Pesquisar
Close this search box.

O 38º do Benfica fica na história como o título ganho pelo jogador-presidente

O 38º título da história do Benfica é especial por causa de Rui Costa. Com a equipa a vencer o Santa Clara por 3-0, mal o cronómetro passou os 90 minutos, na tribuna, o presidente levantou-se e desenrolou o cachecol com o nome e o símbolo do clube devidamente cravados, com o número 38 e a frase “Campeão Nacional 2022-2023”.

Assim que ouviu o apito do árbitro, o presidente cedeu à emoção do “38” da história do emblema benfiquista, um título que vai ficar nos arautos como aquele que foi ganho por um jogador-presidente.

No balneário, ladeado pelo capitão Otamendi e pelo treinador Roger Schmidt, Rui Costa, que foi campeão em 1993-94 como jogador, agradeceu ao plantel por honrar a “responsabilidade” de “dar à massa associativa aquilo que “mais desejavam”. 

“Como presidente do Benfica, obrigado pela enorme alegria que deram a todos os benfiquistas, pelo vosso trabalho, sacrifício, ao staff à volta da equipa, sem eles vocês também não conseguiam estar aos níveis que estão.

Obrigado a vocês por desde a 1.ª jornada acreditarem que seríamos campeões nacionais, e obrigado em nome do povo benfiquista. Somos campeões nacionais, gente!”, disse, antes de cantar o hino Ser Benfiquista ao lado dos jogadores.

Na habitual festa no balneário, António Silva (um dos destaques da época, que falhou o jogo do título) fez de repórter da BTV e entrevistou esse talento polivalente, de nome Aursnes, que em bom português gritou “grande jogador” para João Neves, o joker da reta final do campeonato.

Depois, o “jogador-adepto” como se auto-intitulou o defesa central, passou o microfone a Gonçalo Ramos, que se destacou pela hercúlea tarefa de tentar entrevistar o “gajo que foge das câmaras o ano todo”, mas Rafa preferiu mais uma vez ficar na sombra. Já Florentino lamentou estar toda a gente a festejar e ele no controlo antidoping.

Do balneário, Roger Schmidt – o primeiro alemão a dar um campeonato às águias, superando assim a passagem de Jupp Heynckes -, seguiu para a sala de imprensa. Acabou por dizer que já tinha sido avisado para a espetacularidade dos festejos no Marquês de Pombal e recordou nomes como Eusébio e Chalana… antes de ver os jogadores invadirem a sala para lhe dar um banho de champanhe, ao mesmo tempo que cantavam: “E o Benfica é campeão!”

O momento mais efusivo da noite foi quando o capitão Otamendi (em final de contrato) levantou o troféu em pleno Estádio da Luz, lançando a festa pelo País inteiro e com epicentro na Praça do Marquês de Pombal.

Os novos campeões nacionais serão recebidos amanhã nos Paços do Concelho por Carlos Moedas. E há repetentes. Vlachodimos, Grimaldo e os portugueses Florentino e Rafa são os únicos que já se tinham sagrado campeões há quatro épocas, no último título dos encarnados. Já João Mário repete o título… que conquistou pelo Sporting em 2020-21.

A luta de Ramos e Taremi

Benfica e FC Porto entraram na última jornada da I Liga 2022-23 na luta pelo título. Com mais dois pontos na tabela, as águias sabiam que bastava vencer o Santa Clara para roubar o título aos dragões, que à mesma hora recebiam o V. Guimarães. Nesse “outro jogo do título”, no Dragão, o adversário do FC Porto ficou reduzido a dez jogadores após o primeiro minuto e isso ameaçava facilitar a tarefa dos portistas.

Mas os mais de 65 mil adeptos nas bancadas da Luz nem tiveram tempo para deixar instalar desassossego com as notícias que vinham do Norte. Logo aos sete minutos, Gonçalo Ramos fez o 1-0 e lançou a festa. 

Um golo que animou aquele que foi durante muito tempo o melhor marcador do campeonato. Estatuto que perdeu na reta final para Taremi. O avançado portista fica assim com a Bola de Prata (22 golos): “Melhor marcador? Não consigo ficar feliz quando não somos campeões.”

O triunfo frente ao Santa Clara teve ainda golos de Rafa (28″) e Grimaldo (60″). O lateral espanhol marcou um pénalti que em circunstâncias normais seria de João Mário ou Gonçalo Ramos (que lutava pela Bola de Prata e terminou com menos três golos do que Taremi), mas que o espanhol assumiu e marcou com alguma sorte à mistura.

Tirou a camisola e beijou o símbolo e emocionou-se, mas foi assobiado como poucos o foram na Luz na hora da despedida –vai jogar no Bayer Leverkusen.

Na outra partida, o FC Porto acabou por repetir o resultado do Benfica (3-0), mas não evitou a entrega da taça de campeão ao rival de Lisboa, que terminou com 87 pontos contra 85 dos portistas.

Fonte: Diário de Notícias / Portugal

Crédito da imagem: Carlos Costa / AFP