A bicicleta de Samu abriu o caminho, mas o génio de Paulo Dybala, a quem chamam La Joya (A Jóia) brilhou mais e durante mais tempo e a AS Roma venceu (3-2) e eliminou o FC Porto da Liga Europa.
Tinham empatado no Estádio do Dragão, no jogo da primeira mão do playoff de acesso aos oitavos de final, e esperava-se um duelo equilibrado no Olímpico de Roma, mas a expulsão de Eustáquio, aos 51 minutos, e um grande jogo do campeão mundial argentino acabaram com o equilíbrio e fizeram a balança pender para o lado dos giallorossa.
Para um jogador o hino da Liga Europa não será certamente tão motivador como o da Liga dos Campeões, mas esperava-se mais entusiasmo e intensidade tanto do FC Porto como da AS Roma no início da partida. Afinal estava em jogo a história e a continuidade de um deles nas provas europeias.
Apesar de ter assumido a posse de bola desde cedo e optado por jogar em transições rápidas, a equipa portista foi obrigada a pausar o jogo, atacando com critério e chegando primeiro ao golo.
Aos 28 minutos, depois de um erro grosseiro de Svilar, Fábio Vieira serviu Samu, que recebeu de cabeça e marcou num exímio pontapé de bicicleta.
Um golaço que teria resposta mais cedo do que o treinador portista, Martín Anselmi, gostaria. Também fazendo uso do seu ‘toque de génio’, Dybala bateu Diogo Costa com um remate picado pouco tempo depois.
O guarda-redes português iria sofrer de novo o poder do pé esquerdo do argentino da AS Roma, que chegou a estar em dúvida para a partida devido a problemas físicos.
O lance irritou o treinador portista, que se excedeu nos protestos e viu um cartão amarelo. Tinha razões para estar chateado com a passividade defensiva dos centrais (Nehuén Pérez e Otávio, já amarelados por sinal), na zona frontal da grande área, onde não se pode deixar Dybala rematar como quer e gosta sem sofrer as consequências.
E assim, no espaço de dez minutos, o FC Porto passou de estar em vantagem na partida e no playoff para uma situação em que necessitava de correr atrás do empate.
A perder e a jogar com dez
O FC Porto já tinha marcado um golo e por isso sabia que era capaz de o voltar a fazer. O problema foi Eustáquio ‘sabotar’ as ambições da equipa com uma expulsão, no mínimo, evitável. O extremo respondeu a uma provocação de Leandro Paredes e viu o árbitro mostrar-lhe o caminho dos balneários, por agressão, aos 51 minutos.
Ainda havia muito tempo para jogar, mas a estratégia tinha sido colocada em causa e Anselmi teve de lidar com o facto de ter menos um jogador em campo durante quase 40 minutos.
Por isso, sacrificou Pepê e fez entrar Gonçalo Borges, Mas foi só quando fez entrar Rodrigo Mora que conseguiu as mudanças ofensivas desejadas.
A melhor oportunidade para empatar chegou já depois do árbitro anular um golo a Eldor Shomurodov, por fora de jogo, quando Samu ganhou uma corrida a Ndicka, na sequência de um pontapé longo de Diogo Costa, e já em desequilíbrio, com Svilar fora do lance, rematou com estrondo ao poste.
Ranieri refrescou então a sua equipa para os 15 minutos finais e um dos novatos giallorossa sentenciou o destino dos portistas na Liga Europa ao fazer o 3-1. Obra de Niccolò Pisilli a passe de… Dybala.
O argentino saiu depois aplaudido pelos adeptos que o viram marcar dois golos e oferecer um a Pisilli. E nem um autogolo de Devyne Rensch, já nos descontos, impediu que a AS Roma eliminasse o FC Porto e aplicasse a primeira derrota aos dragões na era Anselmi.
Feito o balanço europeu, o FC Porto perdeu mais jogos do que ganhou nesta edição da renovada Liga Europa (4 derrotas, 3 empates e 3 vitórias em 10 jogos). Resta ao clube lutar pelo campeonato – o próximo jogo é segunda-feira com o Vit. Guimarães -, uma vez que já está fora da Taça de Portugal.
Fonte: Diário de Notícias / Portugal
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