O governo inscreveu na proposta do Orçamento do Estado para 2023 (OE2023) a promessa de introduzir três mil milhões de euros nos mercados de eletricidade e de gás natural. Esta quarta-feira, em conferência de imprensa, o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, clarificou que a intervenção no sistema de energia nacional é dirigida às empresas, permitindo gerar poupanças de 30% a 31% na eletricidade e 23% a 42% no gás.
“Foi a partir da energia que se iniciaram os impactos na inflação que sentimos em toda a Europa e, em particular, em Portugal. É com esta intervenção no mercado de preços que conseguimos conter de alguma forma a propagação dos aumentos do preço da energia em toda a dimensão da nossa sociedade. Estamos a interferir naturalmente na pão, no leite e em todos os domínios que digam respeito à produção de serviços e produtos da nossa sociedade”, argumentou o governante, notando que esta intervenção “é proporcional àquilo que é a expectativa de aumento de preços” em 2023.
Classificando este pacote como “a maior intervenção no sistema energético em Portugal”, Duarte Cordeiro disse que as injeções serão feitas ainda em 2022 para que se sinta um efeito nos preços do próximo ano.
“Estamos a falar de dois mil milhões de euros no mercado eletricidade e mil milhões de euros no mercado de gás natural, dirigidos a empresas, aos grandes consumidores”, afirmou o ministro. Ou seja, dois mil milhões de euros de euros serão aplicados para fazer descer a fatura da eletricidade entre 30 a 31% para as empresas em 2023, enquanto mil milhões de euros servirão para reduzir o preço do gás natural entre 23% e 43%.
De acordo com Duarte Cordeiro, a injeção de três mil milhões de euros no sistema de energia nacional corresponde à aplicação de 1 500 milhões de euros em medidas regulatórias – a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) vai anunciar como serão aplicados os dois mil milhões de euros no sistema elétrico no dia 14 de outubro – e a 1 500 milhões de euros em medidas “de natureza política”.
Na mesma conferência de imprensa, Duarte Cordeiro recordou que o governo tem vindo, desde “há um ano”, a intervir no sistema de energia nacional. Em outubro de 2021, “foram cerca de 508 milhões de euros” alocados para o sistema elétrico nacional, valor ao qual se soma a criação do mecanismo ibérico acordado por Portugal e Espanha, anunciado em maio – que já representa um “benefício acumulado de 305 milhões de euros”. Acrescem os 150 milhões de euros introduzidos no sistema elétrico nacional, em junho, e “o regresso à tarifa regulada do gás natural”, medida anunciada em setembro.
Ao todo, o governo diz a que a intervenção nos preços da luz e do gás para empresas e consumidores já soma 963 milhões de euros.
Fonte: Diário de Notícias / Portugal
Crédito da imagem: Inácio Rosa / LUSA