O primeiro-ministro, Luís Montenegro, não estará esta quinta-feira em Bruxelas, pelo menos, no arranque do Conselho Europeu, quando o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, trocar “pontos de vista” com os chefes de Estado e de governo da União sobre a situação na Ucrânia.
Os “27” vão debruçar-se, nomeadamente, sobre a aplicação de um 19.º pacote de sanções à Rússia.
A cimeira deverá arrancar por volta das 10h00 – 9h00 em Portugal continental – e, por essa altura, “toda a agenda do primeiro-ministro português está cancelada”, como decorre de um comunicado emitido pelo seu gabinete.
O que não se sabe é se Luís Montenegro ainda irá a Bruxelas, depois do funeral de Francisco Pinto Balsemão, para participar nos debates seguintes deste Conselho Europeu. Apesar das tentativas da Renascença não foi possível – até ao momento – esclarecer essa dúvida.
Quanto à cimeira propriamente dita, fontes diplomáticas em Bruxelas preveem que as conclusões deste Conselho Europeu sobre a Ucrânia sejam aprovadas a 26, e não a 27. Nada de novo, a Hungria continua desalinhada.
Neutralidade Climática em 2050
Adivinha-se um “aquecimento global” no Conselho Europeu, quando os chefes de Estado e de governo se concentrarem nas metas intermédias para alcançar a neutralidade climática em 2050.
Os mais otimistas acreditam que será possível reduzir em 90%, a emissão de gases com efeito de estufa, até 2040. Esta é matéria que exige consenso entre os “27”, mas persistem as divisões.
A Alemanha e a França, por exemplo, querem relacionar este debate com as políticas de apoios estatais e de desenvolvimento industrial. Paris quer, igualmente, valorizar a sua aposta na energia nuclear. A leste, países como a Polónia e a República Checa hesitam nas metas ambientais por terem taxas de cumprimento baixas.
Já países, como Portugal, gostariam que houvesse uma valorização da aposta nas renováveis.
Tema caro a Portugal – muito caro – é o da habitação acessível. O assunto vai a debate antes ainda do jantar e não se esperam grandes avanços. De acordo com fontes diplomáticas, em Bruxelas, “há que considere o assunto premente” e quem insista que essa é matéria que diz respeito, sobretudo, a cada Estado.
Depois, ao jantar, os “27” abrem o dossier Médio Oriente. No esboço de conclusões a que a Renascença teve acesso, lê-se que o Conselho Europeu saúda a primeira fase do acordo para pôr termo ao conflito em Gaza, com base no plano apresentado por Donald Trump, bem como a libertação dos reféns que estiveram detidos durante dois anos pelo grupo terrorista Hamas.
Fonte: www.rr.pt
Crédito da imagem: Tony da Silva