Um encontro com economistas que irão dar contributos para o Programa de Reformas e Cenário Macroeconómico da Aliança Democrática (AD) para as legislativas de 10 de março marca hoje a agenda do que irá ser um longo período de pré-campanha eleitoral.
O encontro, que se realiza na sede nacional social-democrata, com a presença do presidente do PSD, Luís Montenegro, e do seu homólogo do CDS-PP, Nuno Melo, terá entre os convidados os ex-ministros Braga de Macedo, Manuela Ferreira Leite, Maria Luís Albuquerque e Miguel Cadilhe, bem como os ex-secretários de Estado (em governos do PS) António Nogueira Leite e Fernando Alexandre.
Outros economistas estarão presentes, entre os quais João César das Neves, João Moreira Rato e Ricardo Reis, com Leitão Amaro, Miranda Sarmento, Pedro Duarte e Pedro Reis pelo PSD, enquanto Paulo Núncio, Bruno Bobone, Cecília Meireles, Leonardo Mathias e Ricardo Pinheiro Alves integram a comitiva centrista.
Após um fim-de-semana em que a Convenção do Chega e o Congresso do PS-Madeira puseram André Ventura e Pedro Nuno Santos em confronto direto, ouvindo-se críticas internas ao silêncio da coligação de centro-direita, a AD pretende marcar a agenda política e mediática.
No domingo ocorre a Convenção por Portugal, no Centro de Congressos do Estoril, dividida em áreas temáticas, como no modelo do Conselho Estratégico Nacional do PSD, para apresentar propostas e independentes.
Entre o PS, que só definiu a Comissão Política e o Secretariado Nacional no sábado, uma semana após o seu Congresso, a prioridade passa por fechar as listas de deputados. Um processo que deverá ficar concluído até ao final da semana, o que não impede Pedro Nuno Santos de fazer ações de pré-campanha ao longo da semana. Mas nem por isso deverá fazer “marcação” ao evento da AD no domingo.
Também entre o processo de fechar listas para aquilo que se adivinha ser uma multiplicação do grupo parlamentar e a necessidade de marcar agenda está André Ventura. Depois de ontem ter descansado, no dia em que fez 41 anos, o líder do Chega vai hoje fazer uma palestra na Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa e deverá voltar ao Minho ainda nesta semana.
Com o Norte visto como o calcanhar de Aquiles na implantação do partido, Ventura fez a convenção que o reelegeu em Viana do Castelo e aponta agora para Braga, onde em 2022 obteve só um dos 19 mandatos do círculo.
Para Rui Rocha, presidente da Iniciativa Liberal, hoje é dia de rumar a Setúbal, distrito onde há dois anos os liberais elegeram a cabeça de lista, Joana Cordeiro, que volta a apresentar-se a votos.
Com o partido enredado em convulsões, patentes na sucessão de desfiliações de membros próximos da prestes a ser ex-deputada Carla Castro, Rocha tem percorrido o território nacional de modo a provar que o partido se dirige a mais do que os grandes centros urbanos. Depois de ter ido ao distrito de Bragança na semana passada, prepara deslocações a Castelo Branco e à Guarda.
Já o Bloco de Esquerda, que tem encontrado sinais de recuperação nas sondagens, faz a apresentação pública do programa eleitoral no sábado, no Teatro Thalia, em Lisboa, sob o mote “fazer o que nunca foi feito”. Para o mesmo dia está marcada a ratificação das listas de candidatos à Assembleia da República, e antes disso Mariana Mortágua terá eventos de pré-campanha ao longo desta semana.
Enquanto isso, o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, dedica a terça-feira ao distrito de Santarém, onde a CDU espera voltar a eleger um deputado, apresentando o ex-líder parlamentar comunista Bernardino Soares, com um almoço-comício em Coruche e um comício noturno na Praça do Peixe, em Torres Novas.
Também na corrida para manter ou ampliar a representação eleitoral, PAN e Livre irão acelerar para uma corrida com a meta a 10 de março.
Dois cabeças de lista da AD contestados
As listas de deputados da Aliança Democrática, discutidas e votadas pelos conselhos nacionais do PSD e do CDS-PP após o fecho desta edição, geraram polémica entre os sociais-democratas, havendo concelhias a levantar objeções às escolhas da direção nacional.
Foi o que sucedeu com Miguel Pinto Luz, vice-presidente do PSD e da Câmara de Cascais, primeiro da lista de Faro, levando líderes concelhios a expor desagrado ao presidente do partido. E com a ex-ministra Teresa Morais, cabeça de lista por Setúbal, a quem vários militantes do PSD contactados pelo DN apontam falta de ligação ao distrito e perfil desadequado ao eleitorado de um círculo em que, tal como em Faro, existe grande potencial de subida do Chega.
Mais pacíficos foram os nomes de Luís Montenegro (Lisboa), Miguel Guimarães (Porto), Hugo Soares (Braga), Emídio Sousa (Aveiro), Leitão Amaro (Viseu), José Pedro Aguiar-Branco (Viana do Castelo), Telmo Faria (Leiria) e Eduardo Oliveira e Sousa (Santarém).
Fonte e crédito da imagem: Diário de Notícias / Portugal