Miguel Albuquerque afirma que o Governo Regional da Madeira tem condições para continuar em exercício de funções, e é precisamente essa mensagem que vai levar na quarta-feira a Belém quando se reunir com Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República.
“Pode ser dado pose ao Governo, uma vez que possivelmente vamos ter condições para apresentar novamente um quadro parlamentar de maioria que nos permita aprovar o programa de governo e o orçamento o mais rápido possível, porque esse é o interesse da Madeira”, declarou, esta tarde, à margem da visita à obra de recuperação do Caminho Real da Calheta.
Na ocasião, o presidente demissionário adiantou que deverá ser a “mesma maioria” – PSD\CDS e “possivelmente” PAN, pese embora o quadro negocial ainda não esteja fechado, o que deverá acontecer até quarta-feira, informou.
“Os partidos vão dizer o que pensam, mas eu acho que, neste momento, ninguém tem grande interesse em eleições, porque o que é fundamental é olharmos para a Região e para o interesse da população (…) não estamos em condições de andar aqui a brincar aos partidos políticos”, afiançou, vincando que “nada justifica” fazer eleições antecipadas.
Questionado sobre a possibilidade de haver acordo com a Iniciativa Liberal, o chefe do executivo admite que “tudo é possível”.
Albuquerque invocou, aliás, o facto da maioria que viabilizou no governo regional ter obtido “há seis meses uma vitória expressiva e contundente nos 11 concelhos”, assim como nas eleições legislativas de 10 de março em que apenas não ganharam em Machico. Resultados que Albuquerque considera que são a “reconfirmação da confiança nesta maioria” e adita: “a minha liderança também está legitimada”.
Recorde-se que a audição aos partidos está marcada para quarta-feira, sendo que a do PSD está agendada para as 15h00. Posteriormente, às 18h00 realizar-se-á o Conselho de Estado.
Nesta deslocação a Belém, Miguel Albuquerque far-se-á acompanhar por Guilherme Silva e pelo secretário-geral do PSD, Hugo Soares.
Já sobre a relação com o partido a nível nacional, Albuquerque assegura que “nunca esteve melhor” e reconhece que Luís Montenegro “não tem uma tarefa fácil pela frente”, mas está convicto de que o governo nacional “vai assumir os seus compromissos” e espera maior capacidade de diálogo do que os anteriores governos.
“Não é fácil governar nestas condições, mas a verdade é que o primeiro governo de António Costa durou quatro anos e o de maioria absoluta caiu ao fim de dois anos. Portanto, nunca se sabe o que vai acontecer na política”, reconheceu.
Já sobre as alegadas acusações de alguns membros da lista de Manuel António Correia que dizem estar a ser afastados por não terem apoiado Albuquerque, a resposta foi direta: “não conheço ninguém que esteja a ser afastado”.
Diz, porém, que a “única situação que existe” diz respeito a pessoas que estavam em “lugares de ultraconfiança política” e que perderam a confiança política.
“Portanto, o que têm de fazer é pedir a exoneração”, exortou, jogando a ‘bola’ para os secretários regionais.
“Não se pode ter um chefe de gabinete ou uma pessoa que é diretora regional que contesta as políticas de um secretário. São cargos de ultraconfiança política, portanto, não tem nenhum sentido continuarem”, afiançou.
Fonte: Jornal Madeira / Portugal
Crédito da imagem: Diogo Monteiro