As alterações climáticas são um fenómeno amplamente estudado pelos cientistas nas últimas décadas. Neste contexto, um estudo da NASA (Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço, a Agência Espacial dos Estados Unidos) conclui que há várias cidades que, entre os próximos 30 a 50 anos vão deixar de reunir as condições de vida que hoje conhecemos.
A análise aponta para contextos nos quais a humidade relativa esteja fixada em 100%, ou seja, mesmo quem melhor se adapta a estes ambientes não conseguiria realizar as suas atividades normais à temperatura ambiente.
Por cá, o cenário não é o mais preocupante, mas não deixa de levantar alertas. A zona mais crítica é a do Algarve, onde as temperaturas podem atingir 29 graus Celsius (a par da humidade relativa a 100%). Seguem-se as regiões de Lisboa, Alentejo e o noroeste do país, no qual se incluem os distritos de Porto, Braga e Viana do Castelo.
De resto, um estudo recente do Banco Europeu de Investimento indica que os portugueses estão entre os que mais sabem sobre o tema.
Em termos globais, há situações substancialmente mais alarmantes. As regiões do sul asiático, o Golfo Pérsico e o Mar Vermelho parecem ser aquelas que vão ser palco de cenários preocupantes num futuro mais próximo, com as temperaturas a ultrapassarem os 35 graus Celsius de forma regular por volta de 2050.
Seguem-se, de acordo com as estimativas, o Este da China, algumas partes do sudeste asiático e o Brasil, em 2070.
A situação é de tal forma preocupante que já chegou a algumas das instituições mais altas, como é o caso das Nações Unidos. Recentemente, o secretário-geral da ONU, António Guterres, assinalou a importância de fazer frente ao que descreve como “inferno climático”.
De referir que análises recentes têm apontado para a temática das alterações climáticas poder contribuir para o despoletar de “guerras alimentares”, por recursos como comida e água.
Fonte e crédito da imagem: O Jornal Económico / Portugal