Luís Montenegro teceu duras críticas à atuação do primeiro-ministro na gestão do caso que envolve João Galamba e reiterou que está preparado para governar Portugal.
“A maioria absoluta foi absolutamente desbaratada. Governo perdeu o norte por sua culpa exclusiva. Qualquer que seja o desfecho desta crise, o primeiro-ministro teve ontem o canto do cisne, tendo ensaiado uma fuga para a frente à procura de provocar eleições antecipadas. Ontem, o primeiro-ministro e o ministro mostraram que não souberam assumir a responsabilidade política”.
“O ministro só tem uma saída digna: insistir na demissão. Não o fazendo, isto só quer dizer que se tratou de pura ficção. O ministro e primeiro-ministro brindaram o país com dois episódios de novela. Ficámos a saber que tudo o que corre mal no país é culpa dos assessores. Quem escolhe os assessores e os ministros que escolhem os assessores? Tudo se resume à responsabilidade dos assessores”, começou por dizer o líder do PSD na sede do partido, em Lisboa.
Montenegro acusou o Governo de andar “entretido em guerras partidárias” e o primeiro-ministro de não ter “disposição nem vontade de governar”.
“Portugal precisa de uma liderança arrojada, de esperança, de futuro e de valores. Portugal não precisa desta ligeireza nem desta falta de princípios nem deste jogo que o primeiro-ministro joga com um prazer egoísta. Este perfil de primeiro-ministro não interessa a Portugal. Comigo e com o PSD terá um Governo e um primeiro-ministro diferentes”, prosseguiu Montenegro.
Sobre a decisão de Costa em não aceitar a demissão de Galamba, o líder da oposição diz que não foi um de coragem mas sim “esconder a fraqueza”. “Este teatro político foi premeditado e preparado para a primeira ocasião”, frisou.
“Não será por minha causa que haverá eleições, mas estamos preparados para governar Portugal. Sim, temos equipa e temos projeto. Serei um primeiro-ministro livre e em consequência de uma vitória nas eleições, realizem-se elas quando se realizarem. Sinto que Portugal tem cada vez menos tempo a perder”, acrescentou.
Questionado pelos jornalistas, Montenegro rejeitou a possibilidade de António Costa e o PS serem beneficiados em caso de eleições antecipadas. “O infrator será castigado nas urnas em qualquer que seja o dia em que sejam realizadas as eleições. O fator de instabilidade hoje são António Costa e o PS. É obrigatório que o maior partido da oposição denuncie o estratagema do PS”.
“O país pode contar com a nossa alternativa e o nosso esforço e projeto para dar um Governo novo a Portugal”, sublinho, assegurando que “não se vai intrometer no trabalho do Presidente da República” mas que “em Portugal há uma alternativa para este Governo caótico”.
Fonte: Diário de Notícias / Portugal
Crédito da imagem: José Sena Goulão / LUSA