Nos próximos dias as temperaturas vão continuar a subir, para valores próximos dos 40 graus, ou até mesmo atingindo essa barreira, na sexta-feira, 16, em Évora.
Apesar de estarmos em pleno agosto e as temperaturas serem, naturalmente, quentes, haverá um aumento significativo por estes dias.
“Isto é o novo normal”, alerta o climatologista Filipe Duarte Santos. “O novo normal é termos ondas de calor mais intensas e mais prolongadas, em consequência das alterações climáticas, e que são sentidas pelas pessoas”, refere.
“Estas variações de temperatura têm a ver com a circulação geral da atmosfera e com o aumento da temperatura média global da atmosfera à superfície”, prossegue o especialista: “Sempre houve ondas de calor, mas agora são mais intensas”.
Ao DN, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) revela que, de facto, tudo aponta para uma onda de calor, mas apenas no interior de Portugal Continental.
“As previsões neste momento apontam para uma subida de temperatura a partir de dia 15, mantendo valores acima da média nos dias seguintes, especialmente no interior do território, havendo a possibilidade de essa região entrar em onda de calor a partir de dias 20 ou 21”.
No litoral “a temperatura irá sofrer algumas variações, resultantes de uma maior influência marítima, sendo que neste momento os dias mais quentes previstos são os dias 15 e 16, seguidos de uma descida no dia 17, pelo que é pouco provável a ocorrência de uma onda de calor”, explicita o IPMA.
E acrescenta: “A partir de dia 15, e pelo menos até ao início da próxima semana, prevêem-se valores de temperatura máxima entre 35 e 42°C, no interior do Alentejo, e entre 32 e 37°C no interior Norte e Centro, pontualmente superiores no vale do Douro.
No litoral, nos dias mais quentes, a temperatura máxima poderá situar-se entre os 30 e 35°C, exceto na faixa costeira, onde será inferior a 30°C”.
Estão previstos avisos de tempo quente “de nível amarelo, no dia 15, restritos às regiões centro e sul, estendendo-se no interior da região norte no dia 16. A partir do dia 17 é provável que o aviso seja prolongado apenas no interior”.
Contudo, ao contrário do que poderia supor-se, a vaga de calor em Portugal nada tem a ver com a onda de calor que tem assolado a Europa e causou um incêndio de grandes dimensões às portas de Atenas, na Grécia.
“As duas situações não estão diretamente relacionadas, sendo resultado de variações na posição dos diferentes centros de ação atmosféricos. No caso das temperaturas elevadas registadas na Europa, tal foi devido a uma crista anticiclónica que se estabeleceu na Europa Central e que se vai deslocar para leste nos próximos dias”, avança o IPMA.
Já a subida de temperatura prevista para Portugal Continental “será devido à intensificação do Anticiclone dos Açores, que se estenderá em crista para o Golfo da Biscaia, promovendo uma circulação de leste e o transporte de uma massa de ar quente e seco de origem continental”.
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) está atenta. Durante estes dias, segundo o IPMA, o vento soprará fraco a moderado. No entanto, poderá ser forte na faixa costeira ocidental norte – onde não estará tanto calor – ou no interior, mas “durante o período noturno”.
O comandante José Costa explica que os níveis de alerta para incêndio vão variando e que “num quadro meteorológico mais adverso são tomadas medidas, como posicionar meios onde se prevê que a situação seja mais severa”.
Fonte: Diário de Notícias / Portugal
Crédito da imagem: Miguel Pereira / Global Imagens