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Milhares protestam em Barcelona contra amnistia para separatistas catalães

Com gritos de “Não à amnistia” e “Puigdemont na prisão”, em referência ao ex-presidente do governo catalão e líder da fracassada tentativa de secessão em 2017, os manifestantes agitaram cartazes e bandeiras espanholas ao longo do Paseo de Gracia.

Milhares de pessoas protestaram em Barcelona contra a amnistia que a esquerda está a negociar com os partidos separatistas catalães, para obter o seu apoio indispensável à posse do socialista Pedro Sánchez como chefe do governo espanhol.

O protesto, sob o lema “Não em meu nome: nem amnistia, nem autodeterminação”, foi convocado pela plataforma anti-independência da Sociedade Civil Catalã, mas contou também com a presença do líder do Partido Popular, Alberto Núñez Feijóo, e o líder do Vox, Santiago Abascal.

Tanto a direita como a extrema direita opõem-se fortemente ao indulto aos separatistas catalães com processos judiciais pela sua participação na fracassada tentativa de secessão de 2017, exigida pelos independentistas em troca do seu apoio à tomada de posse de Sánchez.

“Isto não é uma amnistia que procura a reconciliação, o que procura exclusivamente é a presidência do governo”, defendeu Feijóo, que na semana passada falhou na sua tentativa de ser empossado como primeiro-ministro após a vitória do PP nas eleições legislativas de 23 de julho, mas sem ter conseguido obter a maioria absoluta.

Já Santiago Abascal garantiu ser “inaceitável que os políticos violem a lei, alguns para chegara à chefia do governo… outros para selarem a sua dívida para com a lei. E denunciou “um assalto à Constituição”.
Depois de não conseguir obter o apoio do Parlamento, o rei de Espanha, Felipe VI, encarregou na terça-feira Sánchez de ser agora candidato à posse.

O atual primeiro-ministro já provou ser um sobrevivente e garantiu agora ser necessário “generosidade” para com os independentistas catalães numas negociações que admitiu serem complicadas.

Para já Sánchez encetou negociações com o Sumar de Yolanda Díaz, sua vice-primeira-ministra no atual governo. A líder do Sumar deverá apresentar amanhã em Barcelona um documento com uma proposta de amnistia para os separatistas.

“Temos conhecimento da proposta do Sumar sobre a amnistia bem como das de outros partidos, o que é bom porque é uma forma de tentar resolver as implicações legais”, do referendo à independência de 2017, afirmou Sánchez da cimeira europeia em Granada na sexta-feira.

O documento já foi enviado ao Junts per Catalunya que agradeceu a vontade de Díaz de “chegar a um acordo”. A Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) de cujos votos Sánchez também precisa, já recebeu também uma cópia.

Fonte: Diário de Notícias / Portugal

Crédito da imagem: Marta Perez / EPA