O Presidente brasileiro, Lula da Silva, defendeu hoje a entrada da Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Argentina nos BRICS, a pouco mais de duas semanas da cimeira da organização dos países emergentes, em Joanesburgo.
“Eu acho extremamente importante a Arábia Saudita entrar nos BRICS, acho extremamente importante os Emirados Árabes, se quiser entrar nos BRICS, entrar nos BRICS e também a Argentina”, afirmou o chefe de Estado brasileiro, num evento organizado no Palácio do Planalto, em Brasília, com a imprensa internacional.
O Presidente voltou a apelidar de “extremamente importante” permitir que outros países “que cumpram as exigências dos BRICS” entrarem para este grupo que integra Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
“Do ponto de vista mundial, eu acho que os BRICS podem ter um papel, eu diria, excecional”, frisou o Presidente brasileiro.
Na mesma ocasião, o Presidente brasileiro deixou ainda duras críticas ao trabalho do G7: “Espero que um dia as pessoas percebam que o jeito de discutir política no G7 está superado”, disse, defendendo que este grupo nem deveria existir depois de ter sido criado o G20.
“As mesmas pessoas participam do G7 e do G20, então não sei para quê a continuidade”, sublinhou.
Lula da Silva voltou ainda a defender uma moeda própria para fazer comércio nos BRICS.
“Por que o Brasil precisa de dólar para fazer comércio com a China? A gente pode fazer na nossa moeda. Por que o Brasil precisa de dólar para fazer comércio com a Argentina? A gente pode fazer nas nossas moedas”, afirmou o chefe de Estado brasileiro.
Ainda sobre os BRICS, Lula da Silva defendeu que estes devem ser mais generosos do que o Fundo Monetário Internacional e que devem “servir o desenvolvimento” dos países mais pobres.
O Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), constituído pelos BRICS, “deve ser mais generoso” e promover políticas financeiras que facilitem o caminho para acabar com “as grandes desigualdades” que existem no mundo, disse.
O Presidente brasileiro considerou ainda injusta a distribuição de riquezas no mundo e defendeu uma adesão mundial na luta contra a fome.
“Há uma desigualdade visível na cara de todos nós. Como a gente combate isso? Essa é a tarefa que quero assumir e vai ser parte do meu discurso na ONU, nos BRICS, no G20. Vou levantar essa tese porque não é normal a gente tratar a desigualdade como normal”, referiu.
Fonte: O Jornal Económico / Portugal