O Presidente da República anunciou hoje, em Celorico de Basto, que no final do mandato vai dedicar-se à dinamização da cultura no concelho, em especial à biblioteca municipal, de que é patrono desde 2001.
“Estava aqui pensar o que é que ainda podia fazer na minha vida por Celorico, o que me parece justo, porque aqui passei tempos muito felizes da minha vida”, afirmou o chefe do Estado, recordando o tempo que, como presidente da Assembleia Municipal (1997-2005), “copiando o Presidente Soares”, fez presidências abertas em todas as juntas de freguesia.
Discursando na abertura oficial da Oficina da Música, um novo equipamento naquele concelho do distrito de Braga, onde tem raízes familiares, assinalou que, “daqui por um ano e uns meses largos”, terá disponibilidade para inserir na sua “rota de vida” tarefas ligadas, sobretudo à educação e à formação, se possível com os mais novos”.
No caso da biblioteca municipal, que tem o seu nome, o Presidente acentuou que já perdeu a conta aos volumes mandados para aquele equipamento que funciona numa antiga quinta rural recuperada pelo município.
“Estão entre 250 mil e 300 mil, mas o mais importante é que Celorico de Basto acabou por ser pioneira em relação àquilo que hoje é uma moda, que é vários escritores passarem a doar a sua obra, o seu espólio, às suas bibliotecas, às terras de raiz”, reforçou.
Quando deixar de ser Presidente da República, Marcelo propõe-se “dinamizar mais ainda esse espaço [biblioteca municipal]”, dinamizar “ainda mais a ligação às escolas, pegar naqueles núcleos que já existem, que são muito diferentes, e ver como lhes dar vida”.
“Ajudando eu próprio a dar vida outra vez, animando a festa do livro ou criando outras formas de atividade ou polo cultural, enquanto tiver dinamismo e vontade de o fazer”, acrescentou, aplaudido por dezenas de pessoas, que assistiam à cerimónia.
Voltando a lembrar o período em que foi presidente da Assembleia Municipal de Celorico de Basto, na viragem do século XX para o século XXI, que considerou terem sido anos muito felizes, assinalou ter hoje vontade de “reencontrar o mesmo espírito de mudar para melhor, de fazer melhor, de planear melhor, de pensar nos mais novinhos e haver muita coisa a fazer”.
“É nesse estado de espírito que aqui estou convosco e daqui saio muito estimulado para também contribuir pessoalmente com a maior disponibilidade que terei no futuro, mais liberto das tarefas nacionais”, concluiu, emocionado.
No final, o chefe do Estado, acompanhado do presidente da câmara, José Peixoto Lima, visitou a Festa de Livro, um evento que também ajudou a criar, há algumas décadas, quando convidou vários autores prestigiados a nível nacional a visitarem o concelho para participarem na atividade.
Fonte e crédito da imagem: O Jornal Económico / Portugal