Terminar o Mundial de pilotos de MotoGP de 2025 no top-10 e regressar aos pódios são os objetivos de Miguel Oliveira, que não esconde o entusiasmo pela chegada à Prima Pramac, equipa de fábrica da Yamaha.
“Estar dentro do top-10 no final deixar-me-ia satisfeito”, disse esta quarta-feira o piloto português, que se prepara para a sétima temporada na categoria rainha do motociclismo.
Reeditar as cinco vitórias (sete pódios) alcançadas pela KTM (2019-2022) é mais do que um objetivo, é uma ambição muito pessoal:
“Vou fazer 30 anos em janeiro e estaria a mentir se dissesse que é o timing natural para conquistar o título. Não é o que temos vindo a ver nesta modalidade até agora, mas, por outro lado, se as coisas se ligarem bem com a equipa e entre mim e a moto, acredito que ainda sou capaz de ser campeão do mundo.”
O Falcão terminou o mundial deste ano no 15.º lugar, apesar de uma lesão grave, devido a uma queda, em setembro, nos treinos livres para o Grande Prémio da Indonésia, que o impediu de participar em cinco corridas.
“Tive uma recuperação muito boa do pulso. Ainda há arestas a limar, sobretudo quanto a algum edema, mas, com dois meses para recuperar, são coisas que certamente irão melhorar e vou chegar a mais de 100% a Sepang. Esse é o objetivo”, disse Miguel Oliveira.
Operado ao braço direito, Miguel Oliveira voltou às pistas na última corrida do ano com um 12.º lugar, em Barcelona, na despedida da Trackhouse.
“Ver cinco corridas no sofá… Estaria a mentir se dissesse que fui para a última corrida com 200% de certeza de que tudo ia correr bem e ainda sabia andar de mota. Há sempre pequenas nuances que, por estarmos tanto tempo afastados, nos criam algumas incertezas. Agora, fui rápido logo no primeiro treino e consegui desbloquear muita coisa ao longo daquele fim de semana. Voltar a competir foi uma evolução a nível psicológico para mim. Fiquei muito contente pela minha prestação e condição física, face às limitações todas que tive para treinar”, confessou o piloto de 29 anos à margem de um evento com um patrocinador, no Porto.
A mudança de equipa e do moto deixaram-no “muito satisfeito”, por ir integrar “um projeto muito ambicioso” e que terá algo inédito:
“Pela primeira vez, vai fornecer uma equipa externa à Yahama oficial, com módulos iguais e o mesmo apoio de fábrica. É um sinal claro de que os tempos estão a mudar e existe muita vontade e ambição em chegar ao topo (…) Acredito que cresci bastante a nível técnico e sou um piloto mais completo. Isso vai ajudar-me a fazer esta transição para a nova mota de uma forma mais natural.”
Lembrando os últimos anos complicados para a Yahama – quarta no Mundial de construtores – Miguel Oliveira está consciente do “desafio enorme” que implica melhorar o registo da marca 14 vezes campeã de construtores, a última delas em 2015.
Na primeira experiência com a Prima Pramac, fez o 17.º melhor tempo no dia de testes em Barcelona, ao completar a sua melhor de 60 voltas em 1.40,138 minutos, a 1,335 segundos do mais rápido, o espanhol Alex Márquez (Ducati).
“A mota deixou-me com sensações muito positivas. Há dois pontos essenciais a melhorar, que serão preponderantes para a nossa competitividade, sobretudo em corrida, mas tudo o resto agradou-me bastante. Com apenas um dia de testes, é muito difícil de dizer o que ainda vai ser preciso. Há coisas a melhorar na pilotagem, mas nem sequer tivemos tempo de olhar a fundo. A partir de fevereiro teremos uma ideia muito mais clara do que poderá ser a minha evolução e adaptação”, disse Miguel Oliveira.
Miguel Oliveira despediu-se da temporada, falando de tudo e brindando com uma Estrella Galicia 0,0 na cozinha do restaurante Cacau, na cidade do Porto, com um evento de show cooking na companhia do chef João Amorim, que contou com presença de jornalistas e alguns fãs do piloto.
A pré-época começa em Sepang, de 5 a 7 de fevereiro de 2025, seguindo-se nova bateria de testes em 12 e 13 do mesmo mês, em Buriram, na Tailândia.
A 77.ª edição do Mundial de MotoGP decorre entre 2 de março e 16 de novembro de 2025 e passará pelo Autódromo Internacional do Algarve (AIA), em Portimão, em 9 de novembro, na 21.ª e penúltima etapa do calendário provisório.
Fonte: Diário de Notícias / Portugal
Crédito das imagens: www.motojornal.pt e www.paddock-gp.com