O recém-eleito presidente do Brasil foi, esta quarta-feira, à COP 27 exigir que os países mais ricos ajudem os mais pobres a enfrentar a crise climática. Lula da Silva reclama o cumprimento do acordo de Copenhaga, firmado em 2009. “Voltei também para cobrar o que foi prometido”, disse.
“O Brasil está de volta!”. Foi assim que Lula da Silva se apresentou, ao discursar, esta quarta-feira, na COP 27, que se realiza no Egito. “O Brasil está de volta, para reatar laços com o mundo, ajudar a combater a fome, ajudar os países mais pobres, para lutar por um comércio justo entre Nações e por uma ordem mundial pacífica” especificou o recém-eleito presidente do Brasil.
Mas não é só para isso, avisou Lula da Silva, num discurso de cerca de meia de hora sempre muito aplaudido. “A minha volta é também para cobrar o que foi prometido”, vincou.
É que o recém-eleito presidente do Brasil exige que os países mais pobres sejam ajudados a combater as alterações climáticas. “Os acordos já finalizados têm que sair do papel. Tem que se tornar disponíveis os recursos para que os mais pobres possam enfrentar um problema causado pelos países mais ricos mas que atinge de uma forma desproporcionar o mais pobres”, sustentou,
Em causa, especificou mais para a frente, o cumprimento do acordo da Cimeira de Copenhaga, realizada em 2009. “A minha volta é também para cobrar o que foi prometido na COP15. É triste que esse compromisso não esteja a ser cumprido. Precisamos urgentemente de instrumentos financeiros”, exigiu Lula da Silva, recordando que foi acordado a disponibilização de 100 mil milhões de dólares por ano, a partir de 2020, para ajudar os países subdesenvolvidos a enfrentarem as alterações climáticas.
Lula da Silva e que também exigiu mudanças na gestão da ONU, nomeadamente o fim “do privilégio do veto”, comprometeu-se a dar prioridade, no seu Governo, ao combate à crise climática e a ajudar os países mais pobres a enfrentar um problema de que, segundo vincou, “ninguém está a salvo”.
O novo presidente brasileiro acenou com previsões de 250 mil mortes anuais devido às alterações climáticas e deixou claro. “A luta contra o aquecimento global é uma luta contra a pobreza”.
Mas, uma coisa é ainda mais evidente, para Lula da Silva: “Não há segurança climática para o mundo sem uma Amazónia protegida”. Por isso, apelou para que a COP30 se realize, em 2030, num dos estados da Amazónia. “Para que as pessoas que defendem tanto a Amazónia tenham noção da importância dessa zona do mundo. Não temos forças nem dinheiro para cuidar dela da forma que deve ser cuidada”, justificou.
Fonte: Jornal de Notícias / Portugal
Crédito da imagem: Ahmad Gharabli / AFP