Morreu, aos 81 anos, Sebastião Salgado, considerado um dos fotógrafos mais importantes do mundo. A notícia da morte foi confirmada pelo Instituto Terra, organização não-governamental fundada pelo fotógrafo, esta sexta-feira.
“Sebastião foi muito mais do que um dos maiores fotógrafos de nosso tempo. Ao lado de sua companheira de vida, Lélia Deluiz Wanick Salgado, semeou esperança onde havia devastação e fez florescer a ideia de que a restauração ambiental é também um gesto profundo de amor pela humanidade. Sua lente revelou o mundo e suas contradições; sua vida, o poder da ação transformadora”, refere o instituto.
Nascido a 08 de fevereiro de 1944, em Aimorés, Minas Gerais, Sebastião Salgado é formado em Economia e começou a sua carreira de fotógrafo em Paris, em 1973.
Cooperou, a partir de 1971, com organizações como Médicos sem Fronteiras, UNICEF, UNESCO e Repórteres sem Fronteiras em projetos de desenvolvimento em África, onde firmou a sua paixão pela fotografia.
Em meados da década de 1990, Sebastião Salgado regressou ao Brasil e dedicou-se à reflorestação de 680 hectares de terreno envolvente à fazenda dos seus pais, convertidos, anos mais tarde, numa reserva natural, que deu origem ao Instituto Terra.
Sebastião Salgado coligiu a sua obra em álbuns temáticos como “Trabalho”, publicado em 1994, e “Terra”, de 1998, ano em que a editorial Caminho publicou “Um Fotógrafo em Abril”, com imagens captadas durante a Revolução de 1974.
Em “Retratos de Crianças do Êxodo” (2000) Sebastião Salgado reuniu fotografias feitas em Moçambique, na década de 1990, de crianças perdidas das famílias, por causa da guerra.
“África” (2007) e “Génesis” (2013), por seu lado, evidenciaram refúgios da natureza pura e da ideia de fragilidade atual do mundo.
O fotógrafo foi alvo de uma grande exposição em Portugal, em 1993, na inauguração do Centro Cultural de Belém, em Lisboa, onde mostrou cerca de 250 imagens.
Mais de duas décadas depois, teve a exposição “Génesis” no Torreão Nascente da Cordoaria Nacional entre abril e agosto de 2015. Na mesma, o fotógrafo pretendeu retratar, em 245 fotografias de grande formato a preto e branco os últimos locais e pessoas isolados do mundo, mostrando o que de melhor há no nosso planeta, como forma de alerta para a urgência da sua preservação.
Membro das agências de fotografia Sygma, Gamma e, posteriormente, a Magnum, Sebastião Salgado fundou a Amazonas Images, com a mulher, Lélia Wanick, em 1994.
Fonte: Diário de Notícias / Portugal
Crédito da imagem: Instituto Terra / Instagram