do total de passageiros (33,6 milhões), tendo crescido 19,1% face a 2022 e 7,9% relativamente a 2019.
Considerando os três aeroportos com maior tráfego anual de passageiros, o aeroporto do Porto registou o maior crescimento face a 2022 (+20,3%) e 2019 (+16,0%).
Quanto às mercadorias movimentadas em 2023 no aeroporto de Lisboa, representaram 75,2% do total, atingindo 167,7 mil toneladas (+2,1% face a 2022).
No conjunto dos restantes aeroportos, o movimento de carga e correio diminuiu 5,6% (-1,7% comparando com 2019).
Analisando apenas o mês de dezembro de 2023, nos aeroportos nacionais movimentaram-se 4,5 milhões de passageiros e 20,2 mil toneladas de carga e correio, correspondendo a variações de +9,3% e +10,7%, respetivamente, face a dezembro de 2022. Comparando com dezembro de 2019, registaram-se aumentos de 13,7% e 3,6%, pela mesma ordem.
“Desde o início de 2023 têm-se verificado máximos históricos nos valores mensais de passageiros nos aeroportos nacionais”, refere o INE, detalhando que, em dezembro, registou-se o desembarque médio diário de 75,9 mil passageiros, valor superior ao registado em dezembro de 2022 (69,4 mil; +9,3%) e 14,7% acima do verificado em dezembro de 2019 (66,2 mil).
Em dezembro de 2023, aterraram nos aeroportos nacionais 17,4 mil aeronaves em voos comerciais, mais 5,5% do que no mesmo mês do ano anterior e 8,7% acima de dezembro de 2019.
No último mês do ao passado, 82,2% dos passageiros desembarcados nos aeroportos nacionais corresponderam a tráfego internacional, atingindo 1,9 milhões de passageiros (+10,2%), na maioria provenientes do continente europeu (68,3% do total), correspondendo a um aumento de 8,9% face a dezembro de 2022.
O continente americano foi a segunda principal origem, concentrando 9,4% do total de passageiros desembarcados (+21,2%).
Relativamente aos passageiros embarcados, 80,5% corresponderam a tráfego internacional, perfazendo um total de 1,7 milhões de passageiros (+10,9%), tendo como principal destino aeroportos no continente europeu (65,1% do total) e registando um crescimento de 9,7% face a dezembro de 2022.
Os aeroportos no continente americano foram o segundo principal destino dos passageiros embarcados (10,0% do total; +18,8%).
Proveitos do alojamento turístico sobem mais de 20% para 6000 M€ em 2023
O setor do alojamento turístico registou 30 milhões de hóspedes e 77,2 milhões de dormidas em 2023, mais 13,3% e 10,7% face a 2022 e superando pela primeira vez os níveis pré-pandemia, segundo o INE.
De acordo com o INE, os 30,0 milhões de hóspedes e 77,2 milhões de dormidas contabilizados em 2023 ficam 10,7% e 10,0% acima, respetivamente, dos níveis de 2019.
Comparando com 2019, o Algarve foi a exceção, já que foi a única região a não atingir os níveis pré-pandemia, com um decréscimo de 2,5% do número de dormidas.
Pelo contrário, os maiores crescimentos foram observados na Região Autónoma da Madeira (+23,4%), Norte (+22,8%), Região Autónoma dos Açores (+18,1%) e Alentejo (+14,8%).
Em sentido oposto ao das dormidas, o número total de hóspedes que pernoitaram nos estabelecimentos de alojamento turístico do Algarve aumentou – 1,4% – face a 2019, o que reflete uma diminuição de 3,8% da estada média.
O INE detalha que os mercados externos registaram uma maior redução da estada média (-4,2%), traduzindo um aumento de 3,0% no número de hóspedes e um decréscimo de 1,2% nas dormidas.
“Ou seja, os hóspedes estrangeiros, embora em maior número face a 2019, fizeram estadias mais curtas no Algarve”, explica.
Os hóspedes residentes, por sua vez, para além de serem em menor número do que em 2019 (-2,8%), também tiveram estadas médias mais curtas (-3,7%), originando um decréscimo de 6,4% das dormidas.
Uma análise mais detalhada da região do Algarve feita pelo INE para o período 2019-2023 evidencia que este se manteve sempre como o principal destino turístico nacional em termos do número de dormidas, apesar da redução da sua quota de mercado em 3,4 pontos percentuais neste período (29,8% do total de dormidas em 2019, para 26,4% em 2023).
Já em termos de número de hóspedes, manteve-se como o terceiro principal destino nacional (17,1% do total de hóspedes; 18,7% em 2019), depois da Área Metropolitana de Lisboa (29,3%; 30,3% em 2019) e do Norte (23,2%; 21,6% em 2019).
De acordo com o instituto estatístico, janeiro de 2023 foi o primeiro mês, desde o início da pandemia, em que se registou um aumento do número de dormidas no Algarve (+1,2% face a janeiro de 2019), iniciando-se neste mês “uma trajetória de crescimento que durou até ao mês de abril”.
Contudo, entre maio e setembro, registaram-se sucessivos decréscimos do número de dormidas face a 2019, com destaque para os meses de agosto (-7,6%), junho (-7,4%) e setembro (-6,6%).
No quarto trimestre do ano, voltaram a registar-se aumentos face a 2019, com maior expressão nos meses de outubro (+7,3%) e novembro (+4,6%).
Assim, no primeiro e quarto trimestres do ano as dormidas cresceram, respetivamente, 2,7% e 5,6%, face a 2019, enquanto no segundo e terceiro trimestres recuaram 2,4% e 6,8%, sendo que o decréscimo do terceiro trimestre (-615,0 mil dormidas face a 2019), época alta, “foi determinante para a evolução anual observada”.
Numa análise por mercados emissores de turistas, verifica-se que os 10 países com maior expressão no Algarve em 2023 representaram 87,5% das dormidas de não residentes da região, tendo o principal mercado — o britânico, responsável por 37,0% das dormidas de não residentes – recuado 1,8% face a 2019, para 5,8 milhões de dormidas.
Já as dormidas de hóspedes alemães (11,4% do total) recuaram 4,4% e totalizaram 1,8 milhões, seguindo-se o mercado irlandês, que cresceu 16,5% e superou 1,6 milhões de dormidas, enquanto os mercados norte-americano e canadiano progrediram 70,3% e 26,9%, respetivamente.
Em 2023, a taxa líquida de ocupação-cama no Algarve situou-se em 49,2%, 0,9 pontos percentuais abaixo de 2019, tendo o rendimento médio por quarto ocupado (ADR) atingido 120,7 euros, acima da média nacional de 113,1 euros e abaixo do registado na Área Metropolitana de Lisboa (136,8 euros), região onde foi atingido o ADR mais elevado.
Fonte: Diário de Notícias / Portugal
Crédito da imagem: Igor Martins / Global Imagens