Margarida Blasco, ministra da Administração Interna, fez esta quarta-feira uma curta declaração no Palácio de São Bento, onde decorre o Conselho de Ministros, sobre a manifestação de bombeiros junto à Assembleia, na qual reafirmou que, ao contrário do que dizem os Sapadores, “decorrem negociações a bom ritmo relativamente ao estatuto de bombeiro”.
A ministra fez questão ainda de dizer que “os Bombeiros Voluntários tiveram aumento de 25% nas suas remunerações nos dias dos recentes violentos incêndios no Norte do País”.
Recordou que “os Bombeiros Sapadores que estão a manifestar-se junto à Assembleia da República, não têm como patrão o estado e dependem das autarquias locais”, sublinhando que as reivindicações que estão a fazer “duram há 22 anos”. “Estão a tentar, e vão conseguir, com certeza, ter estatuto de bombeiro”, assumiu.
Nesse sentido, reforçou a ideia de que “as conversações estão a decorrer a bom ritmo no sentido de chegar a um bom porto relativamente ao estatuto de bombeiros”.
“É na mesa das negociações que se alcançam acordos e este Governo já deu provas disso. Somos um governo de diálogo, que fala com os cidadãos”, acrescentou.
Margarida Blasco terminou a sua curta declaração sem direito a perguntas com uma palavra às forças de segurança, às quais deixou “uma palavra de apreço pela forma como mantiveram a paz e ordem públicas junto à Assembleia da República”.
Centenas de bombeiros sapadores fardados ocuparam ao início da tarde desta quarta-feira as escadarias da Assembleia da República, em Lisboa, enquanto a polícia formava um cordão à entrada do parlamento.
Ao fundo da escadaria, os manifestantes incendiaram vários pneus e queimaram um fato de trabalho dos bombeiros.
Já depois de alguns dos bombeiros, fardados, começaram a subir a escadaria da Assembleia da República, um caixão branco foi levado em braços para a porta do parlamento enquanto os manifestantes gritavam a palavra “vergonha”, responsabilizando os decisores políticos pela situação da classe.
À frente das centenas de sapadores fardados, um grupo de manifestantes envergava t-shirts negras com a inscrição “Sapadores em Luta”.
Uma cruz e tarjas com frases como “bombeiros sapadores em luta. Esqueceram-se de nós!… outra vez…” ou “sabes quem vai salvar o teu filho” estavam colocadas à frente do protesto.
Os sapadores lutam por uma regulamentação do horário de trabalho, pela reforma aos 50 anos e por um regime de avaliação específico, entre outras condições de trabalho.
Fonte: Diário de Notícias / Portugal
Crédito da imagem: António Pedro Santos / Lusa