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Papa Francisco: recebeu ucranianos, falou aos jovens na Católica, visitou a Scollas, pintou e abençoou

Uma manhã cheia neste segundo dia do Papa Francisco em Portugal para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Depois de ter falado no dia anterior para os políticos e para a Igreja, esta quinta-feira foi a vez de os ouvir e de lhes falar, pedindo que sejam inconformistas, que substituam o medo pelos sonhos e que sejam verdadeiros Mestres.

Em Cascais, pintou na escola que criou ainda em Buenos Aires e que acolhe jovens de todos os credos. De regresso a Lisboa, continuou a abençoar crianças e pessoas com deficiências. O momento alto é hoje, ao final da tarde, na Colina do Encontro, no Parque Eduardo VII.

anuel, Sofia, Carlota e Leonor estiveram ontem na plateia que ouviu o Papa Francisco na Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa. Chegaram cedo, as portas abriram às 05:00 e a plateia foi enchendo até às 08:00. Todos são estudantes da UCP, no Porto e em Lisboa.

Todos têm entre 18 e os 22 anos e a todos o Papa tocou com a sua mensagem, no primeiro discurso público do dia, já que antes o Papa teve tempo para receber 15 peregrinos ucranianos com quem rezou pela Paz.

Mas a todos os jovens, hoje presentes na UCP, o Papa deixou uma pergunta: “O querem para este mundo e para este Portugal? O que querem fazer?, porque ele sabe o que gostaria de ver desta geração, que já disse desejar que se torne numa “Geração de Mestres”, uma geração que substituísse “os medos pelos sonhos” e que assumisse o seu papel na sociedade.

Pela primeira vez, falou sobre as mulheres, dizendo que não podem continuar a ser consideradas como “pessoas de segunda” ou “suplentes”, como ainda se vê hoje em muitas partes do mundo. O papel feminino “é indispensável na sociedade” e tem de “ser reconhecido”.

A todos os jovens, com que esteve esta manhã, aconselhou a “sujar as mãos”, porque, por vezes, é preciso, sobretudo, para não “sujar o coração”.

Jovens gritaram: "Somos a Juventude do Papa".
Jovens gritaram: “Somos a Juventude do Papa”.
© Leonel Castro / Global Imagens

“Vão, busquem e arrisquem”

No pátio da Católica, Manuel Ortigão, de 22 anos, estudante de Desporto e Educação Física, que veio do Porto com alguns amigos para a JMJ, ouviu e assimilou as palavras do Papa, que diz terem sido “muito eloquentes”. “É importante que nos continue a dar força para assumirmos cada vez mais um papel na sociedade”, destacou. Sofia Sá Couto, de 19 anos, estudante de Gestão, também no Porto, sublinhou a referência às mulheres, ao papel que podem desempenhar. 

“É importante para nós jovens mulheres mas também para os homens. É importante que o tenha dito perante esta plateia, porque é importante perceber qual é o papel da mulher na Igreja, é importante que o papel da mulher seja reconhecido, mas o que mais me ficou na cabeça foi a frase de substituirmos os medos pelos sonhos. Isto dá-me força”. 

Carlota Gama, de 18 anos, estudante de Direito, também no Porto, sentiu-se emocionada com a força dos jovens ali presentes, sempre a gritarem pelo Papa e a dizerem: “Somos a juventude do Papa”.

Carlota agarrou-se a uma outra frase: “Vão, busquem e arrisquem”. Leonor Ribeiro, de 19 anos, estudante de Enfermagem, destaca o facto de “a universidade não ser só um local que cultiva o saber, ser também um lugar de humanidade e do cuidado”.

Os quatro jovens podem ser o rosto de muitos outros que encheram o pátio da Católica, que acolheu cerca de sete mil pessoas, segundo a universidade, para verem e escutarem o Papa, mas também para ouvirem o testemunho de outros quatro jovens, estudantes, que foram escolhidos pela universidade pelos seus percursos estudantis e existencial, para explicar ao Papa, como jovens, o que têm feito e como estão disponíveis para serem a tal Geração de Mestres”, como referiu o Papa, citando mais um autor português, Almada Negreiros, para depois citar Pessoa e Sofia de Mello Breyner de novo.

A cerimónia começou com palavras de agradecimento da reitora, Isabel Capeloa Gil, pela sua força e inspiração para aquela universidade que não se sente como um estabelecimento para preservar, mas para acolher e humanizar.

Os testemunhos dos quatro jovens que se seguiram foram exemplo desta missão, mas Isabel Capeloa Gil anunciou ainda que a Católica irá lançar uma nova cátedra para questões sociais.

Mahoor, refugiada iraniana e estudante na Católica. Perdeu tudo, mas hoje sente-se mais forte.ugiada
Mahoor, refugiada iraniana e estudante na Católica. Perdeu tudo, mas hoje sente-se mais forte
© Leonel Castro / Global Imagens

Fonte: Diário de Notícias / Portugal

Crédito das imagens: Leonardo Castro / Global Imagens