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Outra equipa, um sistema diferente e uma derrota que levanta questões

Acabou a caminhada vitoriosa de Roberto Martínez à frente da seleção portuguesa. Na Eslovénia, no primeiro jogo de sempre entre os dois países, a equipa da casa acabou por levar a melhor, ganhando por 2-0, numa partida em que o selecionador nacional testou, novamente, um sistema com três centrais, que acabou manifestamente por não resultar. 

Num dia em que as seleções jovens mostraram que a competitividade de Portugal tem um futuro promissor (os sub-21 golearam a Croácia, por 5-1, e solidificaram a liderança no seu grupo, e os sub-17 bateram a Alemanha, por 3-2, e foram primeiros na Ronda de Elite – apenas os sub-19 não cumpriram o objetivo, ao perderem, 0-2, com a Dinamarca), Roberto Martínez escolheu um onze quase totalmente diferente daquele que iniciou a partida frente à Suécia.

A única exceção foi mesmo Pepe, desta vez numa linha de cinco, com Danilo mais fixo atrás ao centro (embora Palhinha se tenha muitas vezes encaixado entre os centrais na partida de Guimarães), aproveitando a maior capacidade dos laterais (neste caso Cancelo) em jogarem em zonas mais interiores. E, claro, deu-se o regresso de Cristiano Ronaldo para o confronto frente a dois velhos conhecidos: Oblak (ex-Benfica) e Sporar (ex-Sporting e Sp. Braga).

Com o estádio em Ljubljana esgotado, a verdade é que a primeira parte levantou muitas interrogações sobre o sistema de recurso, sobretudo levando em conta que faltavam os dois melhores jogadores lusos da atualidade, a dupla Bernardo & Bruno.

É verdade que Portugal teve muita posse (a meio dos primeiros 45 minutos chegava aos 74 por cento) mas sem conseguir aproximar-se com perigo da baliza contrária, mesmo tendo em conta que ficou um claro penálti por marcar sobre Cancelo (38′).

CR7 não escondia o seu enfado, rodeado de adversários por todos os lados, e até defensivamente as coisas não correram exatamente bem, com duas aproximações perigosas dos eslovenos (que não puderam contar com o selecionador Matjaz Kek no banco, devido a um problema pessoal), uma motivada por uma saída precipitada de Diogo Costa (20′), outra numa boa combinação pelo flanco direito (26′) que a defesa lusitana afastou de forma atabalhoada.

A única coisa semelhante a uma resposta, foi um remate de João Félix que saiu muito por cima depois de um centro/remate de Cancelo (32′).

Erros saem caro

Para a segunda metade, Martínez manteve a sua ideia de testar o sistema alternativo, trocando apenas dois jogadores, Pepe por António Silva e Otávio pelo estreante Francisco Conceição. E acabaria por ser um erro do central benfiquista a proprocionar a melhor ocasião de golo até ao momento, com Sesko a conseguir isolar-se e a proporcionar uma bela defesa ao guardião português (52′).

Do outro lado, Cristiano Ronaldo teve finalmente a sua hipótese, igualmente na sequência de uma asneira da defesa contrária: depois de recuperar a bola, o capitão foi servido por Conceição mas, depois de tirar um adversário da frente, o remate saiu ao lado (60′). Quase a seguir foi Inácio a ameaçar o golo, após cruzamento de Vitinha, mas a bola falhou, outra vez, o alvo.

Até que, aos 72 minutos, o inevitável aconteceu. Bela saída da equipa da casa desde a sua defesa, Sesko deixou Cerin na cara de Diogo Costa e este não perdoou, colocando a Eslovénia na frente. Portugal pareceu acordar e João Félix acertou no poste num cabeceamento após cruzamento de Rúben Neves (75′).

Mas Elsnik acabaria com as esperanças dos visitantes com um belo remate depois de ganhar espaço à entrada da área (80′) e nem um livre de CR7 (85′) atenuou o desaire, o primeiro ao fim de 11 jogos com Martínez.

Restam agora três testes antes do pontapé de saída do Euro, no qual Portugal terá pela frente a Geórgia (que se qualificou esta terça-feira ao bater a Grécia), com Turquia e Chéquia: Finlândia (a 4 de junho), Croácia (8) e Rep. Irlanda (11), então já com o lote final de convocados.

Fonte: Diário de Notícias / Portugal

Crédito da imagem: Jure Makovec / AFP