O presidente do Brasil, Lula da Silva, recebeu este domingo a faixa presidencial de representantes da diversidade étnica e social da população, numa cerimónia cheia de surpresas após subir a rampa do Palácio do Planalto, sede do Governo.
Na segunda vez em que recebe a faixa, Lula da Silva inicia hoje o seu terceiro mandato como presidente da República Federativa do Brasil, que terminará em dezembro 2026.
Eleito na segunda volta de um sufrágio muito disputado com 50,9% dos votos válidos (60,3 milhões de votos), o novo Presidente assume o Governo com o desafio de atenuar a polarização e pacificar o Brasil.
Uma das maiores surpresas da cerimónia de posse, a entrega da faixa presidencial – símbolo da transição de poder – passou de mão em mão por um grupo de representantes da sociedade brasileira, conhecidos e anónimos, que subiram a rampa do Palácio do Planalto com o novo Presidente brasileiro.
Compunham este grupo o cacique Raoni, maior liderança da etnia caiapó do Brasil, um jovem portador de deficiência chamado Ivan Baron, que teve paralisia cerebral causada por uma meningite, Murilo de Jesus, professor de português, Jucimara dos Santos, uma cozinheira, um garoto negro de 10 anos que mora em São Paulo e Aline Souza, uma mulher negra de 33 anos que apanha lixo.
E foi Aline Souza quem entregou a faixa presidencial que deveria ter sido entregue, conforme indica a tradição, pelo antecessor de Lula da Silva, Jair Bolsonaro.
O ex-presidente Jair Bolsonaro, o principal oponente de Lula da Silva na presidencial disputada em duas voltas no mês de outubro, obteve 49,1% dos votos (58,2 milhões de votos).
O agora ex-presidente saiu do país na última sexta-feira numa viagem aos Estados Unidos, sem data marcada de regresso.
Bolsonaro não cumprimentou Lula da Silva pela vitória, nem reconheceu de forma clara sua derrota eleitoral, evitando também participar do rito tradicional da cerimónia de posse em que o Presidente cessante passa a faixa presidencial ao novo chefe de Estado.
Fonte: Jornal de Notícias / Portugal
Crédito da imagem: Evaristo Sá / AFP