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Montenegro: “Alemanha tem a maior economia da Europa, mas Portugal está hoje em melhores condições”

Luís Montenegro aproveitou o contacto com a comunidade portuguesa para, em vésperas do Dia de Portugal, piscar o olho ao regresso dos emigrantes.

“Portugal é hoje um país exemplar do ponto de vista financeiro”, asseverou este sábado o primeiro-ministro, que arriscou ainda dizer, em Estugarda, que “a Alemanha tem a maior economia da Europa, mas Portugal está hoje em melhores condições do que a Alemanha”.

O primeiro-ministro desejou que a Alemanha ultrapasse a sua situação económica difícil, mas também lançou o apelo ao regresso dos emigrantes a Portugal:

“Queremos dar-vos condições para regressar. Aos que ainda não tenham condições, queremos que tenham no nosso país o futuro das vossas poupanças e investimentos.”

Montenegro prometeu aos emigrantes que o Governo português não os vai “deixar sós”.

“Vamos continuar a apoiar-vos, cada vez com mais intensidade. Contamos com o consulado e embaixada. Sabemos que nem tudo funciona bem, mas estamos atentos a isso. Somos todos portugueses com igual dignidade e iguais direitos”, vincou, manifestando otimismo também no que concerne ao futebol.

“É uma alegria estar aqui convosco, na véspera da conquista da nossa segunda Liga das Nações”, começou mesmo por dizer no início do discurso, a propósito da final entre Portugal e Espanha, agendada para este domingo (20h) em Munique.

Investimento em Defesa não exige retificativo nem será à custa de serviços sociais
Luís Montenegro disse depois, já em respostas aos jornalistas, que o anunciado aumento de investimento em Defesa, para atingir a fasquia dos 2% do PIB, não implica um orçamento retificativo e não será feito à custa de serviços sociais.

“Não implica nenhum orçamento retificativo, deixo isso hoje muito claro. Nós vamos fazê-lo de acordo com as disponibilidades que estão no Ministério das Finanças e tencionamos, no próximo ano, aprovar um Orçamento do Estado que contemple também esse caminho”, declarou.

O PM reiterou que o seu Governo não vai “retirar o esforço do lado da despesa com os serviços sociais”, nem “colocar em causa o equilíbrio das contas públicas”. “Vamos gerir do ponto de vista financeiro o país de maneira a conciliar todos estes interesses”, declarou.

Sobre os alertas do Banco de Portugal, que, na sexta-feira, reviu em forte baixa a estimativa do crescimento da economia portuguesa este ano, de 2,3% para 1,6%, o chefe de Governo insistiu que “a situação económica de Portugal é boa, a situação financeira de Portugal é equilibrada”, embora admitindo que “os desafios são grandes”.

“Nós temos uma Europa com vários constrangimentos, nomeadamente porque o seu principal motor económico, que é precisamente a Alemanha, está hoje com a sua economia contraída. Mas nós temos a esperança de que a Alemanha vá dar a volta por cima e de que possamos, na Europa, construir um ciclo de crescimento económico duradouro, sólido, que possa depois fazer-se repercutir em todos os Estados-membros”, disse.

O primeiro-ministro reiterou que a Portugal cabe fazer o que lhe “compete” e “aproveitar todas as oportunidades”, observando que, “criando mais riqueza, é possível contrariar essas previsões que veem alguns sinais menos positivos”.

“Não é a primeira vez. Já no ano passado, o Banco de Portugal foi mais pessimista que o Governo e nós chegámos ao fim do ano e a meta da economia superou as expectativas de todos incluindo a nossa, do Governo, a meta do saldo orçamental superou todas as expectativas de todas as instituições, incluindo do próprio Governo, e nós fomos, no âmbito da OCDE, o país que teve o maior aumento de rendimento líquido nos trabalhadores”, afirmou.

“Quer isto dizer que nós somos imunes àquilo que são hoje as incertezas na Europa e no mundo? Claro que não somos. Quer isto dizer que não há muito trabalho a fazer? Claro que há muito trabalho a fazer. Somos otimistas, somos realistas, temos os pés bem assentes no chão”, concluiu.

Ao lado de Montenegro, Marcelo Rebelo de Sousa destacou o “condicionalismo externo, que mudou não só a política, mas mudou a economia”, referindo-se designadamente à entrada em funções da nova administração norte-americana liderada por Donald Trump e a ‘guerra comercial’ que iniciou com a imposição de tarifas.

“Mas aquilo que mais perturba a economia mundial nem é o nível das tarifas, é a imprevisibilidade. Esta indecisão criada que se passou nos últimos cinco meses a nível de posição americana tem atingido países europeus”, disse, reforçando que há coisas que é impossível controlar.

“Ninguém sabe qual é a próxima ideia do Presidente Trump em relação à Europa, nem sabe quando é que é e como é que é. E enquanto isso durar, isso obriga a um esforço duplo dos governos europeus”, apontou.

Montenegro prevê Governo a “planar para a esquerda, para a direita”, mas sempre em frente
Bastante bem-disposto, Marcelo Rebelo de Sousa começou a sua intervenção em Estugarda por questionar a plateia “qual é o maior país do mundo”.

“Portugal!”, responderam os emigrantes em uníssono.

“O centro de Portugal está hoje em Estugarda. Estamos aqui para vos agradecer. Já lá vão muitos anos desde que os portugueses chegaram aqui. Vocês lutaram aqui por Portugal e pela Alemanha, com o vosso trabalho, a vossa coragem e o vosso sacrifício”, afirmou.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, Luís Montenegro, estiveram este sábado no Centro Cultural e Desportivo Português de Estugarda para celebrar o Dia de Portugal junto de comunidades emigrantes portuguesas.

Fonte: Diário de Notícias / Portugal

Crédito da imagem: www.noticiasaominuto.com