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Marcelo não vai ao funeral de Pelé porque tem de vir “dar posse ao Governo”

Terça-feira será o dia mais provável e também mais desejável para a posse dos novos membros do Governo de António Costa. Desejável para o Governo porque permitirá a António Costa ir ao Parlamento na quarta-feira para um dos debates pedidos pela oposição já com o seu executivo recomposto. Provável porque só a partir desse dia é que o Presidente da República volta a estar em Portugal.

Marcelo Rebelo de Sousa partiu esta sexta-feira para Brasília, onde vai estar presente na posse de Lula da Silva. À partida, já no aeroporto afastou uma dissolução para breve da Assembleia da República. Mas também lamentou não ir ao funeral de Pelé. E não vai porque não pode ficar mais tempo fora do país.

“Não posso ficar no Brasil para o funeral de Pelé. Gostava muito, conheci-o, era um grande jogador e era, sobretudo, uma pessoal excecional. Agora, tenho de voltar por várias razões, uma das quais é a posse do Governo”, disse o Presidente português na mesma ocasião em que defendeu que o é agora preciso é que “o Governo governe e cada vez melhor”.

Como é tradicional no Brasil, a posse do Presidente é a 1 de janeiro e Marcelo vai estar presente, como já tinha estado na de Bolsonaro. As cerimônias fúnebres de Pelé no dia 2 por opção da família que quis esperar pela passagem do ano e da posse de Lula. Na madrugada de dia 2, o corpo sai do Hospital Albert Einstein para o estádio da Vila Belmiro, em Santos, onde haverá um velório aberto à população, amigos e autoridades.

No dia seguinte, pelas 10h, começa o cortejo fúnebre que levará o caixão com o antigo jogador e ex-ministro do Desporto pelas ruas de Santos até ao cemitério Memorial Necrópole Ecuménica, um cemitério vertical. O cortejo vai passar pela casa da mãe de Pelé, tratada por ‘Dona Celeste”, que fez 100 anos a 20 de novembro.

Haver posse ou não na terça-feira dependerá, sobretudo, da capacidade de António Costa fechar a remodelação em curso. O primeiro-ministro, que contava ter férias entre o Natal e o Ano Novo, terá cada vez menos capacidade de recrutamento, como receiam dentro do PS. E também dentro do PS, mas também no Governo muitos são os defensores de uma mudança mais alargada no Governo. O próprio Presidente da República também já apontou para aí.

“Quando se chega à conclusão de que se está a pôr em causa a perceção e a afirmação política do Governo, é melhor substituir”, disse Marcelo, na quarta-feira, depois da demissão de Alexandra Reis e antes da demissão de Pedro Nuno Santos.

Para o Presidente, o que importa é que o Governo se concentre no ano “muito importante” de 2023, em que vai ser preciso executar com eficácia os fundos europeus. “Se para isso for necessário ir mudando o governo, muda-se. Se basta o que já se mudou, veremos se é suficiente”, concluiu em declarações aos jornalistas numa visita ao Cabo da Roca.

Já o presidente do PS, Carlos César, deu esta sexta-feira sinal de que as mudanças serão só para substituir os membros do Governo que já se demitiram: Alexandra Reis, Pedro Nuno Santos e, por arrasto, os seus dois secretários de Estado. “Vamos adiante… Logo que o Presidente regresse do Brasil, para a posse dos membros que estão agora em falta no governo”escreveu César na rede social Facebook.

O dirigente socialista, que faz parte do núcleo de conselheiros políticos de Costa, já tinha, contudo, tentado dar a crise por encerrada só com a saída da secretária de Estado do Tesouro.

Fonte: Jornal Expresso / Portugal

Crédito da imagem: Miguel Pereira Da Silva / Lusa