Marcelo Rebelo de Sousa não se comprometeu esta sexta-feira com uma opinião concreta sobre o pacote de medidas para a habitação apresentado esta quinta-feira pelo Governo.
“O pacote de medidas é muito grande, só depois de abrir o melão é que será possível ver se será bom”, afirmou o Presidente da República em Podence, Macedo de Cavaleiros.
O chefe de Estado reconheceu que “as medidas não são do acordo de todos” e expressou dúvidas se os “objetivos serão atingidos rapidamente, se vão melhorar situação das famílias, se há máquina para os pôr de pé a nível de Estado e municípios, se a banca é sensível e se os impostos vão mudar a situação dos portugueses”. “Falta saber quantas famílias abrange e quanto tempo demora a surtir efeitos”, acrescentou.
Marcelo diz que “é normal que haja críticas”. “Há quem pense que a solução passe por mais Estado, há quem pense que passa pelo mercado e criar novo regime de arrendamento. Vou esperar durante este mês de discussão pública. Umas medidas terão de ir ao parlamento, outras irão diretamente para a Presidência da República”.
“Não me pronuncio sem saber o que as leis dizem. É muita coisa, tive dificuldade em tomar nota de tudo. O Governo mandou-me as ideias, não as leias. Uma a uma, vou examinar cada lei e direi se concordo ou discordo ou se há dúvidas de constitucionalidade“, explicou.
Sobre a situação dos professores, o Presidente da República referiu que o “primeiro-ministro explicou que a situação dos professores é diferente de outros que ficaram com anos perdidos”.
“Muitos professores estavam muito longe do fim da carreira e foram mais penalizados do que outros setores da função pública. A solução não será perfeita, mas vai cobrir muitos problemas da situação dos professores. Talvez haja hipóteses para uma luz ao fundo do túnel”, confessou.
Marcelo reconheceu ter “expectativas baixas” em relação ao Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), mas que prefere “não ter razão”. “Esperemos que esse dinheiro chegue ao fim da linha, que são obras executadas”, vincou.
O chefe de Estado comentou ainda a nota emitida pelo PCP sobre a condecoração do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e disse que os comunistas têm sido coerentes. “O líder do PCP disse-me que essa nota ia sair. O PCP tem uma posição sobre a Ucrânia que é conhecida e tem sido coerente”, explicou.
Fonte> Diário de Notícias / Portugal
Crédito da imagem: Hugo Delgado / LUSA