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Metro de Lisboa vai expandir-se para Loures e Odivelas com a nova Linha Violeta

Chama-se Linha Violeta e com ela o Metropolitano de Lisboa, através de um sistema de metro ligeiro de superfície, vai servir os concelhos de Loures e Odivelas, entre o Hospital Beatriz Ângelo e a Quinta de São Roque, sendo que a ligação à restante rede será feita através de um interface com a já existente estação de Odivelas, da Linha Amarela.

O projeto representa um investimento de 250 milhões de euros, previsto no âmbito do PRR, e a obra deverá estar concluída no segundo semestre de 2026, de acordo com o Estudo de Impacte Ambiental deste projeto, que se encontra em consulta pública até 14 de fevereiro.

A Linha Violeta tem cerca de “13 quilómetros de extensão, predominantemente à superfície (8,6 km), mas também com troços em trincheira (0,4 km), em viaduto (0,4 km) e quatro troços em túnel (aproximadamente 3,7 km)” com um traçado que “tem como objetivo servir os grandes núcleos populacionais de Loures e Odivelas, fazendo a ligação entre as freguesias com maior densidade urbana e ligando os mais importantes polos de serviço e comércio”, refere o mesmo documento.

Este é o futuro traçado da Linha Violeta.
Este é o futuro traçado da Linha Violeta.

Esta linha de metro ligeiro vai ter 19 estações – três estações subterrâneas, duas em trincheira e 14 à superfície -, sendo que 11 serão no concelho de Loures (abrangendo as freguesias de Loures, Santo Antão e Santo António do Tojal e Santo António dos Cavaleiros e Frielas, numa extensão de cerca de 7,4 km) e oito no concelho de Odivelas (cobrindo as freguesias de Póvoa de Santo Adrião e Olival Basto, Odivelas e Ramada e Caneças, num percurso de cerca de 5,1 km).

Segue traçado da EN8

O percurso da Linha Violeta tem início à superfície junto ao Hospital Beatriz Ângelo, sendo que após esta estação há um percurso em trincheira e de túnel de forma a ultrapassar uma área de relevo mais acentuado. Após o atravessamento dessa colina, a linha volta à superfície, chegando-se à estação Planalto da Caldeira, mesmo em frente à zona comercial.

O metro segue depois viagem, sempre à superfície, até à estação Torres da Bela Vista, junto à Rua António Sérgio, e onde está prevista a oferta de 156 lugares de estacionamento. “Cerca de 550 metros após a estação Torres da Bela Vista, já no concelho de Odivelas, localiza-se o poço de ventilação, junto ao Bairro de Granjas Novas, a sul da Rua das Granjas, num lote de terreno livre a norte das últimas novas vivendas a serem construídas”, está descrito no Estudo de Impacte Ambiental.

Após a saída das Torres da Bela Vista, segue-se um traçado em túnel e no qual se localizam duas estações subterrâneas: a estação Jardim da Radial, num terreno livre a nascente da Rua Carlos Reis, e a Ramada Escolas, sob a Avenida da Liberdade, junto à Escola Secundária da Ramada, ao Agrupamento de Escolas Vasco Santana e à Unidade de Saúde Familiar Ramada.

“A estação Jardim da Radial é feita em áreas predominantemente residenciais e com uma elevada densidade de ocupação, na área norte do concelho de Odivelas, e vai ocupar um terreno de mato”, descreve o projeto, que explica que a estação ficará a 31 metros de profundidade. Já a Ramada Escolas ficará sob o arruamento existente, a cerca de 15 metros de profundidade.

Voltando à superfície, a estação seguinte é a Ribeirada, em trincheira com um desnível de 15 metros em relação à Rua Hermínia Silva e praticamente de nível com a Rua Combatentes do Ultramar. Tem previsto um total de 98 lugares de estacionamento e um espaço verde envolvente à estação.

Após a estação da Ribeirada, o traçado da linha desenvolve-se em trincheira, à superfície e em túnel, até à estação Jardim do Castelinho, que será subterrânea na Avenida Professor Doutor Augusto Abreu Lopes, a cerca de 10 metros de profundidade, e que servirá equipamentos como a Escola Secundária de Odivelas e o Centro de Saúde de Odivelas.

O troço seguinte da Linha Violeta será entre o Castelinho e a Odivelas Estação, que vai ocupar a parte central da Rua José Gomes Monteiro e será um interface com a Linha Amarela do Metro de Lisboa. Seguirá depois à superfície, junto à EN8, atravessando a A8, até à estação Heróis de Chaimite, servindo Olival Basto.

Os passageiros do Metro terão depois as estações Chafariz D”El-Rei e Póvoa de Santo Adrião, também à superfície e cujo percurso se desvia da EN8, por causa do centro histórico da Póvoa de Santo Adrião.

O percurso regressa a ao traçado desta estrada nacional com as estações da Flamenga, que ficará no alinhamento da Rua Almirante Gago Coutinho, e de Santo António dos Cavaleiros, implantada na parte norte do Jardim Santo António dos Cavaleiros, sendo que depois desta última haverá um novo túnel e que a linha volta à superfície a poente da Avenida Bartolomeu Dias, onde ficará a estação Quinta do Almirante, seguindo-se a estação do Conventinho, junto ao Museu Municipal de Loures.

A estação de Loures ficará no lado poente da Avenida das Descobertas e a cerca de 600-800 metros do centro histórico da cidade.

Após passar sobre a A8 em viaduto, o traçado continua pela Avenida das Descobertas com a estação Várzea de Loures, junto ao LoureShopping, e com a estação do Infantado, também na mesma avenida, logo após a rotunda com a Rua Vasco da Gama. Segue-se a estação Quinta de São Roque, também na Avenida das Descobertas e que é uma estação terminal da Linha Violeta.

2270 passageiros por hora

“A duração total prevista para a obra de construção da Linha Violeta é de aproximadamente 30 meses, com início no primeiro trimestre de 2024 e término no segundo semestre de 2026, de modo a poder usufruir do PRR português”, pode ler-se no Estudo de Impacte Ambiental.

O investimento previsto no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência é de 25 milhões de euros, aos quais se acrescentam 80 milhões do município de Loures e 70 milhões de Odivelas para o reordenamento urbano e rodoviário e para expropriações.

Estima-se que na Linha Violeta venham a ser feitas 70 674 viagens por ano, sendo que os comboios deverão demorar cerca de 75 minutos a completar todo o percurso. Deverá contar com 11 comboios em circulação nas horas de ponta de manhã e à tarde durante o período escolar, o que representará um período de espera de 7 minutos entre cada composição e uma estimativa de 2270 passageiros por hora nestes dois períodos.

A proposta é que os comboios tenham entre 18 a 40 metros de comprimento, transportando entre 40 e 80 passageiros sentados e 100 a 230 em pé, e que atinjam uma velocidade máxima de 50 km/hora em meio urbano e 70 km/hora fora das localidades ou em túneis.

De acordo com o estudo, prevê-se ainda que a Linha Violeta consiga atrair quase 12 milhões de passageiros logo em 2026, sendo que o objetivo é chegar aos 16,2 milhões em 2055.

Fonte: Diário de Notícias / Portugal

Crédito da imagem: Global Imagens